Fonte usada: Almanaque Abril - (CD ROM) - 2003.

 

Turismo

Economia

Índices sociais

Capital

História

Revoltas

Período Republicano

DADOS GERAIS

No maior e mais populoso estado da Região Sul está o ponto extremo do sul do país, num
pequeno rio, o arroio Chuí. O clima gaúcho é subtropical e o relevo apresenta planícies litorâneas,
planaltos a oeste e nordeste e depressões no centro. O Rio Grande do Sul apresenta vegetação
de campos (os Pampas Gaúchos), floresta tropical, matas de araucárias e restingas no litoral.
Os principais colonizadores do estado são os imigrantes italianos, que se fixam principalmente
na região serrana, no nordeste do estado, e os alemães, que ocupam sobretudo a região do vale
do rio dos Sinos, ao norte de Porto Alegre. Os portugueses (incluindo os açorianos) permanecem
no litoral. Além da influência européia, o gaúcho cultiva as tradições dos Pampas, na fronteira
com o Uruguai e a Argentina.
Entre essas tradições destacam-se o chimarrão, o churrasco e o uso de trajes típicos,
compostos de bombachas (calças folgadas, de origem turca, presas ao tornozelo), poncho e
lenço no pescoço.

Turismo – Na Serra Gaúcha, onde o inverno é rigoroso, erguem-se cidades com características
européias, como Gramado e Canela. Na região de Bento Gonçalves e Caxias do Sul, o maior
centro produtor de vinho do Brasil, a atração é a culinária italiana. A noroeste do estado, na
região das Missões, os municípios de São Borja e São Miguel preservam ruínas das povoações
jesuítas do século XVII, consideradas patrimônio da humanidade pela Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Na divisa com o estado de Santa Catarina, no Parque Nacional de Aparados da Serra, a principal
atração turística é o cânion do Itaimbezinho, formação rochosa com até 5,8 quilômetros de
extensão, 2 quilômetros de largura e profundidade de até 720 metros.

Economia– Apoiado na produção de couro, o estado é o maior fabricante de calçados do país.
O Rio Grande do Sul também produz fumo, petroquímicos, madeira e derivados. E importa
petróleo, nafta e fertilizantes. Para reduzir o déficit de derivados de petróleo, está sendo ampliada
a refinaria Alberto Pasqualini, que deverá ser concluída até 2005.
A economia do estado é bastante desenvolvida, com boa parte da força produtiva concentrada no
setor industrial. Destacam-se os ramos petroquímico, tabagista, de construção e alimentício.
Também ganha força a indústria automobilística, com a instalação da fábrica da General Motors
do Brasil em Gravataí, na Grande Porto Alegre, no segundo semestre do ano 2000.
O Rio Grande do Sul é o maior produtor nacional de grãos, com produção expressiva de soja,
milho, trigo e arroz.
Dono de um dos maiores rebanhos bovinos do país, no ano de 2001 o Rio Grande do Sul enfrenta
um grave surto de febre aftosa, que provoca o fechamento dos mercados europeu e
norte-americano para a carne gaúcha. Para evitar que a doença se alastre, o Ministério da
Agricultura proíbe a circulação de gado vivo e fecha as fronteiras gaúchas. A fiscalização é
intensificada, toneladas de carne são incineradas, frigoríficos são fechados, todo o rebanho é
vacinado e 1.118 animais são abatidos. Em 2002, o rebanho é novamente vacinado.

Índices Sociais– O Rio Grande do Sul foi o estado não nordestino que apresentou o menor
crescimento populacional entre os anos de 1991 e de 2000, com uma média anual de 1,21%,
abaixo da média nacional, que foi de 1,63% ao ano.
O estado ainda mantém a menor mortalidade infantil do país, com 18,1 por mil nascidos vivos.
Constantes investimentos em educação e saúde garantem a condição de unidade da federação
com a melhor qualidade de vida do Brasil. Ao lado do Distrito Federal, o Rio Grande do Sul é o
que apresenta o mais elevado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país.

Capital– A região da Grande Porto Alegre se constitui no principal centro de compras e serviços
do Rio Grande do Sul. São 22 municípios, que abrigam quase um terço da população do estado.
Na capital, 97% dos moradores são alfabetizados, 99% dos domicílios têm acesso a água
tratada e 85% dispõem de coleta de esgoto.
Para incentivar a instalação de indústrias de pequeno e médio portes com baixo potencial
poluente na cidade, em 1995 é criado o Parque Industrial da Restinga, que prevê a implantação
de 235 empreendimentos em lotes industriais de 2,3 mil metros quadrados, em quatro fases.
Concluída a primeira fase, em 2000, 47 lotes são ocupados – 38 por empresas e nove por
incubadoras de novos negócios da prefeitura.

