Estudo realizado pela empresa Doane Marketing Research Inc., dos Estados Unidos, mostra que os agricultores daquele país estão aderindo cada vez mais a técnicas agrícolas que ajudam a preservar o solo, notadamente o plantio direto. No ano passado, mais de 26,3 milhões de hectares foram cultivados seguindo esta técnica, incluindo cerca de 13 milhões de hectares de soja, 9,4 milhões de hectares de milho, 2,3 milhões de hectares de algodão e 1,7 milhão de hectares de trigo.

Também no Brasil vem ocorrendo a mesma aceitação constatada entre os agricultores norte-americanos. Na safra 1999-2000, 14,12 milhões de hectares foram cultivados em sistema de plantio direto no Brasil, de acordo com dados da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha. Quase 25 anos depois de ser tido utilizado pela primeira vez no norte do Paraná, o sistema é hoje aplicado não só nas culturas de soja e do milho, mas também em trigo, arroz e pastagens. Paraná, Rio Grande do Sul e Cerrado são as regiões de maior índice de expansão do plantio direto no País.

O cotonicultor Tony Jones, do estado norte-americano da Carolina do Norte, por exemplo, substituiu totalmente suas técnicas de manejo de algodão pelo plantio direto no ano passado. "Aumentei minha produção em cerca de um terço e não tive de comprar mais equipamentos. Nós economizamos muito usando o plantio direto, mas o maior benefício é sua eficácia para a lavoura. Nós podemos fazer muito mais, com menos equipamentos e trabalho", afirmou Jones.

Cerrado - Segundo Helvécio Saturnino, presidente da Associação do Plantio Direto no Cerrado (APDC), no final dos anos 80 apenas 10 mil hectares da área plantada no Cerrado eram cultivados pelo plantio direto. Hoje, são 5 milhões de hectares. Saturnino acompanha a expansão do sistema desde a sua introdução nessa região e em todo o País.

"Essa tecnologia, por ser mais simples, ajuda o produtor a cumprir melhor o cronograma de plantios o ano todo. Além disso, é mais sustentável porque permite aproveitar melhor a água e os insumos que são utilizados na lavoura", afirma Saturnino. Segundo ele, uma outra grande vantagem do sistema é a preservação do meio ambiente. "Sem muita intervenção, o solo fica protegido o ano todo", conclui o especialista brasileiro.