A Oficina 666
Um dos maiores clássicos do heavy metal mundial
completa 22 anos. The Number Of The Beast,
o disco responsável pelo estouro dos britânicos do Iron
Maiden na cena metal mundial, é sem dúvida um fenômeno
de público e crítica. Como se não bastasse ser
uma obra prima, marcada pela estréia do aclamado Bruce Dickinson
nos vocais da banda, traz músicas adoradas até hoje pela
legião de fãs, verdadeiros seguidores de ferro e sangue
do grupo. Run To The Hills, que fechou a apresentação
no Rock In Rio II, ano passado, Children Of The Damned e Hallowed
Be Thy Name, uma das favoritas dos fãs da Donzela de Ferro,
como eu. Mas,o disco ficou famoso, sobretudo, por um danadinho de um
refrão, composto pelo líder, baixista e mentor Steve Harris,
a partir do filme The Omen - A Profecia.
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The
number of the beast (1982) |
Afinal, quem nunca cantou dentro de casa, batendo a
cabeça: "Six, six, six, The Number Of The Beast", ou
seis, seis, seis, o número da besta. Pois é, só
que Steve não sabia que essa analogia com o filme americano daria
tantos problemas e geraria tantas histórias incríveis.
Logo depois do lançamento do álbum, o Iron Maiden saiu
em turnê pela Europa. Chegando aos Estados Unidos, pela Segunda
vez na carreira, a banda deparou-se com um cenário desesperador.
As rádios das cidades conservadoras e extremamente religiosas
fizeram propaganda contra o disco. A capa do trabalho traz Eddie, o
mascote da banda, manipulando o diabo como se fosse uma marionete. Nada
mal para americano cheio de coisa. Então, os padres mandavam
os adolescentes, cada vez mais eufóricos com o "six, six,
six" queimarem os disquinhos ou até quebrarem o vinil para
não se intoxicarem com a fumaça maligna. (que exagero
dos diabos, ops).
Foi nesse cenário que aconteceu uma das cenas mais incríveis
relacionadas ao álbum. Enquanto o Iron Maiden estava em Nova
Iorque, promovendo o The
Number, Martin Birch, famoso produto de heavy metal, consagrado junto
com a Donzela de Ferro, se metia numa história inacreditável.
Ele saía de casa, em Londres, para um estúdio, quando,
de repente, um carro entra na rua a bate no seu veículo. Era,
segundo depoimento de Birch, um pastor anglicano negro, daqueles bem
exagerados. Mandou que o produtor deixasse o veículo e rezasse
várias vezes, assumindo a culpa. Depois dessa confusão
na rua, Martin seguiu para a oficina e deixou o carro para o conserto.
Uma semana depois, no dia de um show de divulgação do
The Number, mecânico entregou a conta. Por obra de deus ou do
Diabo, não é que o serviço custou 666 Libras Esterlinas.
Espantado e assustado, Birch ligou para Steve Harris e contou o que
tinha acontecido. O mentor do Maiden deu um conselho ao amigo: "Pague
667 ou 665 Libras e vá embora, mas não dê 666".
Para quem acredita é um prato cheio para formular novas superstições.
Autor: jornalista
Ricardo Novelino
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