Moon � acusado de lavar R$ 480 milh�es
Arnor Ribeiro

Publicado no Jornal do Brasil em 08/05/2002

Receita apura ainda sonega��o de R$ 31 milh�es por ano

BRAS�LIA e CAMPO GRANDE - H� mais de 20 anos no Brasil, a Igreja da Unifica��o, do milion�rio coreano Sun Myung Moon - o reverendo Moon - � alvo de uma devassa da Receita e da Pol�cia Federal. Pelos c�lculos da Receita, a sonega��o de impostos somaria R$ 31,5 milh�es por ano. Segundo a PF, j� s�o 50 os casos de imigra��o ilegal patrocinados pela organiza��o, em tr�s anos. E a lavagem de dinheiro pode chegar a R$ 480 milh�es, segundo a Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito da Assembl�ia Legislativa do Mato Grosso do Sul criada para investigar as atividades do reverendo.

A presen�a de Moon no pa�s foi notada em 1981, ainda no governo Figueiredo, quando surgiram den�ncias de lavagem cerebral promovida pela seita. A Igreja da Unifica��o voltou � m�dia na �ltima d�cada com casamentos em s�rie, promovidos pelo reverendo.

Terras - H� quatro anos, Moon come�ou a comprar fazendas, que hoje somam 85 mil hectares em Mato Grosso do Sul e outros 200 mil hectares do lado paraguaio, ocupando boa parte da fronteira entre os dois pa�ses. Sua fazenda New Hope, a Nova Esperan�a, recebe em Jardim (MS) cerca de 800 estrangeiros por m�s, que trabalham como ''volunt�rios'' em 30 galp�es de alvenaria.

''O caso Moon � preocupante, pois ele adquiriu grandes extens�es de terra e n�o temos not�cias sobre projetos econ�micos na �rea'', diz o superintendente da PF no Mato Grosso do Sul, Wantuir Brasil Jacine.

Batida - Na segunda-feira, 70 homens da PF e 35 da Receita fizeram opera��es de busca e apreens�o em 13 locais vinculados � seita. Elas come�aram �s 3h e foram at� �s 21h30. Foram executadas simultaneamente na cidade de S�o Paulo e em Mato Grosso do Sul (nos munic�pios de Jardim, Guia Lopes da Laguna, Bonito, Miranda e Campo Grande). Os alvos foram sedes da Associa��o das Fam�lias para a Unifica��o e Paz Mundial (Afump), que pertence � Igreja da Unifica��o, e casas de pessoas que dirigem neg�cios de Moon.

Foram apreendidos quatro laptops, 20 CPUs de micros, um aparelho de telefonia m�vel via sat�lite, uma pistola 380mm, documentos, fitas de v�deo, fitas cassete, CD-Roms, US$ 16 mil em cheques de viagem e US$ 214 em dinheiro.

A Receita e a PF j� come�aram a estudar os documentos. H� um inqu�rito instaurado no ano passado, com base no depoimento de um ex-auxiliar de Moon. O coreano Jae Sik Kim foi � Justi�a do Trabalho reclamar direitos e denunciou o envolvimento do reverendo com lavagem de dinheiro.

A Receita calcula em R$ 31,5 milh�es por ano a sonega��o de Imposto de Renda e Imposto Territorial Rural. Os relat�rios ser�o cruzados com os documentos e dados provenientes da quebra de sigilo de diretores da seita, como Neudir Ferabolli e C�zar Zaduski.

Ferabolli classificou a a��o como ''abuso de autoridade''. ''Estamos sendo tratados como organiza��o criminosa. � persegui��o religiosa''. Ele chegou a comparar a a��o � busca e apreens�o na empresa Lunus, da ex-governadora do Maranh�o, Roseana Sarney.

Nem o Cene (Centro Esportivo Nova Esperan�a), clube de Moon que disputa a primeira divis�o do Campeonato de Futebol de Mato Grosso do Sul, foi poupado. Na sua sede foram apreendidos documentos e computadores.

Lavagem - Segundo o presidente da CPI, deputado Jerson Domingos (PSL), s� US$ 50 milh�es (R$ 120 milh�es) da Igreja da Unifica��o passaram pelo Banco Central. ''Mas o patrim�nio deles no Brasil � de R$ 600 milh�es. A� tem lavagem'', diz.

