Publicado no Jornal Zero Hora em 14 de março
de 2002
Meios de comunicação da Arábia
Saudita, em uma atitude raramente vista, criticaram a poderosa
polícia religiosa do reinado acusando-a de atrapalhar os
esforços de resgate de garotas no incêndio em uma
escola, provocando a morte de 15 delas.
Os meios de comunicação e
familiares das vítimas mostraram-se furiosos com a morte
das garotas no incêndio que atingiu uma escola em Meca,
cidade sagrada para o islamismo, na segunda-feira. A maior
parte das meninas morreram pisoteadas
quando tentavam fugir do local.
O jornal Al Eqtisadiah disse que os
bombeiros se desentenderam com membros da polícia
religiosa, também conhecidos como mutaween, depois de
terem tentado manter as meninas dentro do prédio em
chamas porque elas não usavam lenços na cabeça
e nem os abayas (vestidos negros), obrigatórios para as
mulheres do país.
O Saudi Gazette, uma publicação
em língua inglesa, disse em sua reportagem de capa na
quinta-feira que, segundo testemunhas, membros da polícia,
conhecida como Comissão para a Promoção da
Virtude e Prevenção do Vício, impediram
homens que tentavam ajudar as meninas e advertiram que seria um
"pecado chegar perto delas".
Uma autoridade civil disse ao Al
Eqtisadiah ter visto três membros da polícia
religiosa "espancando as garotas para impedi-las de sair da
escola porque não usavam os abayas". O pai de uma
das meninas mortas disse que os vigias da escola se recusaram até
mesmo a abrir os portões a fim de deixar que as garotas
saíssem, afirmou o Saudi Gazette.
Os temidos mutaween patrulham as ruas do
reinado conservador com bastões e zelam pelo cumprimento
das regras de vestir, pela segregação sexual e
pela realização das orações na hora
certa. Os que desobedecem podem ser espancados e presos.
Referências a esta notícia:
Jornal Zero hora
http://tb.bol.com.br/simpleRedirect.html?srv=cn&trg=http://200.213.26.117/editoria/mundo/pagina3.htm
Folha de Sao Paulo
http://tb.bol.com.br/simpleRedirect.html?srv=cn&trg=http://www.uol.com.br/folha/reuters/ult112u13170.shl
Site Terra
http://tb.bol.com.br/simpleRedirect.html?srv=cn&trg=http://www.terra.com.br/noticias/mundo/2002/03/14/038.htm
Jornal O Estado de São Paulo
http://www.estado.estadao.com.br/editorias/2002/03/16/int012.html
Mu�ulmanos queimam 57 hindus
Publicado no Jornal O Povo em 28 Fevereiro de 2002
Constru��o de templo hindu no local de mesquita arrasada em 1992 pode ter sido o motivo do massacre, no qual, entre os 57 mortos, 14 eram crian�as. Foram refor�adas medidas de seguran�a em zonas onde h� maioria de mu�ulmanos na �ndia, incluindo a Velha D�lhi
Pelo menos 57 pessoas morreram ontem na �ndia quando um grupo de mu�ulmanos ateou fogo num trem transportando integrantes da religi�o hindu�sta, que retornavam de um local sagrado disputado pelas duas f�s.
Autoridades indianas e testemunhas disseram que um grupo de mu�ulmanos, aparentemente irritados com c�nticos hindus na plataforma de embarque, na cidade de Godhra, no estado ocidental de Gujarat, apedrejaram e jogaram querosene em v�rios vag�es transportando ativistas hindus, para depois incendi�-los quando o trem come�ava a partir. Testemunhas relataram que 2.000 pessoas participaram do ataque, enquanto autoridades afirmaram que n�o eram mais de 100.
Os hindus retornavam de Ayodhya, no estado nortista de Uttar Pradesh, onde partid�rios da religi�o destru�ram em 1992 uma mesquita do s�culo XVI. A destrui��o provocou confrontos nacionais entre hindus e mu�ulmanos, nos quais morreram mais de 2.000 pessoas. Hindus querem construir um templo hindu�sta no local, o que pode ter provocado o incidente de ontem.
Quatro vag�es do Expresso Sabarmati foram incendiados. Entre os 57 mortos confirmados est�o 14 crian�as. O ministro-chefe de Estado (governador) de Gujarat, Narendra Modi, que viajou para Godhra, afirmou que 43 pessoas ficaram feridas, muitas em condi��es cr�ticas.
