Publicado no Yahoo! Notícias em
22/04/2002
TÚNIS (Reuters) - A Tunísia,
que inicialmente tentou negar as suspeitas, disse na
segunda-feira que a explosão que matou 11 alemães
perto de uma sinagoga na ilha Djerba foi um ataque suicida.
O governo disse que Nizar Nouar é o
nome do suicida e que ele foi ajudado por parentes que moram no
país.
"Ficou claro que a explosão
foi resultado de uma operação criminal deliberada
efetuada por um tunisiano chamado Nizar, ajudado por um de seus
parentes que vivem na Tunísia", disse o governo no
primeiro comunicado reconhecendo que a explosão de um
caminhão em 11 de abril foi um ataque.
Três horas antes do comunicado, o
ministro do Interior da Alemanha, Otto Schily, sugeriu que o
ataque foi sofisticado e que o realizador fazia parte de uma
rede. O ministro disse que não podia confirmar elo com a
al Qaeda, de Osama Bin Laden.
Onze alemães, cinco tunisianos e um
francês foram mortos quando um caminhão-tanque
carregado com gás de cozinha explodiu perto da sinagoga
de El Ghriba, a mais antiga no Norte da África.
Cerca de dois milhões de turistas
da Alemanha e da França visitam a Tunísia a cada
ano, representando 40 por cento do turismo no país e mais
de 60 por cento dos ingressos com a atividade.
Shily, que visitou o local da explosão
no domingo, disse: "Informações e detalhes
apontam para um crime. A quantidade e a natureza do material
usado no caminhão confirmam que foi um ataque
(terrorista)."
Os jornais londrinos em idioma árabe
Al-Hayat e Al-Quds al-Arabi afirmaram no dia 16 que o Exército
Islâmico para a Libertação de Locais
Sagrados, grupo possivelmente ligado à rede Al Qaeda,
assumiu a responsabilidade pelo ataque.
Original em:
http://br.news.yahoo.com/020422/16/3gqs.html
PAQUISTANESA MORRERÁ POR
APEDREJAMENTO
Publicado no Jornal O ESTADO DE S. PAULO
em 21-04-2002
ISLAMABAD - Com base na sharia (lei islâmica),
um tribunal paquistanês de Kohat, noroeste do Paquistão,
condenou uma mulher acusada de adultério a ser "apedrejada
até a morte". A ré, Zafran Bibi, havia
acusado o cunhado, Akmal Khan, de tê-la estuprado e
engravidado. Mas, posteriormente, retirou a acusação,
inocentando o jovem. Uma organização de direitos
humanos internacional pediu ao governo paquistanês o
cancelamento da execução. (DPA) [i]
Original em:
http://www.estado.estadao.com.br/editorias/2002/04/21/int006.html
Palestinos em Hebron matam três
supostos colaboradores
Publicado no Jornal do Brasil em 23 de
Abril de 2002
HEBRON, Cisjordânia (Reuters) -
Cerca de 20 homens encapuzados e armados mataram na terça-feira
três palestinos por suposta colaboração com
Israel. Eles retiraram as vítimas de um prisão na
cidade de Hebron, na Cisjordânia, sem passarem por
qualquer resistência dos policiais que estavam no local.
Os supostos colaboradores foram então
levados para os destroços de um carro destruído
por um ataque de um helicóptero israelense durante a
madrugada e em seguida foram baleados enquanto a multidão
gritava "vingança, vingança".
"Os homens armados atiraram contra
os colaboradores com metralhadoras. As balas atingiram várias
partes dos corpos deles", disse uma testemunha que se
identificou como Mohammed.
Homens, mulheres e crianças cuspiam
nos corpos conforme as vítimas eram arrastadas pelas
ruas. Depois, os cadáveres foram pendurados em postes de
eletricidade.
"Isso é o que os colaboradores
merecem. Eles traíram a nação e foram
liquidados", afirmou um dos homens armados.
"Temos que matar todos os
colaboradores e livrar a sociedade palestina deles",
acrescentou uma mulher.
Fontes de segurança palestinas
disseram que Mohammed Dibassah, Zuhair al-Muhtesseb e Moussa
Rjoub foram presos por colaborarem com Israel. "Eles foram
detidos por darem informações a Israel, levando a
muitas mortes de palestinos", observou uma fonte de segurança.
