Familiares
de presos que cumprem pena na Penitenciária de Montalvão,
bem como os funcionários daquela unidade prisional, viveram
ontem momentos de tensão
e muita expectativa. Um princípio de motim foi registrado no
local, por volta das 9h, quando 22 sentenciados
do raio II passaram a quebrar
alguns vidros das celas,
tendo, inclusive, ateado fogo em
um colchão. Diante das circunstâncias,
a Companhia Matricial de Choque, sob o comando do Capitão PM
Donizete Martins Reis, com um efetivo de 34 soldados e 5
oficiais, entrou no presídio, promovendo o restabelecimento
da ordem, sem que tenha sido
necessário o enfrentamento físico,
ou seja, o confronto.
De acordo com o boletim de ocorrência nº 3075/03, elaborado
na 1ª Companhia PM, A Polícia Militar foi inicialmente
acionada pela direção da penitenciária às 7h30, quando
ocorreu a primeira manifestação
de revolta dos presos. Ao chegar no local, a PM foi informada
pelo diretor geral da unidade, Diorai Pereira Torres, que
realmente houve um princípio de motim,
mas que a situação já havia sido controlada
pelos agentes de segurança
penitenciária, inclusive tendo sido providenciada
a remoção de seis sentenciados
para o presídio de Presidente Bernardes.
Cerca de uma hora e meia depois, o tumulto
foi reiniciado pelos presos, sendo que, desta vez,
houve a necessidade de interferência
do Pelotão de Choque. Na seqüência, outros 23
detentos foram removidos para diversos presídios da região.
No total, 50 homens da Polícia
Militar - incluindo policiais militares da 1ª Companhia -
foram utilizados na ação realizada ontem na Penitenciária
de Montalvão, além do Canil da PM e 12 viaturas da Força Tática.
Duas viaturas AT (Auto Tanque) do Corpo
de Bombeiros também permaneceram de prontidão no
local. A operação teve início às 9h e terminou por volta
do meio-dia, sendo comandada pelo Major PM Álvaro Cunha,
Major PM Pedro Gomes e Capitão PM Francisco Batista Leopoldo
Júnior. Toda a ação foi acompanhada pelo diretor geral do
presídio, Diorai Pereira Torres, e pelo coordenador prisional
regional da Capital e Grande São Paulo, Perci de Souza,
ex-diretor da unidade de Montalvão.
A responsável pelo setor de comunicação do 18º Batalhão
da Polícia Militar, Tenente PM Gladys Barros da Silva,
durante o princípio de motim verificado por volta das 9h, uma
das celas teve a porta quebrada e nove presos conseguiram sair
para a ala externa. Segundo ela, o motivo do tumulto
foi manifestar o descontentamento
pela morosidade da Justiça em conceder alguns benefícios
que os sentenciados alegam ter direito. Outros exigem a
transferência para unidades localizadas mais próximas de
suas cidades de origem, onde residem suas famílias.
Acrescentou que o diretor geral teria se comprometido
a analisar cada caso e tentar agilizar junto ao juiz
corregedor, em São Paulo, a concessão dos benefícios a que
muitos presos efetivamente têm direito.
A superlotação seria
outra causa de insatisfação
dos presos que se encontram na penitenciária de Presidente
Prudente. De acordo com a tenente Gladys, ontem - após a
primeira remoção - havia 654 presos. O presidente
do Sindasp (Sindicato dos Agentes de Segurança
Penitenciária do Estado de São Paulo), Cícero Sarnei dos
Santos, informa que a capacidade da unidade prisional - construída
em 1990 - é para 360 presos. São 60 celas, sendo 30,
cada uma com capacidade para abrigar 5 sentenciados, e 30,
cada uma com capacidade para abrigar 7 homens. Mais uma vez, a
reportagem de O Imparcial não conseguiu ouvir o diretor geral
da penitenciária.
TOPO
subportaria
Penitenciária de Pres.Prudente/SP
PRODERPP
O
IMPARCIAL 08 OUTUBRO 2003 – PRES.PRUDENTE SP
POLÊMICA
ONG
entrará com ação
contra novos presídios
Entidade
de defesa do desenvolvimento
regional Proderpp,diz que Estatuto
da Cidade não está sendo cumprido
GISELLE
TOMÉ
REPORTAGEM LOCAL
A
assinatura de convênios realizada anteontem entre o Governo
do Estado e Ministério da Justiça para a construção
de cinco penitenciárias compactas no Interior, sendo
quatro localizados na 10ª Região Administrativa do Estado de
São Paulo, não foi bem aceita pela ONG Núcleo de
Desenvolvimento Regional (Proderpp) de Presidente Prudente.
O presidente da entidade, Alvaro Barbosa, já anunciou que a
ONG entrará, no máximo até a próxima semana, com ação
civil pública contra o Estado e as prefeituras. O objetivo
é exigir o cumprimento do Estatuto da Cidade, que prevê
realização de estudos de impactos
ambientais e de vizinhança e consulta popular. Barbosa
conta que, se o Estatuto da Cidade
não for atendido a entidade entrará com uma ação pedindo a
suspensão das obras.