O deputado Nelito C�mara (PMDB) diz que est� comprovada a lavagem de dinheiro. ''� sigiloso, mas posso dizer que o dinheiro � remetido de v�rios pa�ses, passa pelo Uruguai, Paraguai, atravessa a fronteira e chega ao Brasil. Aqui trocam os d�lares por reais''. O parlamentar se diz frustrado com os depoimentos colhidos na CPI. ''Vamos come�ar a p�r gente na cadeia. Acho que esse povo sofre lavagem cerebral e s� vai falar se a gente jogar duro''.

Acusados de castrar jovens s�o presos

Publicado no Jornal O Estado de S. Paulo em 26/04/2002

Dupla teria agido a pedido do l�der de seita e tamb�m � suspeita de matar meninos

Autor: ANDR�A VIANA

S�O LU�S - Foram presos em S�o Lu�s dois homens acusados de participar da emascula��o de membros da seita Mundial, no munic�pio de Pa�o do Lumiar, no Maranh�o. Eles tamb�m s�o suspeitos de envolvimento em uma s�rie de crimes contra meninos de 9 a 12 anos ocorridos no munic�pio, desde 1998. Josenias Soares Cabral, conhecido como Jorge, e Cesar Almeida tiveram pris�o preventiva decretada pela ju�za de Pa�o do Lumiar, Ana Cristina Ferreira Gomes Ara�jo, e foram presos � tarde por agentes do Comando de Opera��es Especiais da Pol�cia Militar.

Eles confessaram ter participado da emascula��o de tr�s rapazes que eram membros da seita Mundial. Segundo eles, a ordem para extrair os �rg�os sexuais dos rapazes partiu de Pai Donato, o l�der da seita. Dois deles teriam consentido, mas um teria sido segurado � for�a.

Donato Brand�o, o Pai Donato, foi condenado no ano passado a 20 anos de pris�o por ter mandado realizar emascula��o em outros seguidores como puni��o por desobedi�ncia. A pol�cia procura agora um terceiro acusado, Nilton Porto Ribeiro, o Galinha. A pris�o preventiva dele j� foi decretada, e de acordo com os dois presos, ele teria sido o respons�vel por contratar Cabral e Almeida para a execu��o da castra��o.

O delegado Rubens S�rgio Paulo Aguiar vai investigar agora a possibilidade de Jorge e Almeida terem participado tamb�m da emascula��o de crian�as em Pa�o Lumiar. Nos �ltimos 10 anos, 19 crian�as foram encontradas mortas com os �rg�os sexuais extirpados.

Pol�cia prende 200 membros de seita proibida no Qu�nia

Publicado no Jornal Folha de S. Paulo em 21/03/2002

Cerca de 200 membros da seita Mungiki, de orienta��o pol�tico- religiosa, que foi proibida no ano passado depois de protagonizar v�rios atos de viol�ncia no Qu�nia, foram presos pela pol�cia acusados de "estar prepararando um novo ataque", afirmaram hoje autoridades quenianas.

Na opera��o policial efetuada no fim de semana passado no distrito de Kajiado, no sul de Nair�bi, foi confiscada grande quantidade de facas, paus e arcos e flechas.

Os Mungiki, respons�veis pela morte de 20 membros da comunidade Luo em v�rios distritos da capital em mar�o de 2001, defendem o retorno do que chamam de "pr�ticas religiosas africanas" e a mutila��o genital feminina, entre outros costumes.

Seguidores da seita, cuja maioria pertence � tribo dos Kikuyus, foram detidos pela pol�cia por atacar mulheres vestidas com cal�as ou roupas que as afastam das tradi��es africanas nas ruas de Nair�bi.

Original em: http://tb.bol.com.br/simpleRedirect.html?srv=clip&trg=http://www.uol.com.br/folha/mundo/ult94u38691.shl

Rebeldes de Uganda matam 60 ap�s obrig�-los a comer cad�ver

09:23 29/04/2002

Reuters

CAMPALA (Reuters) - Rebeldes que fugiam do Ex�rcito de Uganda no sul do Sud�o for�aram 60 pessoas em um funeral a comer o cad�ver que carregavam antes de mat�-las, afirmou um porta-voz do Ex�rcito na segunda-feira.