O primeiro-ministro da �ndia, Atal Bihari Vajpayee, pediu calma � na��o, solicitando especialmente aos hindus nacionalistas para n�o retaliarem. Vajpayee cancelou uma viagem � Austr�lia, onde participaria de uma c�pula da Comunidade Brit�nica, segundo assessores. ''Precisamos proteger a irmandade indiana a qualquer pre�o'' - afirmou o primeiro-ministro.
Nas principais cidades indianas onde convivem hindus e mu�ulmanos, a Pol�cia refor�ou patrulhas para prevenir viol�ncia. Na Velha D�lhi, a parte mu�ulmana e antiga da capital da �ndia, Nova D�lhi, a seguran�a foi aumentada.
Mais de 20 mil pessoas haviam se reunido em Ayodhya, 550 quil�metros a leste de Nova D�lhi, desde que foi anunciado o in�cio da constru��o do templo em 15 de mar�o, se ignorando ordens judiciais proibindo as obras no local disputado.
O governo de Uttar Pradesh anunciou que 3.000 paramilitares foram enviados a Ayodhya para ajudar a Pol�cia a isolar a cidade. Apenas moradores ter�o permiss�o de entrar.
Grupos terroristas matam 5 pessoas na Arg�lia
Publicado no Site Terra em 20 de fevereiro de 2002
Cinco pessoas foram assassinadas durante as �ltimas 72 horas por grupos terroristas isl�micas em v�rios lugares da Arg�lia, segundo informam hoje os jornais locais. A imprensa argelina em geral concorda que, a pesar do desaparecimento da principal organiza��o, o Grupo Isl�mico Armado (GIA) Antar Zuabri, o terrorismo est� muito distante de ser erradicado do pa�s e afeta principalmente as zonas rurais.
Duas das pessoas assassinadas, de 24 e 26 anos, foram interceptadas em uma falsa blitze na prov�ncia de Yiyel. As outras tr�s v�timas foram um agricultor degolado na aldeia de Romanet, na prov�ncia de Anaba; um guarda florestal assassinado em Ued Buhafer e um pastor v�tima de uma mina na prov�ncia de Saida
Pelas ruas, as cicatrizes de uma d�cada de �dio
Publicado no Jornal da Tarde em 03/03/2002
A mensagem pichada na parede � de arrepiar: "Aprenda conosco como queimar mu�ulmanos." Em Naroda, pequena cidade no Estado de Gujarat, nenhuma casa ou mesquita escapou intacta da viol�ncia religiosa que entrou ontem no quarto dia - os piores conflitos entre mu�ulmanos e hindus nos �ltimos dez anos.
Inc�ndios continuam ardendo pela cidade desde quinta-feira, quando uma multid�o de hindus, armados com facas, e barras de ferro e bombas incendi�rias, ateou fogo no bairro mu�ulmano. Ontem, ainda havia corpos carbonizados abandonados pelas casas saqueadas, tufos de cabelos espalhados pelo ch�o.
"Isso tudo que aconteceu foi bom: a �nica maneira de acabar com o problema � acabar com eles (os mu�ulmanos)", analisava um morador hindu, Prakashbhai Patil, que ganha a vida pintando placas. "Como � que se pode tolerar que mulheres e crian�as sejam queimadas vivas em um trem!"
S� em Naroda, um sub�rbio de Ahmedabad, a maior cidade de Gujarat, 65 pessoas foram mortas desde quarta-feira. Foi quando a orgia de viol�ncia come�ou, com o ataque de fan�ticos mu�ulmanos que incendiaram um trem lotado de hindus religiosos - 58 pessoas morreram nas chamas.
Eles voltavam de uma vig�lia em Ayodhya, cidade que consideram sagrada. Eram ativistas do partido radical Congresso Hindu Mundial, que est�o em campanha para erguer l� um templo, sobre as ru�nas de uma mesquita do s�culo 16, incendiada por eles em 1992. O incidente desencadeou uma onda de viol�ncia inter-religiosa que matou 3 mil pessoas.
Agora, n�o se v� nenhum mu�ulmano nas ruas de Naragao, o bairro onde a comunidade (de 600 fi�is) se agrupa em Naroda. A casa de um hindu, na extremidade do bairro mu�ulmano, foi saqueada - mas n�o queimada. "N�o pod�amos fazer nada, �ramos muito poucos", lamentava o porta-voz da pol�cia, K. R. Mysorewale. "As ruas pareciam um formigueiro, repletas de gente enfurecida", lembrava.
Dois dias depois, a cidade est� cheia de marcas. A escola em contru��o ao lado da mesquita foi reduzida a ru�nas. Ontem, grupos de jovens derrubavam os �ltimos pilares. Pela estrada que leva a Ahmedabad, filas de caminh�es tombados e queimados - e nenhum sinal dos motoristas. Os mu�ulmanos sobreviventes est�o longe dali, protegidos pela pol�cia.
