Publicado no Jornal O Globo em 04/07/2002
S�O PAULO - O pastor Samuel Ferreira, representante da Conven��o
Nacional das Assembl�ias de Deus, afirmou h� pouco em discurso,
durante almo�o de apoio a de Anthony Garotinho (PSB) � presid�ncia
da Rep�blica, que h� 208 mil pessoas inscritas para fazer trabalho
de boca de urna para o candidato. O pastor, que � de Madureira,
Rio de Janeiro, integra uma ala da Assembl�ia de Deus que re�ne
cerca de 30% dos fi�is dessa religi�o no pa�s.
Segundo Ferreira, que se retirou em seguida do almo�o, essas
pessoas ser�o 'visitadas' pela igreja.
- Vamos fazer o que a lei n�o impede - completou.
Garotinho ainda n�o falou aos cerca de 300 pastores de diversas
partes do pa�s que est�o reunidos num hotel em S�o Paulo.
POR QUE N�O VOTAR EM GAROTINHO
Publicado na Revista Carta Capital em 20/05/2002
A HIST�RIA PROIBIDA
Como o pr�-candidato do PSB, Anthony Garotinho, preferiu o
caminho das liminares � transpar�ncia que ele prega e se espera
de um presidenci�vel
O leitor deveria encontrar nesta e nas pr�ximas quatro p�ginas
uma outra hist�ria. A que envolve o pr�-candidato � Presid�ncia
da Rep�blica pelo PSB, Anthony Garotinho, e Guilherme Freire,
cidad�o que declarou em entrevista a CartaCapital ter sido freq�ente
doador de campanhas pol�ticas e intermedi�rio de neg�cios do
agora presidenci�vel.
Garotinho, apesar de seus assessores terem sido informados
de que CartaCapital n�o publicaria o conte�do de fitas - e sim
uma entrevista em que Freire contava, inclusive, por que gravou
conversas de e com o ex-governador -, buscou na Justi�a o embargo
� reportagem.
O que se l� a seguir, enquanto a revista vai � Justi�a em busca
do direito l�quido e certo de publicar uma entrevista com um
cidad�o que acusa, e diz ter como provar, � o estilo e algo
mais de um homem que quer governar 170 milh�es de cidad�os brasileiros.
CartaCapital confia na Justi�a e tem a certeza de que seus
leitores, em breve, ter�o acesso a esse cap�tulo pregresso da
hist�ria de Garotinho. Aos fatos.
No dia 24 de abril, CartaCapital conversou pela primeira vez,
por telefone, com o empres�rio Guilherme Freire, que afirmava
ter den�ncias, e provas, contra o ex-governador do Rio de Janeiro
e candidato � Presid�ncia, Anthony Garotinho.
Freire afirmou ter provas tamb�m de seu passado como colaborador
de campanha do presidenci�vel. E relatou neg�cios feitos em
nome de Garotinho. Freire disse ter resolvido falar como forma
de proteger sua vida e a dos seus familiares.
Tr�s dias depois, no Rio de Janeiro, deu-se o primeiro encontro
do editor Fl�vio Lobo com o empres�rio. A conversa, num pr�dio
em Ipanema, durou 50 minutos.
No dia 1� de maio, o editor encontrou-se com Freire em S�o
Paulo. A conversa se esticou das 7 da manh� �s 5 da tarde. Foi
gravada uma entrevista. Presente o subeditor S�rgio L�rio, que
se encontraria outra vez com Freire em Campos, no Rio de Janeiro,
j� nos dias 7 e 8 deste maio.
Lobo esteve duas vezes no Rio, onde, por cinco dias, checou
informa��es fornecidas por Freire. S�rgio L�rio, entre Campos
e o Rio de Janeiro, passou outros quatro dias. Juntos, ambos
ouviram 19 testemunhas de fatos, a��es, rela��es e neg�cios
que, segundo Guilherme Freire, envolvem o seu passado de liga��es
com o ex-governador Anthony Garotinho.
Na segunda-feira 13, S�rgio L�rio encontrou-se rapidamente
com o presidenci�vel na reda��o do jornalismo da Rede Bandeirantes,
em S�o Paulo, onde Garotinho gravaria uma entrevista.
Com testemunhas - que, no caso, s�o sempre necess�rias -, o
subeditor descreveu para Garotinho o cerne do que seria a reportagem
e pediu-lhe uma entrevista. O ex-governador respondeu, sem saber
dos detalhes da investiga��o da revista:
- N�o falo sobre bandidos.
L�rio, na mesma noite, insistiu com Paulo Fona, um dos assessores
de imprensa do ex-governador. Discorreu sobre os fatos em quest�o
e quanto � necessidade de ouvir o pr�-candidato.