Os soldados vinham perseguindo os rebeldes ugandenses do Ex�rcito de Resist�ncia do Senhor (LRA) no territ�rio do Sud�o no �ltimo m�s como parte dos esfor�os para sufocar uma revolu��o iniciada 15 anos atr�s pelo autoproclamado profeta Joseph Kony.

"Kony atacou um cortejo f�nebre com cerca de 60 pessoas, obrigou-as a cozinhar o cad�ver com sorgo e a com�-lo", disse � Reuters o major Shaban Bantariza, porta-voz do Ex�rcito.

"Eles acharam que sobreviveriam se obedecessem, mas os rebeldes os mataram depois de eles terem comido o cad�ver."

O ataque aconteceu na sexta-feira, nas montanhas de Agoro, fronteira do Sud�o com Uganda, onde os rebeldes se abrigaram em meio � opera��o "Punho de Ferro", do Ex�rcito.

Segundo Bantariza, Kony, que deseja fundar um Estado baseado nos Dez Mandamentos b�blicos, acredita que a popula��o da �rea ajudava o Ex�rcito ugandense durante a opera��o, conduzida com a aprova��o do governo sudan�s.

O massacre aconteceu cerca de uma semana depois de Kony ter mandado que um desertor rebelde fosse amarrado a uma �rvore e queimado vivo em frente a seus companheiros, contou Bantariza.

Os rebeldes do LRA travam uma batalha de baixa intensidade contra as tropas do governo no norte de Uganda a partir de bases montadas no Sud�o desde 1987. Eles pretendem derrubar do poder o presidente Yoweri Museveni a fim de instalarem um regime fundamentalista crist�o.

Como resultado da guerra, cerca de 12 mil crian�as foram sequestradas e centenas de milhares de pessoas abandonaram suas casas, disseram grupos de ajuda humanit�ria.

Americana matou filhos por n�o querer que eles fossem para o inferno

A americana Andrea Yates, julgada pelo assassinato de seus cinco filhos no ano passado (ela afogou as crian�as na banheira), foi sentenciada � pris�o perp�tua por um tribunal do Texas, nesta sexta- feira. Andrea poderia ser condenada � morte por inje��o letal.

Andrea ter� que cumprir 40 anos da senten�a antes de ter o direito de pedir liberdade condicional. O j�ri levou em considera��o que a r� sofria de depress�o p�s-parto na �poca do crime.

Na �ltima ter�a-feira, ela foi considerada culpada de homic�do em primeiro grau pela morte das crian�as. Durante o julgamento, Andrea disse em seu depoimento que matou os filhos numa tentativa de salv�- los do inferno, mas admitiu que o assassinato n�o foi uma boa id�ia para garantir o encontro das crian�as com Deus.

Original em: http://www.elnet.com.br/canais/news/miolo2.php?art=12103

Pris�o de chefe de seita filipina deixa 23 mortos

Publicado no Jornal Folha de S. Paulo em 19/06/2002

Ao menos 23 pessoas morreram durante uma opera��o policial para deter o chefe de uma seita filipina suspeito de ter assassinado sua mulher, informaram fontes policiais hoje.

Rub�n Ecleo, 47, considerado a reencarna��o de Jesus Cristo por cerca de 1 milh�o de adeptos da Associa��o Mission�ria Volunt�ria Filipina, entregou-se ao chefe da pol�cia depois de uma noite de buscas na ilha de Dinaga (sul). Ecleo, ex-prefeito de uma cidade da ilha de Dinaga, � suspeito de ter matado sua mulher, Alona, cujo corpo foi encontrado em janeiro, em Cebu.

O co-acusado do guru no caso de homic�dio, Juriven Padero, e outras 16 pessoas foram mortas quando tratavam de impedir que a pol�cia cumprisse o mandato de pris�o.

Pol�tica da Igreja Contra Abusos � Falha - Ex-membros das Testemunhas de Jeov� Falam de Conspira��o Para Esconder Delitos

(Por Laurie Goodstein)

Brasil, 11 de Agosto de 2002

(T�tulo da mesma mat�ria no website � ligeiramente diferente: Ex-membros Afirmam Que a Pol�tica das Testemunhas de Jeov� Contra Abusos Esconde Delitos)

William Bowen sempre se considerou uma devota Testemunha de Jeov�. Quando crian�a, sentia ser seu dever ir de porta em porta distribuindo a revista da igreja, A Sentinela. Mais tarde, na congrega��o dele no Kentucky, ele disse que via como obriga��o dele informar as autoridades da igreja que um co-anci�o tinha abusado de uma crian�a.