Mortos na �ndia j� ultrapassam 500
Publicado no Jornal Folha de S.Paulo em 04/03/2002
Depois de dias de viol�ncia entre hindus e mu�ulmanos no oeste da �ndia, membros das duas comunidades passaram a se enfrentar em Uttar Pradesh (norte), Estado mais populoso do pa�s. De acordo com as autoridades, ao menos 38 pessoas foram mortas no final de semana.
No Estado de Gujarat (oeste), mais de 500 pessoas morreram _a maioria mu�ulmanas_ desde a quarta-feira passada. O conflito come�ou quando um grupo de mu�ulmanos ateou fogo a um trem que transportava ativistas hindus que voltavam de cerim�nias religiosas em prol da constru��o de um templo no local onde uma mesquita foi destru�da em 1992. No trem, morreram 58 pessoas, incluindo mulheres e crian�as.
Ontem, um comerciante mu�ulmano foi morto durante confrontos entre hindus e mu�ulmanos. Em v�rias �reas da cidade de Aligarh (norte), as autoridades locais impuseram toque de recolher.
Mais de 2.000 tropas paramilitares chegaram ontem a Aligarh para tentar evitar novos confrontos. As autoridades proibiram que mais de quatro pessoas se reunissem em qualquer local p�blico para evitar que novos focos de viol�ncia sejam estimulados. Tanto Aligarh quanto outras cidades da regi�o j� foram palco de confrontos religiosos no passado.
O Estado de Uttar Pradesh tem 190 milh�es de habitantes. Como no restante da �ndia, a comunidade mu�ulmana tamb�m � minoria. Na �ndia, a maioria absoluta da popula��o � composta por hindus (81,3% do mais de 1 bilh�o de indianos). Os mu�ulmanos representam 12% dos habitantes. As minorias incluem crist�os (2,3%) e sikhs (1,9%).
"Sou judeu" foram �ltimas palavras de rep�rter, mostra v�deo
Publicado no Yahoo noticias em 22 de Fevereiro de 2002
ISLAMABAD (Reuters) - Uma aterradora fita de v�deo que mostra o assassinato do jornalista norte-americano Daniel Pearl foi primeiramente enviada a um rep�rter paquistan�s, que levou 24 horas para convencer as autoridades norte-americanas a assisti-lo, segundo disse na sexta-feira um alto-funcion�rio do governo paquistan�s.
Pearl, sequestrado no dia 23 de janeiro, teve o pesco�o cortado. Ele tinha 38 anos e era correspondente do Wall Street Journal. Sua vi�va est� gr�vida de sete meses.
Segundo essa autoridade, que n�o quis ser identificada, as �ltimas palavras balbuciadas por Pearl perante a c�mera foram: "Sim, sou judeu e meu pai � judeu". Ele n�o disse qual jornalista paquistan�s recebeu o v�deo e nem como o material chegou �s m�os dele.
Ele teria telefonado para o consulado e deixado um recado na secret�ria eletr�nica. Os funcion�rios levaram um dia para verificar que o n�mero deixado pelo jornalista n�o era um trote.
"Estou surpreso de que ele (o jornalista paquistan�s) n�o tenha informado a pol�cia ou alguma outra autoridade", disse a fonte � Reuters. "Talvez ele tivesse medo do interrogat�rio da pol�cia sobre como recebeu a fita."
O v�deo foi visto por funcion�rios do consulado, policiais e um representante do Wall Street Journal. S� na noite de quinta-feira, ap�s Pearl ser reconhecido por seu editor, a not�cia da morte foi divulgada.
Outra fonte pr�xima � investiga��o disse que h� imagens do pesco�o do correspondente sendo cortado com uma faca ou objeto semelhante. O v�deo � curto e nele aparecem as m�os de duas ou tr�s pessoas, segundo quem o viu.
Pearl desapareceu em Karachi quando tentava contato com militantes isl�micos, para uma reportagem. O grupo que assumiu o sequestro, o at� ent�o desconhecido Movimento Nacional pela Restaura��o da Soberania Paquistanesa, o acusou de ser um agente da CIA e de Israel e tentou troc�-lo por prisioneiros da guerra do Afeganist�o levados pelos Estados Unidos para Guant�namo.
Integristas argelinos matam 20
Publicado no Jornal O Estado de S. Paulo em 23/11/2000
ARGEL - Grupos isl�micos armados mataram ontem pelo menos 20 pessoas na Arg�lia, na v�spera do in�cio do Ramad�, o m�s sagrado mu�ulmano.
