EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: UMA FORMA DE
INCLUSÃO
DO
EDUCAÇÃO
SUPERIOR
José
Oscar Fontanini de Carvalho
Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC-Campinas
Beatriz
Mascia Daltrini
Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
RESUMO
Este trabalho apresenta uma análise, sob o enfoque sistêmico,do
problema
da
Superior,
permitindo, como resultado, propor a
como
uma alternativa viável para minimizar tal problema.
1
– Introdução
O objetivo deste trabalho é propor a Educação a Distância (EAD) como
uma
alternativa
visual
(DV) à Educação Superior
Os autores deste trabalho, oriundos da área de tecnologia, analisam o
problema
da
sistêmico,
proporcionando uma visão
conclusões
e sugestões que levam à proposta aqui apresentada.
2
– O acesso do Deficiente Visual ao Ensino Superior
Para um aprofundamento dos aspectos envolvidos no tema “acesso do
deficiente
visual ao
sistêmica
para uma análise ndo
Sistema de Acesso
do
Deficiente Visual ao Ensino Superior - SADVES.
SISTEMA DE ACESSO DO DEFICIENTE VISUAL AO ENSINO
SUPERIOR.
SUBSISTEMA
ENSINO
SUPERIOR
SUBSISTEMA
DEFICIENTE
VISUAL
BARREIRA
DA ACEITAÇÃO
BARREIRA
DA APRENDIZAGEM
BARREIRA
DA COMUNICAÇÃO
BARREIRA
DO ESPAÇO
ACESSIBILIDADE
Um sistema é definido como um conjunto de elementos dinamicamente
relacionados,
sobre
dados, energia e/ou matéria
No caso do SADVES, temos dois grandes subsistemas que o compõem:
o
Subsistema
Subsistema
Ensino Superior (SES),
superior.
A
eficácia da inter-relação entre
os subsistemas
do
objetivo do sistema.
Existem barreiras que devem ser superadas para que a interação eficaz
entre
os dois
As
principais barreiras são: aceitação, comunicação, espaço e
aprendizagem.
Pode-se dizer que a eliminação, ou não, destas barreiras, vai aumentar
ou
diminuir o que
A completa interação entre os dois sistemas, ou seja, a quebra das
barreiras,
pode ser
· Forma 1 de quebra de barreira - Modificando os procedimentos e a
estrutura
de um ou dos
suas
necessidades, sem modificar os seus
· Forma 2 de quebra de barreira - Adotando interfaces que adaptem a
saída
de um subsistema
de
modificação, ou havendo apenas uma
mesmos.
A primeira forma de quebra de barreira exigirá maior esforço dos
subsistemas,
porém,
Nenhuma
das duas formas pode ser considerada a
suficiente,
exigindo que as duas formas atuem de maneira complementar.
2.1
– Barreira da aceitação
·
Característica:
A barreira da aceitação é caracterizada pela dificuldade do SDV em ser
aceito
pelo SES.
·
Solução de acessibilidade:
Uma solução para a plena aceitação do SDV pelo SES é a inclusão
(Sassaki
1997).
A aceitação compreende diferentes graus. Tal conceito tem as
características
da forma 1 de
for
o grau de aceitação a ser oferecido por um subsistema
em relação ao outro, maior deverá ser a modificação nas suas estruturas
para
a adaptação.
2.2
– Barreira da comunicação
·
Característica:
A
barreira da comunicação é caracterizada pela dificuldade do SDV em acessar o
conteúdo
educacional
oferecido pelo SES e de se comunicar com seus colegas e docentes.
·
Solução de acessibilidade:
Para minimizar estas dificuldades, soluções como o desenvolvimento de
formato
assim
como a utilização de
pelo
SDV, podem ser adotadas. São complementares a
estas indicações, adaptações no ambiente físico, como a iluminação
adequada.
As soluções de acessibilidade apresentadas para a barreira da
comunicação
têm as
agindo
mais na interface entre os dois
alterações
estruturais dos mesmos.
2.3
– Barreira do espaço
·
Característica:
A barreira do espaço é caracterizada pela dificuldade do SDV em se
deslocar
para e no
·
Solução de acessibilidade:
Para minimizar estas dificuldades, soluções como a utilização de
recursos
de mobilidade e
ser
adotadas.
O oferecimento pelo SES de EAD, faz com que o SDV se sinta
independente
dos
É
claro que, do ponto de vista da inclusão, a
mobilidade
é a mais completa, porém, levando em
conta as dificuldades
encontradas nesta solução, a solução da EAD deve ser seriamente
considerada.