Mas quando Bowen contatou a sede da igreja em Brooklyn, disse, ele foi recha�ado. Frustrado pela falta de a��o da igreja e pelos requisitos de confidencialidade, que, disse ele, o impedia de compartilhar a informa��o com outros, Bowen renunciou como anci�o em Dezembro de 2000. Um ano depois, ele iniciou um grupo para monitorar abuso infantil na igreja.

No final do m�s passado, Bowen, 44, foi excomungado da igreja. � portas fechadas e com sacolas pl�sticas afixadas �s janelas para bloquear a vis�o dos que podiam olhar, disse ele, tr�s anci�os da igreja se reuniram no Sal�o do Reino em Draffenville, Kentucky, e conclu�ram que ele era culpado de "causar divis�es".

A puni��o foi "desassocia��o" - total ostracismo.

Nos �ltimos 3 meses, quatro outras pessoas foram expulsas das Testemunhas de Jeov� depois de acus�-las de acobertar abuso sexual de crian�as por seus membros. Para Bowen e outros cr�ticos da pol�tica de abuso sexual da igreja, estas expuls�es s�o parte de um esfor�o arquitetado para manter tais abusos em sil�ncio.

Testemunhas expulsas dizem que os pr�prios regulamentos e cultura da igreja contribuem para abafar abusos. Uma junta de anci�os da igreja, todos homens, se re�ne em secreto para decidir cada caso, procedimento que os cr�ticos dizem, impede que os membros saibam que h� um abusador no meio deles. Para provar uma acusa��o, uma crian�a precisa ter uma testemunha do incidente, condi��o que � geralmente imposs�vel satisfazer.

"Esta � uma evid�ncia para o mundo veja como as Testemunhas de Jeov� tratam os sobreviventes de abuso e os que tentam proteg�-los", disse Bowen. "Eles o silenciam com a amea�a de desassocia��o."

William Bowen iniciou um grupo para fiscalizar abuso sexual infantil na igreja. Foi excomungado. (click p/ampliar)

J. R. Brown, diretor do escrit�rio de rela��es p�blicas na sede da igreja, a Sociedade Torre de Vigia de B�blias e Tratados, em Brooklyn, disse que a igreja tem pol�ticas exemplares de manejo de abuso sexual, que s�o baseadas nos padr�es b�blicos e tem sido amplamente publicadas nas revistas da igreja.

"N�s n�o estamos tentando dizer que manejamos todos os casos da maneira correta e que nossos anci�os sabem tudo, e s�o todos perfeitos,", disse Brown, que declinou, por uma quest�o de regulamento, comentar casos individuais, inclusive o de Bowen. "Mas n�s dizemos, se voc� considerar o que nossa pol�tica � no que diz respeito a manter nossa organiza��o moralmente limpa, que ela est� muitos passos � frente das de quem quer que seja."

Ao passo que a Igreja Cat�lica Romana tem sido engolfada em seu pr�prio esc�ndalo de abuso sexual, o mesmo problema est� come�ando a arrasar as Testemunhas de Jeov�, uma denomina��o que afirma ter um milh�o de membros nos Estados Unidos e seis milh�es no mundo inteiro.

Mas a forma do esc�ndalo � muito diferente daquele da igreja Cat�lica, onde a maioria das pessoas acusadas s�o sacerdotes e a vasta maioria das v�timas foram garotos e homens jovens. Nas Testemunhas de Jeov�, onde as congrega��es s�o geralmente grupos de familiares e onde os anci�os da igreja s�o escolhidos de entre os leigos, muitos desses acusados s�o anci�os mas a maioria s�o membros da congrega��o. As v�timas que tem vindo � p�blico s�o em sua maioria garotas e mulheres jovens, e muitas acusa��es envolvem incesto.

O escopo do abuso nas Testemunhas de Jeov� � uma quest�o de consider�vel debate. A igreja foi recentemente processada por oito contestantes em quatro processos alegando abuso, um dado entrada em Julho em Minnesota. Bowen diz que o grupo dele de suporte �s v�timas, "silentlambs", j� coleciona relatos de mais de 5000 Testemunhas afirmando que a igreja lidou mau com o abuso sexual infantil.

