![Exú Come Crente](../../../imagens/diabo06.gif)
![Pastor Ladrão, mentiroso, vigarista](../../../imagens/CaioFabio.jpg)
Publicado no Jornal O Estado de S�o
Paulo em 16 de abril de 2000
O pastor Caio F�bio voltou �
cena, 18 meses ap�s ter sido apontado como autor do dossi�
Cayman - pap�is que sugerem uma sociedade de pol�ticos
tucanos no Caribe, incluindo o presidente FHC. Caio F�bio
� citado como participante no caso da MetroRED, acusada
de subornar a Prefeitura de S�o Paulo para instalar
fibras �pticas na cidade. Foi o doleiro Jamil Deegan quem
acusou o pastor de ter feito opera��es financeiras
- com os brasileiros Oscar de Barros e Jos� Maria
Teixeira Ferraz, presos em Miami por suspeita de lavagem de
dinheiro - para favorecer o neg�cio entre a Prefeitura e
a empresa americana.
Caio F�bio nega participa��o
no esquema dos cabos �pticos, mas admitiu ter "procurado"
o dossi�, em 98. "Fui imprudente. N�o devia
ter falado nada. N�o sou pol�tico." O Minist�rio
P�blico, em 99, denunciou o pastor por crime contra a
honra do presidente. Tamb�m foram denunciados o
ex-prefeito Paulo Maluf e Lafaiete Coutinho, ex-presidente do BB
no governo Collor.
Publicado no Jornal O Estado de S�o
Paulo em Ter�a-feira,27 de julho de 1999
Pastor e ex-assessor s�o indiciados
por peculato e forma��o de quadrilha
O irm�o da vereadora Maeli
Vergniano (sem partido), M�rcio Trist�o Vergniano,
prestou depoimento, ontem, no Departamento de Investiga��es
e Registros Diversos (Dird). Ele est� preso h�
quatro dias e � acusado de participar de suposto esquema
de propinas na Administra��o Regional de Pirituba.
Ontem, o delegado Maur�cio Correali ouviu ainda o
ex-assessor e pastor da Assembl�ia de Deus, Rubens de
Moura. Ele foi indiciado por peculato e forma��o
de quadrilha. Ambos foram presos na sexta-feira por descumprir
ordem judicial e faltar seis vezes a depoimento. Para o advogado
Marco Polo Del Nero, houve "lament�vel desencontro".
Segundo ele, no dia em que eles se apresentariam j�
haviam sido decretadas as pris�es. Eles s�o
suspeitos de participa��o em um suposto esquema
que seria comandado por Maeli, que controlava politicamente a
regional. A pris�o tempor�ria dos dois vence hoje.
"H� a suspeita de que eles tenham transformado a
regional em extens�o do gabinete de Maeli na C�mara",
disse o promotor Roberto Porto. Trist�o j� foi
indiciado por peculato, forma��o de quadrilha e
concuss�o. At� 22h30, o irm�o da vereadora
ainda depunha. (M.L.)
Publicado no Jornal O Estado de S�o
Paulo em 10 de janeiro de 1999
Para PF, pastor � principal
suspeito de preparar pap�is
Caio F�bio teria contado com a
ajuda da Associa��o dos Homens de Neg�cio
do Evangelho PlenoREBECA KRITSCH e ANT�NIO TOZZI MIAMI - O
pastor Caio F�bio D'Ara�jo Filho figura, nas
investiga��es da Pol�cia Federal, como um
dos principais suspeitos de ter participado da prepara��o
do dossi� Cayman. Na comunidade de evang�licos
brasileiros residentes na Fl�rida circula a informa��o
de que a papelada foi montada na Associa��o dos
Homens de Neg�cio do Evangelho Pleno. O consultor Paulo S�rgio
Rosa, que mora em Miami h� tr�s anos e �
amigo de Caio F�bio, faz parte da associa��o.