No dia seguinte, ter�a-feira 14, Fona telefonou para a reda��o
de CartaCapital e informou que Garotinho n�o falaria. Na quarta-feira
15, por volta das 19 horas, o redator-chefe insistia com os
assessores Fona e Peninha para ouvir o ex-governador.
Enquanto seguia a conversa, e se tratava da possibilidade de
uma entrevista, chegava � reda��o de CartaCapital uma liminar
expedida pelo juiz Marcelo Oliveira da Silva, da 21� Vara C�vel,
com a��o indenizat�ria contra a revista (leia � p�gina 31).
No despacho, Oliveira adianta: "Ficando, desde j�, INTIMADA
de que dever� abster-se publicamente, perante a imprensa escrita
e falada, e ainda pela internet, o conte�do de quaisquer grava��es
ou fitas, ou ainda transcri��es ou escritos, relativos a intercepta��es
de liga��es telef�nicas dos autores".
Na liminar, o juiz estipulava uma multa de R$ 100 mil por dia
em caso da divulga��o. O redator-chefe, Bob Fernandes, observou
ao assessor Peninha:
- Mas como � que voc�s fazem de conta que tratam de uma entrevista
enquanto pedem � Justi�a uma liminar para impedir a publica��o
de uma reportagem?
Os assessores disseram n�o ter informa��o alguma sobre a liminar.
O redator-chefe disse ainda que a reportagem n�o se baseava
em fitas, e sim numa entrevista e em fatos revelados por Guilherme
Freire. O assessor Fona mostrou-se surpreso:
- Ah, n�o s�o fitas? � uma entrevista com ele?
Uma hora depois, S�rgio L�rio conversava com o assessor Peninha.
Este, depois de informar que estava com o presidenci�vel, a
caminho da Para�ba, sugeriu:
- Mande perguntas detalhadas por escrito que o governador ir�
responder.
Dez perguntas foram enviadas, �s 23h19 para o Hotel Tamba�,
em Jo�o Pessoa (PB). A recep��o confirmou a chegada do fax em
perfeitas condi��es, o que foi reconfirmado por volta das 11h30
da manh� seguinte pelo assessor Fona:
- O fax j� est� com ele. V�o te ligar.
Cinco telefonemas durante o dia, e sempre a mesma resposta:
"Daqui a pouco algu�m te liga". J� �s 17h30, sem que houvesse
resposta alguma por parte de Garotinho, toca o telefone na reda��o
de CartaCapital. Algu�m, que se identificou como o escriv�o
Benedito, da 21� Vara C�vel, informou:
- O juiz expediu um outro mandado.
Dito isso, passou a transmitir por telefone o teor da peti��o
(leia � p�gina 29) dos advogados de Garotinho e o conte�do da
decis�o do juiz (leia � p�gina 28).
� in�dito, ao menos na hist�ria do jornalismo brasileiro, e
desconhecido pela lei processual, que um escriv�o fa�a, por
telefone, uma intima��o para embargo de uma reportagem. Dizia
o escriv�o falar em nome do juiz.
Por volta das 18h30 chegaram � reda��o, via fax, a peti��o
dos advogados de Garotinho e o despacho do juiz, parte dele
escrito de pr�prio punho.
Para ilustra��o dos leitores quanto � personalidade do candidato,
adiante-se um trecho do que solicitaram seus advogados ao juiz.
Que, neste particular, indeferiu. Pediu Garotinho por meio dos
seus:
- Fiquem impedidos de imprimir e distribuir qualquer material
da r� (CartaCapital) envolvendo as pessoas dos autores (Anthony
William Garotinho Matheus de Oliveira, Jonas Lopes de Carvalho
J�nior - advogado, ex-s�cio do presidenci�vel, hoje conselheiro
do Tribunal de Contas, e Waldemar Linhares Duarte, contador)
sem pr�via autoriza��o do ju�zo, fixando-se multa n�o inferior
a R$ 500 mil para o caso de descumprimento da ordem.
N�o se especifica se a multa � di�ria, como no mandado anterior,
ou n�o. A ordem envolvia tamb�m a gr�fica que imprime CartaCapital
e a distribuidora.
Entenda-se: um dos candidatos que pretendem presidir o Brasil
no in�cio do s�culo XXI, no caso Garotinho, pediu a um juiz,
por meio de seus advogados, que a Justi�a simplesmente impe�a
a publica��o de toda e qualquer informa��o sobre a sua pessoa.
N�o se admite publicar nada, sem pr�via autoriza��o. Inclusive,
cit�-lo. Qui�� mencionar um espirro que tivesse dado. Chega-se,
assim, ao cl�max, aos p�ncaros, � perfei��o do jornalismo ideal
para quem est� no poder.
