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Gnose |
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A Gnose e o oráculo de Delfos
Esta
palavra tem origem no grego gnosis que significa justamente conhecimento.
Sobre
as portas douradas do templo de delfos, oráculo de Apolo, famoso em toda
a antigüidade por seus vatícínios de caráter ambíguo estava escrito "
HOMO NOSCE TE IPSUN" (Homem ! Conhece-te a ti mesmo)
Uma
frase direta nos chamando ao auto-conhecimento. Mas por que devemos nos
auto-conhecer?
Em
seguida, bem claramente, vinha a resposta
"para
conhecer os deuses e o universo"
Bem,
se não conhecemos a nós mesmos, como podemos conhecer os mistérios do
universo, se não sabemos como somos interiormente, como podemos afirmar que
conhecemos alguma coisas sobre as demais coisas do mundo.
Certamente,
foi este mesmo oráculo que disse a Sócrates, o filósofo, quando este foi
consultar o oráculo:
"
Oh Sócrates! Tu és o mais sábio entre todos os homens!"
Sócrates,
o grande filósofo, sabendo do caráter dúbio, de duplo sentido, não quis
acreditar que fosse o homem mais sábio da face da Terra, ao contrário, se
acreditava ignorante, pois conhecia pouca coisa ainda sobre si mesmo, ele dizia
sempre " Sei que nada Sei ".
Então
resolveu investigar os "sábios" da época, como hoje, existem muitas
pessoas com enorme erudição, que estudaram mil livros, em mil faculdades, mas,
porém, o que sabiam eram teorias que aprenderam nos livros, nada sabiam sobre
si mesmos, e se achavam sábios, outros, falavam belamente, e por isso se
acreditavam sábios, porém apenas falavam bonito, somente isto, e nem sequer
sabiam o que falavam, falavam o que os outros falavam, e assim por diante,
outros, faziam belas obras, pinturas, poesias, edifícios, e se achavam sábios
por isso, porém, somente faziam coisas belas imitando a natureza, mas não
conheciam a realidade de si mesmos nem da natureza.
Então,
Sócrates descobriu que aqueles "sábios" não apenas não
sabiam, mas pior, não sabiam que não sabiam.
É
claro que estes sábios ficaram irados com "aquele impostor e
deturpado" que mostrou que eles nada sabiam, jogaram Sócrates no tribunal.
Sócrates,
em sua defesa, explicou tudo isto, e conclui com o que lhe dissera o oráculo:
"mais sábio é aquele que, como Sócrates, reconhece sua própria ignorância"
para a partir daí, sem preconceitos e intelectualismo, mas sim com prática e
força, se auto-conhecer.
Por
causa deste ensinamento, Sócrates pagou com a vida, tomando a cicuta, morrendo
envenenado.
A
Gnose na Atualidade
Em
todas as civilizações, em todas as épocas, desde a aurora da civilização, a
Gnose , o auto-conhecimento foi ensinado pelos verdadeiros mestres, aqueles
Seres que se auto-conheceram, eles, sempre, entregaram as CHAVES para o
auto-conhecimento.
Foi
assim no Egito sagrado, nos tempos de Salomão, na Caldeia, na Persia antiga, na
Grécia Clássica, na Índia védica, na China milenar, na América pré-colombiana,
sempre existiram mestres e escolas de auto-conhecimento.
Toda
vez que o ensinamento se perdia, um novo mestre vinha para ensiná-lo a
humanidade.
Na
Roma imperial, coube ao grande mestre Jesus entregar este ensinamento, de
maneira sublime, sacrificando sua própria vida para ensinar a humanidade o
caminho da auto-realização.
Os
cristãos primitivos, que buscavam este conhecimento, eram, justamente,
chamados de gnósticos.
Na
atualidade, este ensinamento foi entregue de maneira direta e prática pelo
mestre SAMAEL AUN WEOR, e por seu discípulo, o mestre RABOLÚ.