No fim do ano passado, Rosa foi citado v�rias vezes como
um dos personagens envolvidos com o dossi� e, desde ent�o,
desapareceu da cidade. O diretor-geral da Pol�cia
Federal, Vicente Chelotti, esteve em Miami para provar a
falsidade dos documentos, mas n�o conversou com os evang�licos
brasileiros. Se tivesse conversado, veria que muitos deles
querem mostrar dist�ncia de Caio F�bio e
proximidade em rela��o ao ex-presidente Fernando
Collor. "Se for verdade o que est�o falando, o que
me choca � o Caio F�bio se vender assim", diz
o pastor Maciel Ben Figueiredo, da Assembl�ia de Deus em
Miami. No seu escrit�rio, Figueiredo faz quest�o
de apontar a foto autografada que recebeu de Collor, na �poca
exibindo a faixa presidencial. Embora muitas suspeitas em torno
da montagem do dossi� recaiam sobre pessoas ligadas a
Collor, como Paulo S�rgio Rosa e o senador Gilberto
Miranda (PFL-AM), nada foi provado at� agora. Ben
Figueiredo afirma que o ex-presidente nunca se converteu, mas
tem grande simpatia pelas igrejas protestantes. "O voto
evang�lico no Brasil foi dele", lembra. "Por
isso, diz que n�o vai se esquecer dos amigos no ex�lio."
A promessa encantou muitos evang�licos. "Quando
Collor voltar, serei seu ministro", garantiu o consultor
Rosa, certa vez. Tamb�m foi pela religi�o que ele
estreitou os la�os com o ex-presidente. Sua mulher, Ang�lica
Rosa, trabalhou como "conselheira espiritual" de
Collor em Miami. Foi nesse cen�rio praiano dos Estados
Unidos que Caio F�bio e seus amigos, como Rosa,
resolveram fazer hist�ria. Caio F�bio diz ter
ouvido as informa��es que integram o dossi�
Cayman "em confiss�o" - ritual inexistente
entre os evang�licos. Seus conhecidos sustentam que a
origem de tudo � a Associa��o dos Homens de
Neg�cio do Evangelho Pleno. "� um lugar que
Jesus nunca freq�entaria, pois s� tem rico",
ataca Ben Figueiredo. Visto religioso - Quando o assunto diz
respeito aos irm�os de credo brasileiros, todo mundo quer
atirar a primeira pedra, para n�o correr o risco de ser
confundido com joio. "Noventa por cento desses religiosos v�m
para c� faturar", diz Vidal Visconti, que mora nos
Estados Unidos h� 15 anos e h� sete tornou-se
evang�lico. Ele insiste em ser chamado de ministro, e n�o
de pastor. "N�o me ofenda, por favor." S�o
apenas nomes diferentes para a mesma fun��o. Foram
admitidos nos Estados Unidos, no ano passado, 213 brasileiros
com visto tempor�rio para trabalhos religiosos, segundo o
Escrit�rio de Assuntos Consulares do governo americano. A
maioria ficou na Fl�rida. Outros cinco obtiveram um visto
permanente. Para conseguir o visto tempor�rio, o
candidato precisa provar que, h� pelo menos dois anos, �
ministro de uma denomina��o religiosa que tenha
uma representa��o nos EUA sem fins lucrativos e de
reputa��o ilibada. A maioria dos evang�licos
entra no pa�s com visto de turista e acaba instalando-se
na comunidade. "Eles v�m espiar a terra e, se
encontram o que buscam, ficam e depois procuram o visto
religioso", conta Ben Figueiredo. Nos Estados Unidos h�
quatro anos, o pastor observa que muitos abrem igrejas,
declaram-se "independentes", criam suas pr�prias
regras e passam a viver do d�zimo dos fi�is. "Acham
que v�o se arrumar por aqui", interpreta. J�
se teve not�cia de pastor envolvido nas mais diversas
falcatruas, segundo Figueiredo. Em venda de dossi�, por�m,
foi a primeira vez. Em geral, os golpes s�o mais
prosaicos, como passar cheque sem fundo, pedir dinheiro
emprestado e n�o devolver, falsificar documentos. "As
v�timas n�o denunciam porque est�o no pa�s
ilegalmente", afirma o pastor. "Mas, quando os
golpistas s�o pegos, se mandam de volta para o Brasil."