Tivesse sido atendido o pedido de Garotinho - e o juiz n�o
o atendeu, registre-se - o m�ximo que o leitor estaria a ler
aqui seria algo no g�nero:
- O cidad�o, aquele que carrega no nome o que n�o mais tem
na alma, o que j� morou e governou aquela cidade, cujo nome
remete a um lugar que cont�m capim, plantas, vacas, passarinhos,
galinhas, carrapatos, fauna e flora, enfim, e que j� habitou
naquele pal�cio, aquele, aquele, isso, aquele, � candidato a
tomar conta daquele outro pal�cio. Aquele, o da rampona, que
tem uns soldados com baioneta na porta. E ele � candidato por
aquele partido. Aquele, que tem na sigla aquela ideologia que
o barburd�o alem�o em grande parte formulou...
Quanto a essa por��o da manifesta��o de inequ�voco pendor democr�tico
e respeito �s liberdades b�sicas, o juiz recusou o pedido do
candidato a presidir o Brasil e dos seus colaboradores.
O que o juiz Silva deferiu na noite da quinta-feira 16, foi:
- Em raz�o dos documentos anexados que demonstram o firme prop�sito
de publica��o do conte�do das grava��es, majoro a penalidade
para R$ 500 mil caso o teor das fitas venha a ser divulgado.
Registre-se que a colunista M�rcia Peltier teve uma pequena
participa��o no espet�culo. Em sua coluna no Jornal do Brasil,
ainda na quinta-feira 16, M�rcia, sem sequer ter ouvido CartaCapital,
divulgou vers�o dos advogados de Garotinho - que falavam em
fitas - e j� comemoravam o embargo � publica��o antes de ela
ir �s bancas.
Caro leitor. O candidato, ator nesta pe�a, � o mesmo que vive,
nestes dias, a cobrar transpar�ncia e explica��es de seus advers�rios.
� o mesmo candidato que acusou o presidente da Rep�blica, Fernando
Henrique Cardoso, de obstruir as investiga��es em torno dos
grampos do BNDES.
� o mesmo candidato que gravou seu ex-secret�rio de Seguran�a,
Lu�s Eduardo Soares. Gravou e divulgou o conte�do da conversa
a toda imprensa e � m�dia em geral.
� o mesmo que, relatam assessores da governadora Benedita da
Silva, permitiu, ao deixar o Pal�cio da Guanabara, que se destru�ssem
os cabos da rede de inform�tica da sede do governo carioca,
entre outras malfeitorias.
O mesmo que assinou, no �ltimo dia de governo, o ato que lhe
daria o direito a uma pens�o de R$ 9,6 mil. E que s� voltou
atr�s depois da divulga��o da hist�ria.
� o mesmo que, agora, fez crer � Justi�a que CartaCapital publicaria
fitas sob embargo, embora j� soubesse, desde a segunda-feira
13, que a reportagem se baseava numa entrevista de Guilherme
Freire, seu ex-colaborador.
Na entrevista, Freire conta por que gravou conversas com e
de Garotinho e revela o teor de outros assuntos graves, que
n�o apenas os contidos nas fitas.
CartaCapital, depois de ouvir seus advogados, e como o despacho
inclu�a seus parceiros - gr�fica e distribuidora - optou por
buscar na Justi�a o desbloqueio da reportagem e evitar problemas
a terceiros.
Por ora, serve a seus leitores um retrato de Garotinho pincelado
pelo pr�prio. Esta � uma cr�nica sobre quem � e como age o pr�-candidato
do PSB � Presid�ncia da Rep�blica.
Diria um padre, ou um pastor, num p�lpito, diante de seus fi�is:
- O destino � implac�vel.
� mesmo. Na noite da quinta-feira 16, enquanto CartaCapital
recebia o despacho j� mencionado e escrevia-se esta hist�ria,
em rede nacional de televis�o, no hor�rio eleitoral gratuito
a que tem direito, Garotinho verberava. Verbo entrecortado por
palavras transformadas em slogans publicit�rios a piscar na
tela da tev�:
- Justi�a... Seriedade... Honestidade... Verdade.
� da tradi��o da imprensa norte-americana, e a de outros pa�ses,
indicar um candidato de sua prefer�ncia em algum momento da
campanha eleitoral.
CartaCapital, por ora, depois das informa��es obtidas nos �ltimos
20 dias e da a��o de Garotinho e dos seus, vista e vivida tal
hist�ria, permite-se pelo menos sugerir em quem n�o parece ser
prudente votar.
COM A PALAVRA, O INIMIGO �NTIMO
Publicada na Revista Carta Capital em 27/05/2002
Neg�cios, artimanhas e amea�as de Garotinho no relato do empreiteiro.
A Flavio Lobo e S�rgio L�rio
Na entrevista que segue, o empres�rio Guilherme Freire conta
sua vers�o da amizade com o presidenci�vel Anthony Garotinho
e os motivos do rompimento. Parte da conversa com CartaCapital
tratou do conte�do de fitas gravadas pelo ex-empreiteiro, mas,
seguindo a determina��o da Justi�a, a revista suprimiu os detalhes
nos trechos publicados abaixo. At� porque CartaCapital s� teve
acesso � parte do conte�do de um n�mero desconhecido de fitas.