História
A região do atual estado do Rio Grande do Sul não se inclui nos domínios coloniais portugueses
assinalados pelo Tratado de Tordesilhas. Mas, com a importância estratégica da área do Prata, o
território logo atrai a atenção dos colonizadores. Durante o domínio espanhol, de 1580 a 1640, a
expansão territorial é facilitada, levando os primeiros sertanistas e criadores de gado à região. A
eles seguem-se os bandeirantes paulistas, interessados no apresamento dos índios guaranis
aldeados nas missões do Paraná e do Paraguai pelos padres jesuítas da Companhia de Jesus.
Em fuga, os jesuítas deslocam suas aldeias para o sul, ao longo do rio Uruguai. Com dinamismo
social e econômico, a área das missões e toda a região sulina atraem os interesses coloniais
portugueses.
A metrópole estimula a imigração de famílias açorianas para a recém-criada capitania de São
Pedro do Rio Grande. O primeiro povoamento é a base militar criada em 1737 na embocadura da
lagoa dos Patos, embrião da cidade portuária de Rio Grande. Dez anos mais tarde é fundada a
vila de Porto dos Casais, atual Porto Alegre. Esse desenvolvimento dificulta a definição da
fronteira dos domínios de Portugal e da Espanha, que só é acertada no Tratado de Madri,
assinado no ano de 1750. Os índios não aceitam abandonar as terras das missões, passando do
lado brasileiro para o lado argentino do rio Uruguai, oposição que deflagra a Guerra Guaranítica.

Revoltas – Vencida a resistência dos guaranis, as fazendas de gado espalham-se pelo território
gaúcho. O Rio Grande do Sul participa das lutas da independência, mas tem seu crescimento
barrado pelo centralismo do Império, o que gera conflitos com o poder central, que culminam com
a Revolta dos Farrapos, entre 1835 e 1845. Posteriormente, o estado envolve-se também na
Guerra do Paraguai (1865-1870). Nos primeiros anos da República, os gaúchos mergulham na
violenta Revolta Federalista (1893-1895), que instaura uma guerra civil entre republicanos e
federalistas. Os revolucionários propõem uma confederação com outras repúblicas, daí sua união
com o internacionalista Giuseppe Garibaldi, um dos responsáveis pela unificação italiana. Com o
general David Canabarro, Garibaldi chegou a fundar, em Santa Catarina, a efêmera República
Juliana.

Período Republicano – Durante a República, o estado continua a receber grande número de
imigrantes estrangeiros, principalmente italianos e alemães, num intenso movimento imigratório
iniciado nas décadas de 1870 e 1880. A partir dos empreendimentos familiares dos imigrantes, a
atividade industrial prospera em Porto Alegre, Rio Grande, Pelotas, Caxias do Sul e em outras
cidades, ligada principalmente aos setores de alimentos, tecidos, móveis, calçados, ferramentas
e utensílios domésticos.
O Rio Grande do Sul atua ainda nas lutas políticas da República Velha, em que se destacam
Júlio de Castilhos, Pinheiro Machado e Borges de Medeiros, representantes das forças
oligárquicas, e Luís Carlos Prestes, pela oposição. Participa decisivamente da Revolução de
1930, que põe fim à República Velha, sob a liderança de Getúlio Vargas e Osvaldo Aranha. Na
década de 1970, a indústria começa a se diversificar, com investimentos nos setores químico e
metalmecânico, e empreendimentos de grande porte, como o do pólo portuário e industrial da
cidade de Rio Grande e o pólo petroquímico de Triunfo, próximo a Porto Alegre. Com uma
economia equilibrada entre a indústria e a agropecuária e sem grandes desajustes sociais, o Rio
Grande do Sul é o estado brasileiro com o melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

DADOS GERAIS

GEOGRAFIA – Área: 281.734 km2. Relevo: planície litorânea com restinga e areia, planaltos a
oeste e nordeste e depressão no centro. Ponto mais elevado: serra Geral (1.398 m) .Rios
principais: Uruguai, Taquari, Ijuí, Jacuí, Ibicuí, Pelotas, Camacuã. Vegetação: campos
(campanha gaúcha) a sul e oeste, floresta tropical a leste, matas das araucárias a norte,
mangues litorâneos. Clima: subtropical. Municípios mais populosos: Porto Alegre (1.360.590),
Caxias do Sul (360.419), Pelotas (323.158), Canoas (306.093), Santa Maria (243.611), Novo
Hamburgo (236.193), Gravataí (232.629), Viamão (227.429), São Leopoldo (193.547), Rio Grande
(186.544) (2000). Hora local: a mesma. Habitante: gaúcho.