Aqui
não vamos a teoria, que a teoria só faz surgir falsos sábios, como na história
de Sócrates, vamos ao auto-conhecimento, que cada um terá que realizar, aqui
entregamos as CHAVES, cada um terá que, por si mesmo, investigar, descobrir,
vivenciar.
As
Quatro Colunas
Se
imaginamos a Gnose como um templo, ele se sustenta por quatro colunas.
C
I Ê N C I A
A
ciência do auto-conhecimento, aqui damos práticas de comprovação direta, a
auto-observação, a morte-em-marcha dos defeitos, o desdobramento astral, a
meditação, para podermos despertar nossa Consciência e investigarmos, de
maneira objetiva e direta, os mistérios da vida e da morte.
F
I L O S O F I A
A
palavra filosofia significa ser amigo da sabedoria, devemos buscar o nosso Ser,
nossas partes divinas, nossas virtudes, e eliminar, dentro de nós, o não-Ser,
nossos defeitos, egoísmos, preconceitos, ódios, etc. Eis nos aqui diante do
dilema da filosofia, citado pelo gênio de Shakespeare: "Ser ou Não-Ser?
Eis a questão! "
A
R T E
A
arte é expressar, ou seja, nos expressarmos e sentir nas coisas algo sendo
transmitido. A medida que eliminarmos nossos defeitos, através da arte
nos expressaremos, falaremos de maneira mais direta e prática, observaremos a
arte da natureza e comungaremos com sua beleza, percebendo o conhecimento numa
flor ou num pássaro no céu, sentiremos a música inefável de Mozart,
Beethoven, Bach, etc., veremos obras de arte e compreenderemos seu significado,
pois a arte deve transmitir conhecimento, quais os conhecimentos inerentes a pirâmide,
o que Michelângelo transmitiu na Capela Sixtina? O que Beethoven nos disse em
suas sinfonias? Ao desenvolver nosso Ser sentiremos isto de forma natural e
direta, sem intervenção da mente, do intelecto.
M
Í S T I C A
A
palavra religião vem de relighare, que significa religar, ligar novamente o que
está desligado, assim, temos que nos religar a divindade, não apenas crer em
algo, mas sim nos religarmos ao nosso Ser, as nossas partes divinas. Aqui se
deve combinar sabiamente mística e ciência, a ciência do auto-conhecimento.
Estas
são as quatro colunas que devemos erguer para construir dentro de nós a Gnose,
lembremos que a Gnose não é um instituição, não é uma doutrina, e sim aqui
entregamos somente as CHAVES para a Gnose, para o auto-conhecimento, Sócrates
chamava a Gnose de maiéutica, palavra interessante, já que significa "dar
à luz", sendo sua mãe parteira, ele comparou o trabalho de sua mãe,
fazendo partos, trazendo pessoas a vida, ao do trabalho sobre si mesmo, trazendo
a luz o nosso Ser que está aprisionado.
Este
trabalho e simples, direto, o ponto central dele é a morte dos defeitos,
eliminando os nossos defeitos, nascem nossas virtudes, primeiro como crianças,
depois se desenvolvem e crescem, desta forma, eliminando o ódio, a ira, a
raiva, a inveja, o rancor, a luxúria, e tantos e tantos defeitos dentro de nós,
vamos despertando a Consciência, e com ela saberemos naturalmente como agir.
Este
processo é Revolucionário, devemos lutar contra nós mesmos, contra nossos
erros e egoísmos de forma implacável, como numa verdadeira guerra, o mestre
Samael entregou os Três Fatores da Revolução da Consciência, que
investigaremos em outras conferências, que são o que precisamos fazer
urgentemente, quando vemos a escalada da violência, o mundo sendo destruído de
forma implacável, guerras e intolerância religiosa e racial, grande miséria
ao lado do esbanjamento e ostentação, crianças famintas, esqueléticas, não
devemos ignorar que a causa causorum de tudo isto está dentro de nós mesmos,
nos nossos defeitos, e eliminando eles, aqui e agora, começaremos a despertar,
a conhecer a verdadeira Gnose..