As soluções de acessibilidade apresentadas para a barreira do espaço
têm
as características
modificações
estruturais, tanto nos dois subsistemas
envolvidos,
como no seu meio ambiente.
2.4
– Barreira da aprendizagem
·
Característica:
A barreira da aprendizagem é caracterizada pela dificuldade, que pode
ser
apresentada
devido
à sua limitação
sensorial.
·
Solução de acessibilidade:
Para minimizar as dificuldades da barreira da aprendizagem
(Fonseca
1995), há a
dificuldades
de aprendizagem apresentadas pelo SDV,
desenvolvimento conjunto de métodos, estratégias, técnicas e materiais
especiais
de
A EAD pode contribuir, de maneira significativa, para minimizar a barreira
da
SDV
o acompanhamento do
As soluções de acessibilidade apresentadas para a barreira da
aprendizagem
têm as
exigindo
modificações estruturais nos dois
2.5
– A melhor solução de acessibilidade
Não existe a melhor solução para uma completa acessibilidade do SDV
ao
SES.
Uma das soluções de acessibilidade apresentadas para reduzir a barreira
do
espaço é a
Levando em consideração a crescente opção pelo oferecimento deste
sistema
de Educação
de
levar a educação aos excluídos
da mesma,
tal
solução entre as demais.
Uma importante característica da EAD é a adoção de tecnologias que
permitem
uma maior
ser
interpretadas pelo DV,
através de
Estas
características envolvem três das soluções de
apontadas neste trabalho, que são: formato específico de material
didático,
própria
EAD.
Apresenta-se, neste caso, uma grande independência do DV no acesso
ao
Ensino Superior,
comunicação ficam minimizadas.
Restam
duas, a
A barreira da aprendizagem pode ser minimizada com formato de material
didático
disponíveis.
Caso
se ofereça a
facilidades
ao SDV que pode acompanhar o
curso
no seu próprio ritmo.
A barreira da aceitação é ultrapassada, uma vez que o aluno DV a
distância
passa a ser
Finalmente, devem ser consideradas restrições institucionais.
Tais
restrições, também,
Ramanujam
(1999).
Levando em consideração o acima apontado, este trabalho sugere o
ponto
de vista de que a
acesso
à informação voltada para o DV, é uma
eliminar
as barreiras do acesso do DV ao Ensino Superior, permitindo-lhe
uma
maior independência.
3
– Conclusões
A análise sistêmica do acesso do DV ao Ensino Superior possibilita
uma visão da acessibilidade, e de suas implicações, de maneira não
usual, conforme a apresentada na literatura sobre o assunto,permitindo
conclusões
e sugestões de solução para o problema.
Esta
é a grande contribuição deste trabalho.
Como resultado da análise sistêmica, são apresentados, no trabalho,os
conceitos de barreiras a serem superadas para que a interação entre os
subsistemas
Deficiente Visual e Ensino Superior aconteça.
A análise permite, também, a apresentação de sugestões de soluções
para a eliminação das barreiras e conseqüente aumento de acessibilidade
entre
os subsistemas Deficiente Visual e Ensino
Finalmente, deve-se destacar a sugestão da EAD somada à da tecnologia
de acesso à informação voltada para o DV, como uma alternativa viável
para
diminuir as barreiras do acesso
4
– Referências bibliográficas
Carvalho, José Oscar Fontanini de. Soluções tecnológicas para
viabilizar
o acesso do deficiente
Ensino
Superior. Tese de
Doutorado, Faculdade de
e
de Computação, Unicamp, Brasil. 2001.
Internet URL: http://www.ii.puc-campinas.br/oscar
Chiavenato, Idalberto. Teoria geral da Administração. S. Paulo, SP,
McGraw-Hill,
Vol. II, 3a. ed,
Fonseca, Vítor da. Introdução às Dificuldades de Aprendizagem.
Porto
Alegre, Editora Artes
Ramanujam, Perumalsamy R. Opening Distance Education to People
with
Disabilities: The Need
of
The 19th ICDE World Conference on Open
Learning
and Distance Education. Viena,
Austria, June, 1999.
Sassaki, Romeu Kazumi. Inclusão: Construindo uma Sociedade para
Todos.
Rio de Janeiro, RJ,
ISBN 85-85644-11-7.
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