Em portugu�s - Para o reverendo Fred Morris, presidente do
Conselho de Igrejas da Fl�rida, os religiosos brasileiros
est�o ocupando o vazio deixado pelos americanos. "As
igrejas tradicionais, aqui, est�o morrendo",
constata Morris, que j� morou no Rio de Janeiro. O
Conselho de Igrejas da Fl�rida congrega 26 denomina��es
evang�licas tradicionais dos EUA. "Sem falar
espanhol ou portugu�s, os pastores n�o t�m
conseguido abrir a porta para os latinos", diz Morris. Em
Miami, eles s�o 55% da popula��o. Nas
denomina��es evang�licas tradicionais, como
as igrejas presbiteriana, metodista e episcopal, os templos, em
geral, n�o pertencem aos pastores. Na opini�o de
Morris, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos os evang�licos
exploram excessivamente o pobre. "Est�o todos no
mesmo saco", resume, num simp�tico portugu�s. "Eles
usam a teologia da prosperidade, com o argumento de que, se o
fiel der o dinheiro para a igreja, Deus vai ajud�-lo a
progredir." Ben Figueiredo assegura que fundou a Assembl�ia
de Deus para proteger o rebanho brasileiro que trabalha e se
bronzeia em Miami Beach. "Viemos para cuidar da comunidade
no sentido espiritual, social e mesmo jur�dico",
explica o pastor, que tamb�m encaminha para advogados os
conterr�neos em situa��o dif�cil
perante a lei. A igreja conta com 150 fi�is brasileiros e
70 judeus americanos. Arrecada cerca de US$ 10 mil por m�s,
de acordo com Figueiredo. Seu sal�rio declarado �
de US$ 2 mil mensais, mais um adicional para as despesas da casa
pastoral. Milagres - A Assembl�ia de Deus j� fez
dois verdadeiros "milagres" na Fl�rida.
Primeiro, instalou-se em uma das mais ortodoxas sinagogas de
Miami Beach, e celebra em tr�s l�nguas o amor a
Cristo, al�m dos feriados judaicos. Mas n�o �
s�: naquele templo os fi�is dan�am em
alguns cultos, uma mudan�a de h�bito que chegou
com os judeus. "� um milagre ter dan�a dentro
de uma Assembl�ia", diz Ben Figueiredo. "Isso �
parte do nosso brilhantismo para enfrentar o novo mil�nio."A
Assembl�ia de Deus comprou a sinagoga por US$ 420 mil,
sob a condi��o de que judeus pudessem celebrar o
Shabbat Ali. Nasceu assim a parceria entre evang�licos e
os judeus messi�nicos, um grupo que reconhece Jesus. O
templo-sinagoga tem cerim�nias em espanhol, portugu�s
e ingl�s. D�zimo - Em Pompano Beach, o mineiro Jos�
Vasconcelos foi um dos pioneiros entre os pastores evang�licos
brasileiros do sul da Fl�rida. Chegou � cidade em
janeiro de 1987 e, um ano depois, estava abrindo a Nova Jerusal�m.
"Acredito que haja, no m�nimo, 200 pastores atuando
como evangelizadores no sul da Fl�rida", afirma o
pastor, que hoje possui a Assembl�ia de Deus-Minist�rio
de Bel�m. Vasconcelos diz que n�o foi para a Fl�rida
com a inten��o de abrir uma igreja evang�lica,
mas sim para fazer um curso de Direito Internacional P�blico.
Na �poca, tinha apenas o visto de turista, mas come�ou
a trabalhar num escrit�rio de advocacia de imigra��o
e regularizou sua situa��o. Com o crescimento da
comunidade brasileira no sul da Fl�rida, aumentou o n�mero
de pastores e ministros interessados em trabalhar com esses "turistas".
"H� aqueles que iniciam uma igreja aqui mesmo e
outros que s�o enviados por entidades do Brasil",
relata Vasconcelos, jurando desconhecer o pastor Caio F�bio.
"Alguns entram com o visto de turista e, aqui, providenciam
o de religioso, enquanto outros j� v�m com o visto
de religioso dado pelo consulado americano de l�."
Perguntado sobre os requisitos exigidos para abrir uma igreja, o
pastor faz distin��o entre os "aventureiros"
e os que t�m "boa inten��o". Mas n�o
esconde que "qualquer um pode fundar uma igreja". A
remunera��o dos pastores varia de US$ 2 mil a US$
4 mil e o dinheiro que mant�m uma igreja evang�lica
prov�m do d�zimo recolhido entre os fi�is. "Pela
B�blia, o crist�o realmente convertido sente
necessidade de dar 10% do que ganha em forma de d�zimo �
igreja", diz Vasconcelos. E conclui: "Eu sempre fiz
isso."