Inspirados, segundo sua interpreta��o, no profeta Maom� os grupos integristas armados t�m aproveitado sempre esse per�odo para intensificar suas matan�as. Entre os mortos de ontem est�o dez camponeses - incluindo mulheres e crian�as - que foram degolados e mutilados com machados quando voltavam para suas casas em uma aldeia de Dhamnia, oeste de Argel. Desde o in�cio de novembro mais de 100 pessoas morreram, entre elas 30 guerrilheiros isl�micos, na onda de viol�ncia perpetrada por grupos que rejeitam a pol�tica de reconcilia��o nacional do presidente argelino, Abdelaziz Bouteflika
RUSHDIE VERSUS ISL�
Publicado no Jornal O Estado de S. Paulo em 04 de novembro de 2001
O escritor Salman Rushdie, jurado de morte por extremistas do Isl� depois da publica��o do livro Os Versos Sat�nicos, voltou � cena ontem, apontando "o Isl� paran�ico" como um dos principais motivos da guerra contra o Afeganist�o e o terrorista Osama bin Laden.
Em artigo publicado ontem no jornal Guardian, Rushdie afirma que o presidente americano, George Bush, e o primeiro-ministro brit�nico, Tony Blair, est�o equivocados quando insistem que a guerra no Afeganist�o n�o � uma guerra contra mu�ulmanos, mas contra terroristas.
"Vamos chamar as coisas pelos nomes. Uma espada � uma espada. E esta quest�o diz respeito ao Isl�", explicou o escritor.
Rushdie criticou os fundamentalistas do Egito, da Arg�lia, do Ir� e do Afeganist�o. "Este Isl� paran�ico, que culpa pessoas de fora, 'infi�is', por todas as dores das sociedades isl�micas e cujo rem�dio proposto � o fim das sociedades rivais que t�m projeto de modernidade, � atualmente a vers�o do Isl� que mais cresce no mundo", diz ele no artigo.
Rushdie tem motivo especial para criticar os fundamentalistas. O aiatol� Khomeini, l�der da revolu��o isl�mica de 79, no Ir�, expediu em 89, meses antes de morrer, uma fatwa (�dito religioso) que encorajava os mu�ulmanos do mundo inteiro a matar Rushdie, acusado de blasfemar contra o Isl� no livro Os Versos Sat�nicos.
Como parte da restaura��o das rela��es diplom�ticas entre o Ir� e a Inglaterra, a fatwa foi quebrada h� quatro anos.
Rushdie afirma n�o aceitar a guerra como uma simples luta entre o Ocidente contra o Isl� porque, segundo ele, os isl�micos n�o s�o contr�rios apenas aos ocidentais ou aos judeus, mas contra seus irm�os isl�micos. Ele aponta no texto a antipatia entre o Taliban e o Ir�.
O escritor anglo-indiano afirma que alguns mu�ulmanos questionam o fundamentalismo do Isl�. Rushdie encoraja, no artigo, mu�ulmanos moderados a reconciliar o Isl� com o mundo moderno.
"O �nico aspecto da modernidade que interessa aos terroristas � a tecnologia, que lhes serve como arma que pode ser usada contra seus pr�prios criadores."
Publicado no Site Yahoo em 12 de Mar�o de 2002
Pessoas olham para o corpo de um palestino que supostamente colaborou com os israelenses. Photo by Osama Silwadi
Origem do Texto e foto: http://br.news.yahoo.com/020312/16/2xlo.html
Taleban acusado de abusar de afeg�s
Publicado no Jornal do Meio-Norte em 23/03/2002
A vi�va Shah Jan est� sentada numa sala gelada com paredes de barro, numa casa isolada em meio a uma plan�cie coberta de neve, pr�ximo � Cabul. Ela enxuga as suas l�grimas com a extremidade de seu pul�ver encardido, enquanto lembra daquele dia de agosto de 1999 em que o Taleban incendiou a sua casa nos vinhedos da plan�cie de Shomali Plain e sequestraram a sua melhor amiga, Nafiza. "Os homens do Taleban surgiram do nada com os seus fuzis e as suas tochas," conta Shah Jan. "N�o tivemos tempo para fazer nada, sequer para p�r nossos v�us".