CartaCapital: Por que houve o rompimento entre o senhor e o
ex-governador?
Guilherme Freire: Em meados do ano passado, o Garotinho falou
� imprensa que rompemos em 1992. Depois, deu uma entrevista
ao Boris (Casoy), na Record (programa Passando a Limpo), dizendo
que mal me conhecia. Em 1996, Garotinho me ligava insistentemente
para que eu comprasse a TV Norte Fluminense. Est�vamos formando
um grupo. A TV Norte, naquela �poca, era repetidora da Rede
Globo (hoje � da Record), possu�a r�dio AM e FM. Garotinho tinha
um grande interesse nela. O pre�o era US$ 6 milh�es. Ele n�o
tinha o dinheiro todo, precisava de outras pessoas e come�ou
a montar o grupo de financiadores. Eu n�o tinha interesse em
sociedade com o Garotinho. De uma certa forma, comecei a fazer
corpo mole para n�o comprar.
CC: Por qu�?
GF: Porque uma tev� nas m�os do Garotinho seria um perigo.
Chantagem? Sem d�vida. A menina dos olhos dele sempre foi televis�o,
jornal, r�dio. � a �rea que ele gosta como empres�rio. Tenho
certeza de que um dos primeiros com quem ele iria querer brigar
seria comigo. Eu fiz corpo mole na compra. E a partir da� come�amos
a nos separar. O deputado Alo�sio Castro comprou � �poca. Depois,
o neg�cio n�o foi para a frente. A Igreja Universal comprou
recentemente.
CC: Al�m da compra da TV Norte, o senhor intermediou outros
neg�cios para o Garotinho?
GF: Eu intermediei v�rios neg�cios para o Garotinho. Sempre
fui considerado por ele uma pessoa de alt�ssima confian�a.
CC: Por exemplo.
GF: Eu comprei, a pedido dele, e para ele, 50% de uma r�dio
de Maca�.
CC: Foi a R�dio Jornal Maca�?
GF: Foi.
CC: Com quanto o senhor entrou?
GF: Com cerca de US$ 200 mil.
CC: O senhor passou a ter algum envolvimento com a dire��o
da r�dio?
GF: Eu nem sei onde ela fica. Nunca estive l�. Depois da compra,
n�o participei de mais nada. Garotinho colocou o Paulo (Mafra,
empres�rio, colaborador de campanhas do ex-governador) para
administrar a r�dio. O Paulo sempre foi muito amigo dele. Depois
de algum tempo, a r�dio foi vendida (para Aluysio Barbosa, empres�rio
de Campos).
CC: Como o senhor define o relacionamento com o candidato.
A que ponto chegava a intimidade de voc�s?
GF: Festas de Garotinho, dos filhos, da esposa dele, eram na
minha casa. L� comemoravam os anivers�rios dos filhos, por exemplo.
Para quem diz que n�o me conhecia, t�m festas recentes. Tudo
por minha conta. Ele s� entrava com os convidados. O Garotinho
sempre gostou de ter seu empreiteiro da moda. Quando �ramos
pr�ximos, me chamava de Odebrecht. Depois de mim, ele passou
a fazer festas na casa de outros. O anivers�rio do filho dele,
no ano passado, foi na casa do Ari "M�ozinha" (Ari Pessanha).
O Ari tem um defeito na m�o. O Garotinho dizia que esse defeito
� de tanto roubar. Na tal festa, ele aparece abra�ado ao Ari.
Eu vi aquela m�o no ombro do Garotinho e disse: fechou. O Garotinho
� daqueles: "Fa�a o que eu digo, mas n�o fa�a o que eu fa�o".
Ele sempre usa o ditado "Dize-me com quem andas que eu te direi
quem �s". Ele, que adora essa express�o, se auto-rotulou.
CC: Mas o senhor tinha tr�nsito com ele?
GF: Livre. N�o precisava nem botar crach�. Abria e entrava.
Se ele estivesse conversando com algu�m, terminava logo para
me atender. Sempre foi assim. O Garotinho tinha uma porta paralela
na casa dele que eu sempre usava para entrar sem qualquer restri��o.
Sempre fui um alto financiador das campanhas. Dele e de quem
ele indicava. J� botei at� escola de samba para desfilar no
samb�dromo fazendo homenagem a ele (A Independentes de Cordovil,
em 1994). Banquei tudo. O que ele me pediu e eu pude atender,
atendi. Bon�s, panfletos, gasolina.
CC: Os senhores se encontravam onde?