Publicado no Jornal O Estado de S�o
Paulo em 2 de dezembro de 1998
Investiga��o da PF aponta
Caio F�bio como elo entre envolvidos
Com a ajuda do FBI, Pol�cia Federal
espera concluir parte do inqu�rito sobre documentos EDSON
LUIZ BRAS�LIA - A Pol�cia Federal (PF) vai contar
com a ajuda do FBI - a pol�cia federal americana - para
chegar aos autores dos documentos que divulgaram uma suposta
sociedade e uma conta milion�ria nas Ilhas Cayman, entre
o presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador M�rio
Covas e os ministros Jos� Serra (Sa�de) e S�rgio
Motta (Comunica��es), morto em abril.
Possivelmente na pr�xima semana, a PF concluir�
parte do inqu�rito que investiga o caso, mas as informa��es
levantadas at� agora levam a crer que o pastor Caio F�bio
D'Ara�jo Filho � um dos principais elos de liga��o
entre os autores dos documentos e as pessoas que os
distribuiram. Para evitar o vazamento de informa��es,
todos os delegados envolvidos no caso est�o
comunicando-se com a dire��o da PF por telefones p�blicos
(orelh�es) ou cabines telef�nicas, em liga��es
� cobrar, para que n�o haja risco de grampos. "Poderemos
utilizar um conv�nio que temos com o FBI para realizar as
investiga��es em Miami, onde o pastor tem liga��es",
informou ao Estado uma fonte da PF. Segundo essa fonte, um
delegado que acompanha o caso, a partir da conclus�o da
parte brasileira das investiga��es, - que vai
esclarecer quem teve acesso e quem distribuiu os documentos - a
apura��o ser� transferida para o exterior,
principalmente para as Ilhas Cayman, um para�so fiscal no
Caribe, e Miami, onde o pastor Caio F�bio estaria hoje. "Ele
� uma pe�a fundamental nessas investiga��es",
afirma o delegado da PF. Segundo ele, at� agora a PF n�o
conseguiu colher o depoimento do pastor, que intermediou a venda
do dossi� para v�rios pol�ticos de oposi��o.
A Divis�o de Crime Organizado e Inqu�ritos
Especiais da PF (DCOIE) dever� solicitar ajuda ao FBI
para esclarecer as liga��es de Caio F�bio
em Miami, que poderiam ter rela��o com os
documentos. "Temos que investigar todas as pessoas com quem
o pastor fez contatos", diz o delegado. Para a PF, outra
testemunha importante no caso � o advogado M�rcio
Thom�z Bastos, que levou os documentos ao ent�o
candidato do PT, Luiz In�cio Lula da Silva, garantindo
que eles n�o estavam fundamentados. Na PF, Bastos disse
que n�o poderia revelar o nome da pessoa que lhe entregou
os documentos, assegurando sigilo profissional. "Com
certeza quem entregou os pap�is ao advogado n�o
era nenhum cliente constituido", avalia a fonte da PF. "Portanto,
ele poderia dizer quem lhe entregou o documento",
acrescenta o delegado. Grampo - Se as investiga��es
sobre os documentos est�o avan�adas, o mesmo n�o
acontece com a apura��o das escutas telef�nicas
clandestinas na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico
e Social (BNDES), que causaram a demiss�o de cinco
membros do governo, incluindo o ministro das Comunica��es,
Luiz Carlos Mendon�a de Barros. A PF est�
encontrando dificuldades para saber de onde partiram os grampos,
j� que as fitas que est�o sendo analisadas no
Instituto Nacional de Criminal�stica (INC) provavelmente
foram editadas.