Na segunda-feira, palestinos armados
mataram um suspeito colaborador e feriram outros dois em uma
emboscada no centro de Ramallah.
O ataque aconteceu um dia depois de forças
israelenses se retirarem de grande parte da cidade, embora o líder
palestino Yasser Arafat continue cercado em seu quartel-general.
Bomba em mesquita do Paquistão
mata 12 mulheres e crianças
Publicado no Jornal do Brasil em 26 de
Abril de 2002
ISLAMABAD (Reuters) - A explosão
de uma bomba matou 12 mulheres e crianças durante um
encontro de milhares de muçulmanos xiitas no terreno de
uma mesquita da região central do Paquistão,
disseram funcionários de um hospital na sexta-feira.
Não se sabia ainda quem colocou a
bomba, que feriu ao menos 23 pessoas ao ser detonada na
quinta-feira na cidade de Bhakkar. Moradores da área
disseram que os confrontos entre ativistas xiitas e sunitas
seriam a explicação mais provável para o
atentado.
"Trata-se de terrorismo religioso",
afirmou Wizarat Naqvi, um líder xiita local.
Uma testemunha afirmou que, entre os
mortos, havia nove mulheres e três crianças.
A explosão aconteceu por volta das
23h30 (14h30 em Brasília) na ala feminina do encontro,
ocorrido em uma área que pertence a uma mesquita xiita.
Moradores da cidade afirmaram que
milhares de xiitas estavam na mesquita para uma reunião
anual em que se vela a morte de Hussain, neto do profeta Maomé.
"Algumas pessoas desconhecidas
plantaram o explosivo", afirmou Khuram Gulzar, chefe de polícia
de Bhakkar, à agência de notícias APP.
Até tarde da noite, mesquitas em
toda a cidade mobilizavam-se para ajudar a encontrar crianças
que se perderam durante o caos que se seguiu à explosão.
O conflito entre muçulmanos
sunitas e xiitas no Paquistão matou centenas de pessoas
na última década. Os xiitas correspondem a cerca
de 15 por cento dos 140 milhões de paquistaneses.
A tensão entre as duas comunidades
aumentou depois da Revolução Islâmica de
1979 no vizinho Irã. Os membros dos dois ramos do Islã
comem e trabalham juntos no Paquistão, mas o casamento
entre sunitas e xiitas é raro.
Estado indiano
encontra-se à beira de novos choques étnicos
Publicado no Jornal do Brasil em 26 de
Abril de 2002
AHMEDABAD, Índia (Reuters) - As
autoridades impuseram toques de recolher na sexta-feira em
outras partes de Ahmedabad, a maior cidade do Estado indiano de
Gujarat, depois de novos choques entre muçulmanos e
hindus terem deixado um morto e 11 feridos durante a noite.
Os toques de recolher foram decretados
nas áreas oeste e leste da cidade, centro da pior onda de
violência étnica a atingir o país na última
década. Os confrontos começaram no final de
fevereiro.
Muitas das últimas vítimas
foram atingidas por policiais que dispararam ao tentar conter
novos choques entre gangues de hindus e de muçulmanos,
que trocam pedras e ácido entre si.
Apesar de a violência ter acabado em
grande parte de Gujarat desde seu pico em março, novos
distúrbios em Ahmedabad deixaram 35 mortos desde domingo.
"Eles (os hindus) nos provocam (aos
muçulmanos) com ofensas e fogos de artifício
detonados durante a noite", afirmou Iqbal Kansara, morador
de Juhapura, a área com a maior concentração
de muçulmanos de Gujarat, onde foi imposto um toque de
recolher.
"Jovens que não suportam os
insultos saem às ruas para retaliar e então a polícia
atira contra eles", declarou.
Apesar de a situação
parecer relativamente calma em Gujarat neste momento, a polícia
está em alerta máximo prevendo novos problemas,
afirmou uma autoridade das forças de segurança à
Reuters.
Mais de 800 pessoas, a maioria delas muçulmanas,
morreram em ataques de represália lançados depois
de uma multidão de muçulmanos ter colocado fogo em
um trem com ativistas hindus, matando 59 pessoas, no dia 27 de
fevereiro.
Acusações de que o Partido
Bharatiya Janata (BJP), legenda nacionalista hindu que lidera o
governo federal e o Estado de Gujarat, não consegue
conter a violência instalaram uma crise no país.