GF: A gente se encontrava mais na casa dele. Ofere�o meu sigilo
telef�nico para provar nossos contatos. Em v�speras de elei��o,
ele me ligava quatro, cinco vezes por dia. Que amor � esse com
uma pessoa que mal se conhece? Por que ele me ligava tanto?
Sem me conhecer, por qu�?
CC: Al�m de tratar de neg�cios, tinham uma rela��o de amizade,
de sair para bater papo?
GF: T�nhamos. �amos a restaurantes, ao Rio juntos v�rias vezes�
CC: O senhor ajudou na campanha para governador?
GF: E muito. Nessa �ltima n�o, na que ele disputou com o Marcello
Alencar (1994). Principalmente na pr�-campanha, quando o Garotinho
disputou a indica��o do PDT com o Noel de Carvalho e o Jorge
Roberto Silveira. Brizola era o governador. Naquela pr�-campanha,
toda a ajuda foi minha. Sa� arrecadando fundos com terceiros,
procurando pessoas. Fiz o poss�vel. A partir do momento em que
ele ficou como candidato do PDT, o pr�prio partido, com sua
estrutura pol�tica, entrou e fez a campanha. A� j� foi outra
etapa. Garotinho deu uma entrevista dizendo que ia entrar com
uma a��o trabalhista contra o Brizola por servi�os prestados
sem remunera��o. Eu quero uma c�pia dessa a��o para entrar com
uma igual contra o Garotinho. Os servi�os que eu prestei para
ele n�o foram pequenos, n�o, foram dos grandes. E eu tenho provas
disso. Quero mostr�-las.
CC: Quanto o senhor gastou ajudando o Garotinho?
GF: Dei muita, muita ajuda...
CC: Quando exatamente houve o rompimento?
GF: Depois da hist�ria da tev�. O Garotinho criou ali o que
chamo de "secretaria da maldade". O secret�rio, doutor Jonas
Lopes, o subsecret�rio, Antonio Maur�cio Costa. Eram as duas
pessoas incumbidas de agenciar pessoas e advogados para entrar
com a��es contra mim. O Jonas combinou com o Maur�cio para colocar
a Receita Federal em cima de mim e que outros processos viriam.
E que havia conseguido mandado de pris�o contra mim. O Maur�cio
Costa, conversando com terceiros, diz que eu estava sofrendo
uma fiscaliza��o da Receita Federal. Como ele sabia, se a fiscaliza��o
da Receita � uma coisa sigilosa? Como vazou isso? Falar em outros
processos? Jonas � incapaz de tomar uma atitude sem o Garotinho
participar. N�o � uma pessoa que tem autonomia. Nunca teve autonomia
nem na casa dele.
CC: O ex-governador se defende dizendo que o senhor o acusa
porque ele teria descoberto irregularidades nos servi�os prestados
por sua empresa.
GF: Ele diz que me colocou para fora da prefeitura em 1992,
o que � uma inverdade. Totalmente mentira. Depois de eu me recusar
a comprar a tev�, um pouco antes do segundo mandato de prefeito
(1997), o Garotinho colocou a Receita em cima da minha empresa,
a� ele entrou na prefeitura, mandou as empresas revalidarem
as certid�es, o cadastro junto �s prefeituras, justamente para
que n�o desse espa�o para participarmos da obra. A Receita n�o
forneceu a certid�o. Ele armou para tirar a minha empresa da
prefeitura.
CC: Por que o senhor resolveu falar agora?
GF: Eu n�o tinha como confrontar o Garotinho antes. � delicado
para um cidad�o comum enfrentar a f�ria de um governador e de
um cidad�o milion�rio, diria at� perto de bilion�rio. Tenho
sofrido muitas persegui��es e a �nica forma de me defender foi
me preparar para denunciar. � o que estou fazendo agora.
CC: Mas n�o � estranho que o senhor apare�a justamente no momento
em que o ex-governador sobe nas pesquisas eleitorais como candidato
� Presid�ncia?
GF: N�o sou pol�tico, n�o tenho afinidade pol�tica com ningu�m.
N�o me interessa a posi��o dele na campanha eleitoral. Quero
ser ouvido, mostrar o que est� sendo feito comigo. O Garotinho
tem mandado v�rios recados via terceiros de que ele tem uma
vasta documenta��o contra mim. Eu o desafio: mostre. Torne p�blico.
Estou perdendo meu direito de ir e vir, me amea�am falando em
documentos que me incriminam. Chantagem, n�o. Estou disposto
a entregar todas as provas que tenho ao deputado A�cio Neves
(presidente da C�mara dos Deputados). Sei que no Brasil � uma
pr�tica question�vel, mas as fitas cont�m o raio X de um pol�tico
que pretende ser o presidente do Brasil. Se eu n�o conseguir
espa�o para falar aqui, vou ao exterior, � OEA (Organiza��o
dos Estados Americanos), � comiss�o de direitos humanos mostrar
o que tenho passado.