Publicado no Jornal O Estado de S�o
Paulo em 1 de dezembro de 1998
Pastor muda vers�o sobre oferta de
documentos
Caio F�bio afirma agora que desde o
in�cio detentores de pap�is exigiam dinheiro
WILSON TOSTA e REBECA KRITSCH RIO - O pastor Caio F�bio
D'Ara�jo Filho, que ofereceu � oposi��o
documentos sobre uma suposta sociedade entre o presidente
Fernando Henrique Cardoso e outras autoridades tucanas no
Caribe, apresentou nova vers�o para sua participa��o
no caso. Agora ele admite que, desde o in�cio das
conversas, entabuladas durante a campanha eleitoral, os
detentores do dossi� Cayman exigiam dinheiro para fornec�-lo.
Em mensagem enviada pela Internet a l�deres evang�licos,
Caio F�bio sustenta que, inicialmente, o grupo pedia US$
4 milh�es para "se proteger". Depois �
que teria surgido na trama, de acordo com seu novo relato, o "senhor
que falara portugu�s com sotaque ingl�s",
exigindo US$ 1,5 milh�o s� para mostrar a
papelada. Nas vers�es que divulgara at� ent�o,
o evang�lico afirmava que fora o suposto brit�nico
quem introduzira dinheiro na conversa, sem o seu conhecimento,
no meio do processo. "O assunto dinheiro surgiu sutilmente",
contou Caio F�bio. "Primeiro, era para que os que
diziam ter as provas pudessem se proteger, deixando o lugar onde
trabalhavam." Pelo relato do pastor, as pessoas que tinham
em m�os o dossi� insistiam em receber US$ 4 milh�es.
"Eu disse que esse pre�o pelo acesso �s
provas era imposs�vel de ser pago e falei, sempre atrav�s
do irm�o (o evang�lico que lhe teria revelado, em
confiss�o, a exist�ncia do dossi�), que
dessem os documentos e contassem com outra forma de prote��o",
afirmou. Ainda de acordo com essa vers�o, as tais pessoas
que guardavam o dossi� aceitaram, ent�o, deixar os
interessados ver os documentos. "Marcamos um encontro e
fomos. L�, encontramos um senhor que falava portugu�s
com sotaque ingl�s e que nos disse que, se quis�ssemos
ver, ter�amos de pagar US$ 1,5 milh�o",
lembrou Caio F�bio. Ele garantiu que, ao encontrar com
aquele senhor, em Fort Lauderdale, na Fl�rida, ligou para
Nilo Batista, que � seu advogado e tamb�m do
presidente do PDT, Leonel Brizola. "Ele me disse: 'Sa�
j� da�'. Sa�", repetiu, insistindo em
que n�o intermediou a venda do dossi�. Contradi��o
- O candidato derrotado do PPS � Presid�ncia, Ciro
Gomes, contou ontem que Caio F�bio garantiu, durante a
campanha, que os "documentos originais" do dossi�
seriam vendidos por R$ 1 milh�o. "Ele falou que um
amigo seu havia estabelecido um pre�o de R$ 500 mil para
as c�pias dos documentos e de R$ 1 milh�o para os
originais", declarou. Na mensagem aos evang�licos,
Caio F�bio desmentiu outro ponto de sua primeira vers�o,
no qual dizia que "o ingl�s" pedira dinheiro a
Brizola, por telefone. "Creio que houve uma arma��o
e que acabou me envolvendo", argumentou, acrescentando que "o
ingl�s" conversou apenas com Nilo Batista. Em e-mail
enviado de Miami, Caio F�bio afirmou ainda que o empres�rio
evang�lico Al�pio Gusm�o dos Santos, dono
do grupo Gusm�o dos Santos, est� "angustiado"
com supostas "tentativas de criar conex�o"
entre o nome dele e o dossi� Cayman. "Qualquer
tentativa de trazer meu amigo Al�pio para dentro dessa
hist�ria � maldade e pura fabrica��o",
considerou. No domingo, o Estado revelou que a Receita Federal e
a Secretaria da Fazenda de S�o Paulo est�o
investigando empresas do grupo Gusm�o dos Santos, para
apurar den�ncias de sonega��o de impostos,
emiss�o de notas frias e caixa 2. O assessor de Caio F�bio,
Robin Glass, � um dos s�cios de Jo�o Gusm�o
dos Santos, irm�o de Al�pio, na Pittsburgh Trading
Inc.. A empresa, que pertence ao grupo Gusm�o dos Santos,
est� situada em Pompano Beach, a uma hora de Miami. "Este
� um assunto entre ele e eu", desconversou Glass.