Com as mulheres despidas de suas burkas, foi uma tarefa f�cil para os invasores do Taleban escolherem as garotas mais bonitas. Nafiza foi uma delas. Linda, com os seus olhos verdes e seus cabelos pretos, cor de �bano, caindo at� a cintura, Nafiza havia se precipitado para ajudar Shah Jan a levar os seus tr�s filhos para fora da casa em fogo. Foi ent�o que o combatente do Taleban descobriu aquela mulher com olhos de esmeralda. Ela tornou-se imediatamente a sua presa. Com a coronha de seu fuzil AK-47, ele empurrou violentamente Nafiza que caiu na poeira, e ent�o ele a arrastou at� a estrada, indiferente aos seus gritos e s�plicas. L�, os �rabes e os paquistaneses da Al Qaeda juntaram-se ao Taleban para escolher as garotas das outras aldeias. Uma das meninas preferiu suicidar-se a ser levada como escrava, jogando-se dentro de um po�o. Nafiza e as mulheres das aldeias vizinhas, que formavam uma multid�o de v�rias centenas de presas, foram amontoadas dentro de caminh�es e de �nibus. Elas nunca mais foram vistas.
S� agora, dois meses depois da rendi��o do Taleban, os segredos mais sinistros a respeito dos crimes que eles cometeram na sua persegui��o �s mulheres afeg�s est�o sendo revelados. Com frequ�ncia, os dirigentes do Taleban alegaram que as restri��es brutais que eles impunham �s mulheres eram na verdade uma maneira de honrar e de proteger o sexo oposto. O comportamento dos talebans durante os seis anos em que impuseram as suas leis no Afeganist�o transformo7u numa enorme ironia essa alega��o . As na��es Unidas e os organismos de ajuda humanit�ria receberam ind�cios e informa��es sobre essas pr�ticas abusivas.
ELA EST� CONDENADA A MORRER APEDREJADA. SEU CRIME: TER ESTA CRIAN�A
Autor: RICHARD DOWDEN
Original em: http://www.estado.com.br/editorias/2002/02/03/int007.html
Sufiyatu Huseini est� sentada no piso de terra de uma min�scula
cabana de barro amamentando sua filha de 10 meses, Adama, e de vez em
quando afugenta moscas que enxameiam em torno dos olhos e boca da
crian�a. Ela diz ter 35 anos, mas seu rosto murcho e dentes quebrados
a tornam muito mais velha. Sufiya, como a mulher � conhecida,
recorreu da senten�a, e uma audi�ncia est� marcada para meados de
mar�o. Sufiya, que � analfabeta, e Abubakar foram levados para a
delegacia de pol�cia em Sokoto, onde ambos confessaram a rela��o
sexual. Aliyu Abubakar Sanyinna, o procurador-geral do Estado de
Sokoto, descreve o adult�rio como o segundo crime mais s�rio segundo
as leis isl�micas - o primeiro � insultar Deus. "Adult�rio � mais
grave do que homic�dio", afirma. "Na condi��o de mu�ulmana", diz
Sufiyatu, "sei que as leis de Deus est�o sendo implementadas." Ela
olha um momento para Adama que suga seu seio, e completa o
racioc�nio: "Mas a lei precisa ser justa."
R�U � ENTERRADO NA AREIA E PEDRAS T�M TAMANHO CERTO
Original em: http://www.estado.estadao.com.br/editorias/2002/03/26/int008.html
O c�digo isl�mico descreve detalhadamente os crit�rios tanto para
aplicar a condena��o como para a puni��o. Cada testemunha sob
juramento do sexo masculino equivale a duas do sexo feminino. A
execu��o ocorre geralmente em p�blico, ap�s o homem ser enterrado na
areia at� a cintura e a mulher at� a axila. Se conseguirem livrar-se
e escapar, devem ser perdoados. As pedras n�o devem ser muito
grandes, para evitar uma morte muito r�pida, nem muito pequenas, para
n�o prolongar excessivamente a tortura. Entre um lan�amento de pedras
e outro s�o recitados versos cor�nicos.
OUTRA MULHER � CONDENADA SEGUNDO A SHARIA, APESAR DE SUA ILEGALIDADE
Original em: http://www.estado.estadao.com.br/editorias/2002/03/26/int006.html
Apesar de o governo nigeriano ter declarado a sharia inconstitucional
na semana passada, um tribunal de Bakori, no Estado de Katsina,
condenou � morte por apedrejamento, na sexta-feira, outra mulher de
35 anos por ter dado � luz uma filha quando j� estava divorciada.
Amina Lawal, que se divorciou no in�cio de 2001, declarou ao tribunal
que havia mantido rela��es sexuais nos �ltimos 11 meses com um homem
de seu povoado, Yahaya Mohammed, afirmando que ele lhe havia
prometido casar se ela consentisse em fazer sexo. Nos �ltimos dois
anos, mais de 3 mil pessoas morreram na Nig�ria em choques sect�rios
ligados � sharia.