Boletim Mensal * Ano V * Fevereiro de 2007 * Número 47

           

OS GRANDES PORTUGUESES

 

    Qualquer programa de mídia que pretenda procurar os votos da opinião publica tenta sempre algo muito difícil e, por vezes, com muitas surpresas pelo meio da votação.
    Vejamos:- O programa Os Grandes ... já foi realizado em diversos países da Europa e os resultados que sabemos, na Inglaterra ganhou Churchill e na França o General De Gaulle, o que consideramos normal.
    Considero que em Portugal foi um pouco mais difícil.
Primeiro foi a comissão escolhida para selecionar os 200 ou 300 nomes dos possíveis candidatos a Grande Português “falhou vergonhosamente” e, sem duvida alguma, numa democracia, por motivos políticos. Isso foi um grande erro porque, para bem ou para o mal, Marcello Caetano e Salazar teriam que constar na lista e não acrescentados depois de sua falta ter levantado polemica.
    Pessoalmente acho que um grande Português ou de qualquer outra nação só poderá ser aquele que, para o bem ou para o mal, deixou seu nome registrado na história do país onde nasceu.
    Vamos dar um exemplo, Afonso Henriques fundou o Reino de Portugal; D. Pedro IV de Portugal, o Imperador D. Pedro I tornou o Brasil independente do reino em que mais tarde viria a ser rei. Não estou tentando provar que um estava certo e o outro errado, mas somente dizer que ambos ficaram na história.
    Incluir na lista de possíveis votados grandes atletas, fadistas, ciclistas, jogadores de futebol ou dirigentes desportivos, penso estar errado, eles poderão ficar na história do fado, do desporto, do atletismo, etc, na História de Portugal, até meados do século XX, não conheço nenhum. Achamos também que quem elaborou a lista deveria ter levado em conta o ensino que hoje é ministrado nas escolas de Portugal e o possível pós-escolar interesse cultural e histórico dos votantes.
    O resultado da apuração do 100º ao 11º foi divulgada pelo votos obtidos, sem citar números, e a do 10º ao 1º também pelos votos obtidos mas divulgada por ordem alfabética decrescente. Porque não se classificaram todos pelo número de votos? Medo, vergonha... ou o que foi?
    A votação dada aos 90 primeiros é a amostra clara do que é o ensino, ou do que aprendem os alunos nos seus anos de escola, em Portugal e a pouca cultura geral que procuraram conhecer.
    Olhemos a classificação. O 100º.ficou com a pianista Maria João Pires, em 70º. ficou Hermano José. Será que alguma vez na vida serão citados na História de Portugal?
    Outros há que nos envergonham muito mais. Vitor Baia, um grande goleiro, hoje no Futebol Clube do Porto, foi o 66º colocado e mais Grande Português que Bartolomeu Dias, 67º, que o Almirante Gago Coutinho, que criou aparelhos para navegação aérea e o primeiro que junto com Sacadura Cabral atravessou o Atlântico Sul de avião, 75º e do que o poeta Bocage, 78º.
    Em 52º ficou Alberto João Jardim, pessoalmente acho que foi e ainda é, o melhor governador que o Arquipélago da Madeira jamais teve, mas será ele mais importante para a História de Portugal do que D. Afonso III, 65º ou D. João IV 93º?
    A partir do 50º colocado começam a aparecer as maiores barbaridades históricas e culturais.
    Pedro Álvares Cabral, 49º, é menos Grande Português do que José Sócrates, 48º e este, por sua vez, é menos gente do que a “heróica???” comunista Catarina Eufémia, 46º colocada.
 

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