A RAÇA DOS BRASIS-LEMURIANOS
(Fragmentos de um artigo de Ernesto Bono, publicado no Correio do Povo em 19/4/1959)

Ao ocorrer o afundamento da Lemúria, seus remanescentes espalharam-se pelas terras circunvizinhas. Confundiram-se com os nativos que nelas viviam, levando-lhes a cultura que estes ainda não tinham alcançado. Os primitivos asiáticos foram os que herdaram grande parte dos conhecimentos e dos costumes lemurianos. Os chineses copiaram-lhes o sistema de vida, inclusive a maneira de construir, daí porque muito mais tarde, embora conservando a longínqua influência lemuriana, edificaram a Grande Muralha. Ruínas de construções semelhantes são também encontradas no Peru.

Os hindus, por sua vez, herdaram os costumes religiosos, os quais, burilados posteriormente pela influência de uns poucos iniciados da Atlântida, ergueram a fabulosa cidade de ANGKOR-VAT, verdadeira jóia feita de pedra, perdida na selva da Malásia. Imagens de Buda, postas posteriormente por budistas fanáticos, fizeram crer aos arqueólogos tratar-se de obra recente e, consequentemente, deram-lhe uma data quase próxima, cometendo, deste modo, os eternos erros de cálculos de tempo. Na verdade, Angkor representa um grande mistério a mais àqueles que, dizendo-se positivistas, procuram descobrir verdades humanas e universais, através de cálculos matemáticos. Tal é o caso da determinação da idade de remanescentes através de Carbono 14, método que, até agora, conforme certos casos, mais serviu para causar confusão do que esclarecimentos propriamente ditos.

Os colonizadores da nascente Atlântida
Antes porém, que ocorresse a submersão da Lemúria, um grupo composto de sábios em conhecimentos materiais e espirituais, abandonando suas terras, dirigiram-se para a América. O seu objetivo era o de, quando houvesse soado a hora oportuna, continuar a obra de ascensão humana no solo da nascente Atlântida. Contudo, demoraram-se longo tempo nos atuais países dos Andes e construíram diversas cidades sobre cujas ruínas os pré-incas ergueram as suas. A própria capital dos incas é um exemplo.

Chegando o momento de povoar a Atlântida, desceram dos vales, empreendendo a longa jornada de travessia do planalto brasileiro até atingirem a costa do Atlântico; em sua peregrinação construíram algumas cidades, cujos restos, se ainda existem, devem estar espalhadas pelas florestas do Mato Grosso. É difícil determinar qual foi a causa da redução da estatura dos sucessores dos gigantes lemurianos. Há, contudo, uma teoria bastante razoável tentando explicar esse mistério. HOERBIGER, cientista austríaco é de opinião que a Terra em épocas remotas capturou um corpo que vagabundeava no espaço, o qual se transformou em nosso satélite, a Lua, cuja influência modificou completamente os aspectos da vida na superfície terrestre. Fato curioso é que antes do desaparecimento da Lemúria, tudo era gigantesco, o que a própria ciência comprova: Primeiro, as enormes florestas; depois, a macrofauna, da qual cito os dinossauros, plesiossauros, ictiossauros, etc... e, finalmente, admitindo a Lemúria, os homens gigantescos. Depois da captura da Lua, a Terra teria passado a ser habitada por espécies menores, vegetais, animais e hominais.

Os lemurianos devem ter andado por aqui durante muito tempo, e, forçosamente, Ter-se-ão misturado com os brasis. Os primeiros colonizadores da Atlântida, saíram de terras brasileiras e foram lemurianos e brasis, visto serem Estes os únicos capazes de fazê-lo.

As eternas controvérsias dos prós e dos contras
A princípio, a Atlântida formou parcialmente com o Brasil, um único bloco; ao atingir o seu apogeu, o Brasil ainda estava a ela ligado. Posteriormente desmembrou-se, desligando-se definitivamente de nosso território, reduzida então à Ilha de Poseidonis, da qual nos fala Platão em sua obra Thimeo. Faz tanto tempo que isso ocorreu e são tão poucos os vestígios deixados, que certos acadêmicos declaram enfaticamente: Os atuais conhecimentos da pré-história são já bastante precisos e seguros para poder-se afirmar, com absoluta certeza, que o mito de outras civilizações, além da nossa atual, não passa de absurda imaginação de alguns visionários. Engraçado... Porque em vez de só negarem, não procuram analisar o assunto sob prisma liberto de falsas noções e idéias preconcebidas?

Provas materiais comprovando essas lendas, existem em grande quantidade, faltando apenas desvendar-lhes os segredos que encerram, que aliás, não são poucos, dando-lhes, finalmente, a correta interpretação. É o caso por exemplo, da história dos incas, astecas, toltecas e maias, qual por muito favor concedem uma idade aproximada de 100 a.C.; no entanto sabe-se que as pirâmides do Sol e da Lua, no México, são quase tão antigas como aquelas do Egito. Muito comodamente acham que os índios americanos descendem de povos asiáticos, os quais teriam invadido a América pelo estreito de Behring. A América teria sido, segundo esse raciocínio, colonizada inclusive por australianos, que teriam atravessado o Pólo Sul a fim de penetrar na Patagônia. Porque razão os povos que mais se desenvolveram ficavam próximos aos focos civilizadores, a Lemúria e a Atlântida?

Os Lemurianos, depois de se mesclarem com os brasis, dirigiram-se para a Atlântida, guiados por uma inspiração superior e, algo parecido ao do êxodo dos hebreus, que necessitaram de anos para chegarem à Terra prometida.

Alguns indícios da passagem deles por nossas terras existem. A terra, em suas constantes transformações, sempre deixa algum remanescente ou vestígio. Os homens são, figuradamente, como seus carrapatos, por mais que a Terra se esforce, não consegue jamais extinguir os vestígios com que a marcaram. Das poucas ruínas e restos de cidades existentes em solo brasileiro, provavelmente os construtores foram os brasis, ou, quem sabe, um dos povos que por aqui passaram. Diversos aventureiros da época da colonização, penetrando mata a dentro, referiram-se à existência de misteriosas cidades perdidas, mas como o propósito deles era principalmente o ouro e só encontravam ruínas, pouca importância deram. Além do mais , os europeus de então consideravam toda construção existente aqui na América , como sendo obra do diabo, havendo consequentemente perigo de satanismo. Quando podiam, a tudo destruíam, naturalmente sem deixar de carregar, caso houvessem, as preciosidades, pois, em presença do ouro, esses valorosos conquistadores mandavam o diabo às favas.

Bibliografia:
Publicado no Jornal NOVO TEMPO
Saquarema - RJ

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