CC: O senhor tem id�ia do que seriam esses documentos?
GF: N�o, estou at� curioso, abro o espa�o para que se fa�a
o raio X de um cidad�o. Por que n�o se pode tamb�m fazer o raio
X de um pol�tico, de um presidenci�vel? A popula��o tem de saber
quem ele �. Por que barrar? Por que calar a imprensa? O Garotinho
diz que eu fiz fitas. As fitas salvaram vidas, a minha vida
e a de outras pessoas. Tenho provas de que ele corrompeu um
consulado. E isso � como corromper um pa�s.
CC: Corromper como?
GF: O Garotinho conseguiu um esquema com um consulado no Rio
para obter materiais hospitalares sem ter de pagar impostos
de importa��o. O consulado importava produtos farmac�uticos
em forma de doa��o e repassava para ele. O Garotinho tinha um
contato l�, algu�m identificado como primo do c�nsul. Isso era
repassado para parceiros. � um tipo de negocia��o envolvendo
um presidenci�vel da qual, acredito, a popula��o brasileira
precisa ser informada.
CC: O que mais?
GF: Quando parte das fitas sobre os acertos no Show do Garotinho
foi divulgada no ano passado, o Garotinho disse tamb�m que em
momento algum corrompeu ou autorizou algu�m a corromper o fiscal
da Receita. � outra mentira. Ele corrompeu, autorizou e at�
comemorou. Houve a participa��o direta do ex-governador na negocia��o.
CC: O senhor fez fitas?
GF: Eu tive de entrar num certo submundo para n�o morrer. Eles
queriam me matar. Tive que me defender, juntar documentos que
salvaram vidas. Tem fita falando em matar juiz. H� uma conversa
em que gente ligada a Garotinho fala abertamente em matar uma
empres�ria de Campos, dona Sila Chebabe. Eu mostrei a fita a
ela e isso salvou a sua vida (a empres�ria confirmou ter ouvido
a tal fita). Se n�o fossem esses documentos, eles teriam me
matado. O policial Melchiades (Luiz Carlos), que foi contratado
para me matar, havia sido expulso da pol�cia nos anos 80 por
assassinato, roubo e seq�estro. A� o Garotinho entra para o
governo do Estado e o que ele faz: bota o cara de volta na pol�cia
para ele se calar, para n�o falar que tinha sido pago para me
matar. Eu fui ao Minist�rio P�blico e levei provas. O depoimento
do Josenildo Ramos (empres�rio), que me informou da trama, �
muito contundente. (O inqu�rito foi arquivado. Leia detalhes
� p�g. 29).
CC: O senhor diz que sofreu muitas press�es desde as desaven�as.
GF: A persegui��o que o Garotinho faz comigo, principalmente
psicol�gica, � demais. Eu vivo um momento turbulento, sem saber
o que eles v�o fazer. Estou sem direito de ir e vir. Quero pedir
encarecidamente, ao deputado A�cio Neves, como presidente da
C�mara, que me receba, ele ou algu�m da Comiss�o de Justi�a,
para mostrar tudo o que se tem passado. Est� tudo documentado.
Quero entregar em m�os. � um pedido que fa�o. Pe�o que ele veja
o que tenho para mostrar. Sofro persegui��es que nem na �poca
da ditadura militar aconteceram neste Pa�s. Corro s�rio risco
de vida. Quero mostrar o que estou passando. Eu n�o ag�ento
mais. Tive de tirar minha fam�lia de Campos. Meus filhos come�aram
a ser discriminados. H� c�pias de todos os documentos e fitas
guardadas em lugar seguro. Elas ser�o divulgadas caso aconte�a
a mim ou � minha fam�lia.
CC: Conte melhor essa hist�ria do plano para mat�-lo.
GF: Garotinho, em 1997, mandou me matar. O Josenildo (Ramos,
empres�rio em Campos) come�ou a ligar para a minha casa, sem
se identificar, avisando o que estava para acontecer. O que
ele queria, na verdade, era deixar uma janela para escapulir
depois, j� que o assassinato teria muita repercuss�o na regi�o.
O matador seria o Melchiades. Com essas informa��es nas m�os,
contratei um escrit�rio de investiga��o. Eles levantaram e checaram
tudo. Eu fui ao Minist�rio P�blico e denunciei que o Garotinho
tinha armado para me matar. Sobre isso h� um inqu�rito no MP.
O promotor Marcelo Lessa convocou v�rias pessoas para depor,
inclusive o ent�o prefeito Garotinho. O ex-governador ligava,
em meio a reuni�es, para saber o porqu� da demora. Eles iam
me matar. Tentaram me matar fisicamente. Como n�o conseguiram,
partiram para me matar nos neg�cios. Inclusive procurando pessoas
que me devem e fechando acordos com eles para que n�o me pagassem.