Ainda ontem, a jornalista C�ntia Fernandes Braga, editora
do jornal Star in America, que circulou em Miami at�
fevereiro, negou que Caio F�bio tenha sido colunista da
publica��o. Mas o nome do pastor aparece no
expediente de v�rios n�meros do jornal como
colunista, ao lado de Rony Curvelo, assessor do ex-presidente
Fernando Collor.
Publicado no Jornal O Estado de S�o
Paulo em 19 de novembro de 1998
Pastor tem neg�cios com consultor
em Miami
Brasileiro dirige escrit�rio que
faz abertura de contas em para�sos fiscais e nega rela��o
com dossi� Cayman ANT�NIO TOSI Especial para o
Estado MIAMI - O pastor evang�lico Caio F�bio
D'Ara�jo Filho, o homem que se disp�s a apresentar �
oposi��o quem teria o dossi� sobre a suposta
conta do presidente Fernando Henrique Cardoso no Caribe, mant�m
relacionamento comercial, em Miami, com um brasileiro cujo
escrit�rio � especializado em abrir contas
correntes em para�sos fiscais, como as Ilhas Cayman.
Trata-se do consultor financeiro Oscar de Barros, dono da
Overland Advisory Services, escrit�rio especializado na
abertura de empresas e contas de pessoas f�sicas em para�sos
fiscais. "� tudo dentro da legalidade", diz
Oscar. Ele n�o revela quem s�o seus clientes. "Entre
nossos clientes figuram muitos pol�ticos e empres�rios
que, evidentemente, querem sigilo sobre esse tipo de opera��o",
conta. O brasileiro nega, por�m, que tenha algum
envolvimento com o dossi� Cayman. Cat�lico, garante
que sua rela��o com Caio F�bio � "meramente
comercial". Oscar afirma estar procurando investidores para
capitalizar a emissora de TV de Caio F�bio no Rio, a
Vinde. O neg�cio incluiria um grupo da �sia. "O
reverendo Caio F�bio � nosso cliente h�
cerca de um ano e, nesse per�odo, mantivemos um
relacionamento respeitoso, mas sempre comercial", comentou
o consultor. Ele assegura n�o ter visto nenhum documento
envolvendo o presidente e o ministro da Sa�de, Jos�
Serra, nem o governador M�rio Covas e o ex-ministro das
Comunica��es, S�rgio Motta, que morreu em
abril. Al�m disso, diz s� ter conversado com Caio
F�bio sobre o assunto quando o nome do pastor surgiu no
notici�rio. "N�o recebi nenhum documento
desse tipo para analisar e, se tivesse recebido, cobraria pelo
servi�o, al�m de contratar escrit�rios de
advocacia e empresas especializadas para fazer uma avalia��o
criteriosa", argumentou. Oscar ressaltou ainda que a
informa��o sobre uma suposta conta secreta de
Fernando Henrique e outras autoridades tucanas j� vem
circulando no mercado financeiro h� algum tempo, sem que
ningu�m tenha mostrado provas concretas at� agora.
Depois, afirmou ser "ingenuidade" achar que ser�
revelada a exist�ncia de qualquer conta em para�sos
fiscais. "Ora, se algu�m procura esse tipo de
caminho � justamente porque n�o quer ser
descoberto". Para o consultor, quem deveria provar a exist�ncia
do dossi� Cayman "� o tal do Gushiken
(deputado Luiz Gushiken, do PT, que coordenou a campanha de Luiz
In�cio Lula da Silva � Presid�ncia) e o
advogado M�rcio Thomaz Bastos, que afirmaram ter visto os
documentos". Oscar saiu em defesa de Caio F�bio,
tentando mostrar indigna��o. "No fim, est�
caindo tudo nas costas do coitado do parstor", observou.