A igreja mant�m um banco de dados de membros e associados que foram acusados de ou condenados por abuso infantil. Bowen disse que fontes da igreja tinham dito � ele que o banco de dados continha os nomes de mais de 23.000 pessoas nos Estados Unidos, Canad� e Europa. A igreja diz que o n�mero � "consideravelmente menor", mas n�o diz qual �.

A igreja tem diretivas claras para manejo de casos de abuso sexual. Membros que suspeitam de abuso s�o ensinados a ir primeiro aos anci�os, que s�o considerados l�deres morais e espirituais a quem os membros devem procurar com seus problemas pessoais. Brown disse que o departamento legal da igreja orientou os anci�os a seguir a lei nos estados cujas leis obrigam o relatar, e em casos nos quais a crian�a parece estar em perigo.

� dos anci�os que se exige que julguem se algu�m cometeu ou n�o um pecado tal como abuso infantil. Se o abusador confessa e � perdoado, o �nico an�ncio feito � congrega��o � que a pessoa foi disciplinada. Nenhuma raz�o � anunciada. Contudo, os anci�os informam o nome da pessoa � sede, onde ele vai para um bando de dados de modo que o abusador seja proibido de servir em posi��o de autoridade.

"Se a pessoa consegue chorar direitinho, praticamente n�o h� repercuss�o e ningu�m al�m dos anci�os jamais saber�," disse Jean Kraus, que disse que foi aos anci�os na congrega��o dela em Queens anos atr�s acusando o ex-marido de abusar da filha dela. Ela disse que ele confessou, foi repreendido e ainda � uma Testemunha ativa. "Eles me disseram que ele n�o era um homem in�quo, que aquilo foi uma fraqueza", disse.

O porta-voz da igreja, Brown, disse: "N�s vemos estas reuni�es judicativas como uma extens�o de nosso trabalho de pastoreio como ministros. Em outras palavras, n�s estamos l� para salvar a alma de uma pessoa. Nestes casos n�s n�o vamos ser vingativos porque eles s�o nossos irm�os, e n�s esperamos que eles mudem."

Se o acusado nega a acusa��o, o testemunho da v�tima por si s� n�o � suficiente a menos que haja pelo menos uma outra testemunha do ato. A igreja diz que sua pol�tica � baseada na injun��o b�blica de Deuteron�mio 19:15 que diz que duas ou tr�s testemunhas s�o necess�rias para provar que um homem pecou.

Amber Long, esquerda, e Heidi Meyer descobriram, apenas anos mais tarde, que ambas tinham reportado terem sido molestadas pelo mesmo homem. Os anci�os da igreja foram contra elas. Agora elas est�o processando o homem, a congrega��o e a sede da igreja. (click p/ampliar)

Heidi Meyer, uma Testemunha de Jeov� de terceira gera��o em Annandale, Minnesotta, disse que ela foi aos anci�os em 1994, quando ela tinha 15 anos, para dizer que dos 10 aos 13 anos de idade ela tinha sido repetidamente molestada por uma co-Testemunha oito anos mais velha que ela, o irm�o mais velho de uma amiga. A �nica testemunha ocular foi o irm�o dela que uma vez viu este homem agarrar as n�degas dela ao sair de um carro.

Os anci�os lhe fizeram perguntas expl�citas, que a deixaram em situa��o desconfort�vel, disse ela. De acordo com um documento interno das Testemunhas chamado "Prestai Aten��o a V�s Mesmos e a Todo o Rebanho", os anci�os devem determinar em que categoria a acusa��o se encaixa: Se foi "impureza", um toque uma vez acima da cintura; "conduta desenfreada", tocar abaixo da cintura ou mais de uma vez acima dela; ou a mais severa "porn�ia", direto est�mulo ou atividade sexual resultando em orgasmo. Para cada delito h� uma penalidade, sendo a mais severa para "porn�ia".

O homem que ela acusava insistiu que Meyer tinha mal-interpretado o que aconteceu. Os anci�os concordaram.

"Eu esperava orienta��o espiritual," disse Meyer. "Eu estava esperando que eles genuinamente, sinceramente tentassem achar justi�a e protegessem os demais na congrega��o da mesma coisa acontecer novamente. E nada disso aconteceu".

Ela, assim como v�rias outras supostas v�timas e os parentes delas, disseram em entrevistas que os anci�os a avisaram para n�o relatar o abuso ou falar sobre ele com outros membros.