POPULAÇÃO – 10.187.798 (2000). Densidade: 36,2 hab./km2 (2000).Cresc. dem.: 1,2% ao
ano (1991-2000). Pop. urb.: 81,6% (2000). Domicílios: 3.042.039 (2000); carência
habitacional: 309.264 (est. 2000). Acesso à água: 79,7%; acesso à rede de esgoto: 68,4%
(2000). IDH: 0,869 (1996).

SAÚDE – Mort. infantil: 18,1‰ (2000). Médicos: 18,6 por 10 mil hab.(set./2002). Leitos hosp.:
3,1 por mil hab.(jul./2002).

EDUCAÇÃO – Educ. infantil: 202.701 matrículas (78,1% na rede pública). Ensino
fundamental: 1.717.425 matrículas (91,8% na rede pública). Ensino médio: 483.824 matrículas
(87,1% na rede pública) (prelim.2002). Ensino superior: 238.263 matrículas (18,1% na rede
pública) (2000). Analfabetismo: 6,1%; analfabetismo funcional: 22,3% (2000).

GOVERNO – Governador: Germano Rigotto (PMDB). Senadores: 3. Dep. federais: 31. Dep.
estaduais: 55. Eleitores: 7.352.141 (6,4% do eleitorado brasileiro) (maio/2002). Sede do
governo: Palácio Piratini. Rua Duque de Caxias, 1005, centro, Porto Alegre. Tels. (51)
3210-4156/4117.

ECONOMIA – Participação no PIB nacional: 7,7% (2000).Composição do PIB: agropec.:
13,3%; ind.: 37,5%; serv.: 49,2% (1999). PIB per capita: R$ 8.341 (2000). Agricultura: soja
(5.592.643 t), arroz (5.245.162 t), milho (3.911.017 t), mandioca (1.326.602 t), trigo (1.214.227 t),
cana-de-açúcar (1.049.559 t), uva (569.618 t), maçã (346.191 t), fumo (336.433 t), alho (24.329 t)
(prelim.maio/2002). Extrat.: lenha (2.737.476 m3), madeira (132.119 m3), erva-mate (23.234 t)
(2000). Pecuária: aves (113.892.530), bovinos (13.601.000), ovinos (4.812.477), suínos
(4.133.303), eqüinos (514.089), bubalinos (80.440) (2000). Mineração: areia e cascalho
(9.396.000 m3), pedra britada (7.048.491 m3), carvão (3.420.580 t), calcário (3.128.356 t), argila
(11.940 t), água mineral (113.593.299 l) (2000). Indústria: alimentícia, química e de calçados
(2000). Export. (US$ 6,3 bilhões): calçados (21%), soja e derivados (15%), fumo (13%), carne
congelada (7%), veículos e peças (7%), petroquímicos (6%), couro e pele (5%). Import. (US$ 4
bilhões): petróleo (18%), nafta (11%), fertilizantes (7%), veículos e peças (7%), máquinas e
motores (6%), petroquímicos (4%) (2001).

ENERGIA ELÉTRICA– Geração: 17.717 GWh; consumo: 19.637 GWh (2001).

TELECOMUNICAÇÕES – Telefonia fixa: 2,7 milhões de linhas;
celulares: 2,5 milhões (est. 2002).

CAPITAL– Porto Alegre. Habitante: porto-alegrense. Pop.: 1.360.590 (2000). Malha
pavimentada: 79% (1999). Vias urbanas iluminadas: 81% (1999). Automóveis: 478.125
(2000). Jornais diários: 3 (2001). Cultura e lazer: teatros e casas de espetáculo (24), cinemas
(48) (1999). Prefeito: João Verle (PT). Nº de vereadores: 33 (2000). Data de fundação:
26/3/1772.

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