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O dia em que eu quis matar minha sogra

   Todo mundo j� quis um dia matar a sogra. � natural, elas enlouquecem a gente.
    Mas eu confesso, se para matar a minha fosse s� apertar um bot�o eu teria apertado e com o maior prazer.
    Acho que a rela��o com as sogras � um resgate c�rmico, vem de outras vidas, de algu�m com quem tivemos s�rios problemas. N�o � poss�vel tamanha unanimidade em rela��o a sentimentos como raiva, irrita��o, �dio, desprezo e tanto amor pelos filhos ou filhas delas.
    N�o sei bem como meu �dio concentrou, sei que cresceu muito durante minha gravidez e quando meu filho nasceu. Tudo isso regado a uma depress�o p�s- parto. Ela me enlouquecia com palpites e manifesta��es inoportunas. N�s mor�vamos juntos e a guerra travou-se em territ�rio dom�stico. Isso n�o me dava nenhum prazer, tentava mudar, mas n�o conseguia.
    Mudamos de casa, n�o resolveu.
    Ent�o busquei apoio profissional com uma terapeuta e espiritual, pois a obsess�o era tamanha que parecia coisa de outro mundo. Eu tinha sonhos horr�veis. Em um deles eu era um bicho, meio fera, meio mulher que devorava o pesco�o dela a mordida. No sonho era uma del�cia, mas acordava com medo e cansada como se tivesse sa�do de um longo acesso de f�ria.
    �s vezes andando na rua pensava nela e de repente quem dobrava a esquina na minha frente? Um dos epis�dios mais marcantes foi quando eu estava numa enorme fila de um banco que eu n�o costumo freq�entar, estava trocando um cheque. A fila fazia voltas. Eu despreocupada, pensando na vida. Pensei nela. Cheguei a arrepiar os pelos do corpo todo ao olhar para tr�s e v�-la distra�da em uma outra fila do lado oposto do sal�o.
    Mas como j� disse isso tudo n�o me fazia feliz e eu queria reverter esta situa��o. Era dif�cil n�o me dar bem com uma pessoa. Eu nunca havia odiado ningu�m, nem sequer ficado de mal por muito tempo.
    Assim, fiz um pouco de cada coisa, trabalhei meu lado espiritual, mudei meus conceitos sobre relacionamento. Descobri que n�o � preciso brigar por pensar diferente, nem se sentir invadido por isso quando a pessoa convive com a gente. Se tivermos seguran�a sobre o que sentimos e queremos � s� manter as id�ias claras e expor nossos argumentos com cautela. Ningu�m pode interferir em nossa vida se ela realmente nos pertencer.
Mudei. E quando a gente muda tudo muda a nossa volta. Minha sogra tamb�m mudou. Hoje somos amigas, nos respeitamos e n�o deixamos nenhum assunto mal resolvido. Conversamos na hora em que as d�vidas aparecem.
    Digo sempre, n�s n�o viemos a este mundo a passeio. A vida � para aprender e mudar de atitude.
   Se me arrependo de pensar em mat�-la ou de alguma atitude mais agressiva? Claro que sim. Mas se tudo isto aconteceu foi por culpa nossa e se foi resolvido tamb�m foi por m�rito nosso.
    Para finalizar eu diria que nada nessa vida � para sempre se a gente n�o quiser que seja.


Ana Mello
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