Cor-de-rosa - Sempre ressalvando que n�o sabe nada sobre
o dossi� Cayman, Oscar de Barros insinuou que a "a
tal pasta cor-de-rosa" do banqueiro �ngelo Calmon de
S�, que estava recheada com documentos sobre as
atividades do Banco Econ�mico nas Ilhas Cayman, pode ser
uma "excelente pista" para encontrar provas
comprometedoras. "O Proer (programa governamental de
socorro aos bancos) s� foi gerado porque ficaram com medo
do conte�do da pasta do Calmon", emendou. Oscar
sustenta que n�o gosta de operar com as Ilhas Cayman,
lugar preferido dos brasileiros, e diz n�o ser �ntimo
do ex-presidente Fernando Collor, que tem casa e escrit�rio
em Miami. "Meu contato com Collor foi somente social, nunca
pol�tico ou comercial", garantiu. "Estive num
jantar, na casa do Paulo S�rgio Rosa, em que o
ex-presidente tamb�m estava e acho que ele � um
sujeito com boa estampa, mas muito mal assessorado". Rosa �
outro amigo brasileiro de Caio F�bio que mora em Miami.
Consultor de Recursos Humanos, disse ao jornal O Globo, no in�cio
da semana, ter recomendado ao pastor que procurasse um escrit�rio
de porte internaciona,l especializado em finan�as (deu
como exemplo a Kroll Associates), quando ele lhe falou sobre a
exist�ncia do dossi� Cayman. "Eu n�o
seria competente para dar sugest�o ou parecer",
avaliou. Um dia depois, em entrevista ao Estado, negou que Caio
F�bio tenha tocado no assunto com ele. "Nunca vi, n�o
sei, desconhe�o e tenho raiva de quem sabe",
desconversou. "Acho que isso � at� uma
vergonha para o Brasil." Evang�lico como Caio F�bio,
Rosa chegou � Fl�rida h� tr�s anos.
Em Miami, � propriet�rio da Nova Gest�o,
empresa especializada na prepara��o de gerentes.
Tem outras firmas em S�o Caetano do Sul, no ABC paulista,
sendo s�cio de uma empresa de consultoria em marketing,
sediada naquele munic�pio, que possui em sua carteira
clientes como Odebrecht, Fiat e Volkswagen. Desde que
desembarcou em Miami, vinha tentando aproximar-se de Collor, de
quem confessou ser admirador. Para ele, o ex-presidente foi "v�tima
de um processo s�rdido". A carreira do consultor,
segundo ele mesmo conta em O V�o das �guias - um
livro de sua autoria que est� para ser publicado -, come�ou
no Sindicato dos Metal�rgicos de S�o Bernardo do
Campo, onde dava aulas de Matem�tica e conheceu Lula.
Quando Jair Meneguelli (hoje deputado federal pelo PT) assumiu a
presid�ncia do sindicato, Rosa discordou de sua forma de
atua��o e saiu de l�. "N�o me
lembro dele", diz Meneguelli. Rosa iniciou, ent�o,
uma carreira como negociador do Sindicato dos Trabalhadores T�xteis
de S�o Paulo. Na ocasi�o, revelou-se h�bil
na mesa de negocia��es. Seus m�todos, por�m,
eram discut�veis. Por ter tido sucesso numa negocia��o
contra um renomado advogado trabalhista que defendera o
sindicato patronal do setor t�xtil, ele obteve
reconhecimento. O pr�prio advogado o convidou para dar
palestras a executivos sobre sindicalismo, numa empresa do
Nordeste. A partir da�, passou a dar esse tipo de
assessoria a v�rias companhias. Sua empresa cresceu e ele
resolveu expandir as atividades para o exterior. Nos Estados
Unidos, iniciou contatos com alguns empres�rios da
comunidade, mas n�o foi bem recebido. Tamb�m
esteve por tr�s de um jornal chamado Star in America, que
circulou por alguns meses, onde se especializou em dirigir
ataques ao c�nsul-geral do Brasil em Miami, Luiz Fernando
Benedini. O pastor Caio F�bio tinha espa�o
constante na publica��o. Nunca, por�m,
falou sobre pol�tica. Apenas sobre f� religiosa.
Paulo S�rgio Rosa mora em um condom�nio de alto
padr�o, com a mulher e dois filhos. Atualmente, tem
circulado muito pouco entre os brasileiros de Miami,
concentrando suas aten��es nos colegas evang�licos,
que formam um grupo grande no Sul da Fl�rida. Ele foi
diretor da First Brazilian Baptist Church of Greater Miami, mas
essa igreja, aberta em julho de 1997, fechou h� um m�s.