Como � o caso de um processo em torno de R$ 500 mil que tramita
na Justi�a de Campos.
CC: Que tipo de persegui��o o senhor sofria?
GF: V�rias. Posso citar, por exemplo, duas persegui��es a mando
de Garotinho contra mim via Ibama. Em junho do ano passado,
foi montada uma opera��o na minha fazenda. Havia um conjunto
de irriga��o trabalhando, molhando a lavoura. A chefe do Ibama
em Campos, dona Rosa Castelo Branco, casada com um empreiteiro
da prefeitura, mandou apreender m�quinas e tratores. Ela alegou
que a �gua estava sendo tirada de uma lagoa. Fiquei detido um
dia na Pol�cia Federal. Ela mentiu. N�o era uma lagoa, era um
a�ude que eu fiz, eu constru�.
CC: E o outro caso?
GF: Foi algum tempo antes, em 1996. O coordenador do Ibama
em Campos era �lvaro Mateus, primo-irm�o do Garotinho. Fiscais
do Ibama foram at� uma obra minha, prenderam e acorrentaram
v�rias m�quinas. Ele me procurou, disse que as m�quinas estavam
presas e que precisava conversar comigo. Ele foi ao meu escrit�rio,
me disse que havia uma certa necessidade de ajudar na campanha
da deputada Alcione Athayde e colocou um certo valor para resolver
o problema. Eu disse a ele que �amos resolver. Logo depois,
liguei e disse que ele poderia voltar que j� estava tudo resolvido.
Quando ele voltou, lhe entreguei a documenta��o da nossa conversa,
com os pedidos que ele me fez.
CC: Que tipo de pedido ele lhe fez?
GF: Nada que se pague com uma GRED (guia de pagamento de imposto)
em banco.
CC: Ao fazer todas essas den�ncias, o senhor se exp�e muito.
O que espera ganhar com isso?
GF: S� quero recuperar o meu direito de ir e vir, que � sagrado.
Persegui��es pol�ticas temos de banir.
Deputado acusado de tortura � julgado no
Recife
Publicado no Jornal O Globo em 29/05/2002
RECIFE - A audi�ncia de instru��o e julgamento do pastor e
deputado estadual Jo�o de Deus (PL-PE), acusado de ter perseguido
e mandado espancar a corretora de seguros M�rcia Cristina Ver�osa
do Nascimento, 30 anos, acontece a partir das 15h, no 5� Juizado
Civil do F�rum Tom�s de Aquino. A a��o tramita na justi�a desde
o in�cio do ano passado.
M�rcia, que desde setembro refugiou-se em Alagoas, est� sob
cuidados do Minist�rio P�blico de Pernambuco e vem ao Recife
escoltada por oficiais da PM alagoana. Ela acusa o deputado
de cal�nia, difama��o e tortura. A corretora chegou a ficar
em coma depois de espancada. O deputado nega as acusa��es.
Catecismo municipal
Publicado na Revista Epoca em 15/05/2000
A Universal transforma pastores em cabos eleitorais para ampliar
o poder nas C�maras de Vereadores
� uma campanha barata, r�pida e com pelo menos 5 mil palanques.
Pretende contabilizar 8 milh�es de votos. Nos templos da Igreja
Universal do Reino de Deus espalhados por todo o pa�s, os fi�is
cantam, oram e escolhem candidatos. Na maioria das vezes as
op��es apresentadas aos crentes pertencem aos quadros funcionais
da institui��o. Em Luzi�nia, a 60 quil�metros de Bras�lia, o
pastor Irineu da Silva Ferreira usa uma passagem do livro do
Deuteron�mio para cabalar os 2.500 votos necess�rios para se
tornar vereador. "Eleger�s que rei o Senhor, teu Deus, tiver
escolhido. E este ser� um dos teus irm�os", diz o livro b�blico,
que faz as vezes de panfleto para Ferreira. "Quando o pastor
p�e a m�o na cabe�a de um candidato e o aben�oa na frente dos
fi�is, a elei��o est� ganha", cr� e prega o deputado Bispo Rodrigues
(PL-RJ), estrategista pol�tico da Universal.
O conselho dos 86 bispos da igreja aprovou uma lista com 773
nomes de candidatos a vereador em todo o Brasil. A estrat�gia
foi tra�ada logo depois das elei��es de 1998. O papel de Rodrigues
� avaliar, em cada munic�pio, qual partido tem maior capacidade
para eleger, com o menor n�mero de votos, os candidatos sagrados
pelo conselho. O potencial eleitoral da Universal completa os
c�lculos do bispo. Nas grandes cidades cada templo rende, em
m�dia, 500 votos. Nas pequenas, at� 300. Os escolhidos s�o aconselhados
a passar um "livro de ouro" entre os fi�is para arrecadar, a
cada vez, cerca de R$ 3 mil para gastar em propaganda. A estrutura
de comunica��o da Universal, dona da Rede Record de TV e de
84 r�dios AM e FM, e o poder de opini�o dos pastores tamb�m
ajudam nas campanhas.
