A RUA Resolvi partir. Peguei as minhas coisas E desci pela rua deserta. Muitas vezes eu havia imaginado Essa minha partida E sempre via a rua chorosa despedir-se de mim. No entanto, ela se mant�m em sil�ncio, Insens�vel. Lembro-me dos momentos que passei na rua. Dancei, menti e amei na rua. Ela, como que inating�vel aos meus sentimentos, Fica quieta. Penso nas suas noites coloridas, a dona da festa. O palco. Ali, sem querer nada, era a parte mais importante do espet�culo. De dia, uma rua confusa, perdida, Usada pelos transeuntes. Sentimental. E agora finge que n�o sente nada ao me ver partir, Ou simplesmente me observa, analisa. Ri! Ri da minha despedida fria na madrugada. Debocha da minha fuga. Mas n�o reage, n�o discute, n�o me faz ficar. Ana Mello |
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