"Eles me disseram que se eu falasse sobre isso com algu�m, eu precisava tomar cuidado porque eu podia enfrentar uma comiss�o judicativa por fofoca ou cal�nia," disse ela. "Se eles achassem que eu tinha cometido este pecado, eu teria sido desassociada".

Meyer conta que ela soube apenas anos mais tarde que Amber Long, outra jovem mulher na congrega��o, tinha, aos 12 anos de idade, ido aos anci�os com os pais dela relatar que ela tinha sido molestada pelo mesmo homem. Long, agora com 23 anos, disse que ela e os pais dela receberam uma carta das Testemunhas dizendo a ela para "deixar nas m�os de Jeov�".

"Eles disseram que n�s n�o devemos nutrir maus sentimentos por nossos irm�os", disse Long. "Uma vez que n�o havia duas testemunhas oculares, eles disseram que n�o havia muito o que eles podiam fazer."

Nem Long nem Meyer continuam como Testemunhas de Jeov� ativas. Em 2 de Julho, as duas mulheres entraram com processo contra o homem que elas acusam de molest�-las - Derek Lindala, 30, de South Haven, Minnesota -, a congrega��o local, e a sede das Testemunhas de Jeov�. Derek Lindala n�o respondeu a recados deixados na casa dele pedindo coment�rios.

Barbara Anderson, de Tullahoma, Tennessee, disse que quando ela e o marido dela trabalhavam na sede da igreja em Brooklyn durante os anos 90, foi-lhe pedido que reunisse informa��es sobre abuso infantil nas congrega��es. Ela disse ter entregue aos l�deres da igreja d�zias de cartas reclamando de como os casos eram manejados. Para ela isto foi uma revela��o.

"As Testemunhas de Jeov� gostam de dizer que tem uma organiza��o que � das mais livres de crimes", disse Anderson. "Mas todos os problemas s�o levados aos anci�os, e os anci�os os mant�m em segredo." Ela disse que os documentos desencadearam um debate interno entre l�deres da igreja, e ao n�o ver qualquer a��o, ela deixou, desanimada, a sede em 1993, depois de 11 anos de trabalho volunt�rio.

Carl A. Raschke, um professor de estudos de religi�o da Universidade de Denver, que t�m escrito sobre as Testemunhas de Jeov�, disse que o grupo n�o � em nada diferente de muitas outras religi�es fechadas que aspiram � pureza teol�gica e moral.

"Grupos com a tend�ncia de ser muito inter-conectados e fechados t�m historicamente uma incid�ncia mais alta de abuso sexual e incesto," disse Dr. Raschke. "Isto � um fato etnol�gico. Quando uma religi�o tenta ser completamente santa ou piedosa, ela n�o reconhecer� que as pessoas n�o est�o vivendo � altura dos ideais da f�."

No dia 25 de Julho, Anderson foi excomungada. Uma semana depois, o marido dela, Joe, que tinha algum tempo antes renunciado como anci�o depois de 42 anos, tamb�m foi expulso.

"� inconceb�vel pensar que anci�os investigariam uma alega��o de assassinato para determinar culpa ou inoc�ncia, ent�o por que investigar�amos uma alega��o de abuso infantil?", escreveu Joe Anderson em sua carta de ren�ncia. "Isto simplesmente n�o � nosso campo de especialidade. Somos ministros de Deus, n�o pol�cia."

Pol�cia tenta evitar suic�dio coletivo de seita na Fran�a

Publicado no Di�rio da Grande ABC em 03/09/2002

A pol�cia francesa est� vigiando uma pequena seita que acredita que o mundo vai acabar no pr�ximo m�s, temendo que seus membros realizem um suic�dio coletivo, disseram nesta ter�a-feira autoridades da cidade de Nantes.

Um integrante da seita apocal�ptica Novo Farol, composta por seis pessoas que esperam ser levadas para V�nus antes do suposto fim do mundo, no dia 24 de outubro, se suicidou em julho e outros dois tentaram o suic�dio.

A m�e do l�der da seita fez um apelo desesperado nesta segunda pela TV pedindo para que o filho pare com isso.

Membros da seita entraram na casa e sa�ram dela por v�rias vezes para comprar comida. Todas as janelas e cortinas da casa s�o mantidas fechadas. Os membros da seita recusam-se a falar com os vizinhos ou com os jornalistas reunidos no local.

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