Os interesses em jogo justificam a investida. Em S�o Paulo,
o vereador Celso Cardoso, eleito pelos fi�is dos bispos e pastores
que divulgam as id�ias da Universal, trabalha para derrubar
uma lei municipal que pro�be emiss�es sonoras superiores a 80
decib�is. "O aparelho de som pode estar com defeito", argumenta
Cardoso. A norma estabelece multa de R$ 13.740 e amea�a os 260
templos paulistanos da igreja de Edir Macedo. Em S�o Gon�alo,
no Rio de Janeiro, o vereador Sebasti�o Linhares, pastor da
igreja, quer isen��o para as contas de �gua e luz dos templos.
O objetivo das miss�es eleitorais empreendidas pelo deputado
Bispo Rodrigues � justamente esse: formar bancadas municipais
que ajudem os pastores em cada cidade a fermentar a prega��o
da Universal.
Pastor quer tirar orix�s do Parque
Publicado no Jornal Correio de Brasilia em 24/05/2002
As oito esculturas gigantes de orix�s expostas no lago do
Parque da Cidade est�o provocando pol�mica. O deputado distrital
Agnaldo de Jesus (PFL), que � pastor evang�lico, chegou a ir
ao Minist�rio P�blico do Distrito Federal e dos Territ�rios
(MPDFT) com a inten��o de apresentar uma a��o civil p�blica
contra a exposi��o. Mas o pr�prio pastor desistiu de apresentar
a a��o depois que soube que se tratava de uma trabalho itinerante.
As pe�as s�o do escultor baiano Tatti Moreno e percorrer�o
v�rias cidades. Elas j� foram expostas na Lagoa Rodrigues de
Freitas (Rio de Janeiro) e no Parque do Ibirapuera (S�o Paulo).
"Pensei que estivessem usando dinheiro p�blico para colocar
aquelas imagens permanentemente no Parque", explicou. "Caso
contr�ria, isso s� poderia ser feito com um plebiscito, por
uma consulta junto aos frequentadores", complementou. O deputado-pastor
apresentou ainda uma mo��o de desagravo na C�mara Legislativa
contra exposi��o. "N�o podemos privilegiar uma religi�o em particular.
E havia outros lugares para expor as pe�as, como o Vale do Amanhecer,
em Planaltina", disse.
PASTOR PEDE QUE "POVO DE DEUS" VOTE EM GAROTINHO
Publicado no NOTICIAS.TERRA em 12-08-2002
O pastor Silas Malafaia pediu, durante prega��o sobre um trio
el�trico, em frente ao gin�sio Nilson N�lson, em Bras�lia, que
"o povo de Deus vote em Garotinho para presidente e em Benedito
Domingos (PPB) para governador do Distrito Federal". De acordo
com ele, tem muita gente roubando o Brasil. "Tem candidato defendendo
acordo com o FMI e tem candidato amasiado, que n�o se preocupa
com os valores da fam�lia", disse, numa alus�o aos candidatos
do PT, Luiz In�cio Lula da Silva, e do PPS, Ciro Gomes. Na avalia��o
do pastor, s� os candidatos "crentes e competentes" s�o confi�veis.
Original em: http://noticias.terra.com.br/eleicoes/interna/0,5625,OI41345-EI382,00.html
PDT requer na Justi�a cassa��o da candidatura do 'bispo' Crivela
Publicado no Jornal Folha de S. Paulo em 04/09/2002
RIO - O PDT pediu hoje � Justi�a Eleitoral a suspens�o do registro da candidatura de Marcelo Crivela (PL) ao Senado. Em representa��o junto ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) contra o candidato do PL, o partido pede a abertura de investiga��o para apurar abuso do poder econ�mico e do poder pol�tico, j� que Crivela vem vinculado sua candidatura � Igreja Universal do Reino de Deus e ao Projeto Nordeste (Fazenda Nova Cana�, em Irec�, Bahia). Na representa��o, o PDT alega que o candidato do PL - sobrinho do 'bispo' Edir Macedo - "not�ria e abusivamente ostenta o abuso do poder econ�mico como nas fitas de v�deo que panfleta". O candidato ao Senado pelo PDT, Carlos Lupi informou que o partido recebeu c�pia de uma fita de v�deo em que os seguidores de Marcelo Crivela est�o distribuindo em templos da Igreja Universal, "verdadeiras pe�as de marketing eleitoral, numa evidente demonstra��o de abuso do poder econ�mico e de manipula��o da boa f� e dos sentimentos religiosos da popula��o". De acordo com o PDT, as fitas s�o produzidas pela Rede Record de R�dio e Televis�o, de propriedade de Edir Macedo.