Barbosa diz que ainda não têm dados conclusivos sobre os
impactos que uma penitenciária gera no município, mas, de
acordo com ele, já é possível perceber que, sem estudo prévio,
os equipamentos sociais não têm
estrutura para atender o aumento populacional. Além
disso, ele destaca como fatores
negativos a desvalorização de imóveis e degradação
ambiental (principalmente dos
rios). "Não há medida
de compensação para os municípios que abrigam penitenciárias",
reforça.
De acordo com Barbosa, com as quatro penitenciárias
anunciadas a região terá 19 unidades prisionais em um
raio de 100 Km. "É demais", conclui.
O presidente da União dos Municípios do Pontal do
Paranapanema e prefeito de João Ramalho, José Roberto
Pinheiro Nunes, diz não ser contrário a obra, "que
ajuda a resolver a questão da criminalidade", nos
municípios onde há consenso entre Executivo, Legislativo e
população. "Não condeno a solicitação da obra feita
por um prefeito", declarou Pinheiro, explicando que
quando a construção é solicitada, a Câmara e a população
também aprovaram.
Particularmente, Pinheiro é contra a
construção de presídio em seu município. "Na
minha cidade, eu, a Câmara e a população não queremos a
obra".
A notícia da construção de uma penitenciária em Tupi
Paulista foi recebida com alegria pelo prefeito da cidade,
Aristides Alonso Portela. Ele diz que a obra não foi imposta
e que ela vem atender ao desejo dos moradores da cidade.
Recurso-
O valor do convênio assinado anteontem é de R$ 60,5 milhões,
sendo R$ 42,6 milhões de verbas federais e R$ 17,9 milhões
do Tesouro estadual. Serão criadas um
total de 3.288 vagas no sistema prisional do Estado.
Durante a assinatura dos convênios, o governador Geraldo
Alckmin (PSDB) disse que os municípios
que abrigam as penitenciárias são os de menores índices de
violência e que as construções e os novos prédios geram
renda e emprego para as cidades.
semi
aberto montalvão 30 09 2003
Presidente
Prudente, quarta-feira, 1 de outubro de 2003
Jornal
O IMPARCIAL - caderno CIDADES.
SEMI
ABERTO
Briga
envolve 150 presos
e
deixa seis feridos
Confusão
começou por volta das 19h30, quando
chegaram do trabalho alguns reeducandos alcoolizados
NEL
OLIVEIRA
REPORTAGEM LOCAL
Pelo menos seis
presos ficaram feridos durante uma briga generalizada que
envolveu 150 reeducandos do pavilhão 1 do complexo
Semi-Aberto da Penitenciária de Presidente Prudente. A
informação foi dada sub-comandante do 18º Batalhão da Polícia
Militar, major Álvaro Cunha, às 20h30, cerca de uma hora após
o início do incidente. As vítimas foram removidos para
atendimento no setor de enfermagem que funciona no próprio
complexo penitenciário. Segundo o major Cunha, a confusão
começou quando alguns reeducandos - que durante o dia
trabalham fora - chegaram alcoolizados à unidade, que conta
com mais de 300 internos.
Aproximadamente 50 policiais militares,
incluindo equipes da 1ª e 2ª Companhias PM (Táticos Móveis),
6ª Companhia PM (Força Tática) e do Canil da Polícia
Militar foram utilizados na operação. Mas o
contingente permaneceu à frente do portão principal da
unidade, pronto para agir se fosse preciso. Entretanto, não
houve necessidade da intervenção policial. De acordo com o
major Cunha, os presos se acalmaram após serem informados
sobre a presença no local de grande número de policiais
militares.
O major Cunha revelou que os presos feridos foram atingidos
por estiletes e pedaços de madeira. "São ferimentos de
natureza leve", ressaltou, explicando que - provavelmente
- a direção do complexo Semi-Aberto determinaria a realização
de revista para recolhimento desses materiais. Por fim,
informou que os policiais militares iriam permanecer no local
por mais uma hora, aproximadamente, apenas por medida de
segurança. A reportagem tentou - por telefone - manter
contato com a direção do presídio, mas não obteve êxito.
"Ele foi para a cidade", informou um funcionário de
nome Luiz Carlos, referindo-se ao diretor geral Dioraí
Pereira Torres.
advogado
crime organizado
Presidente
Prudente, quinta-feira, 2 de outubro de 2003 - EDITORIAL - O
IMPARCIAL
Advogado
que se presta a transmitir ordens de comando do crime
organizado, não é advogado
O
serviço de inteligência da policia civil paulista descobriu,
a tempo de desbaratar um plano diabólico da organização
criminosa Primeiro Comando da Capital, com a prisão do
advogado Sérgio Mungioli. Ele deveria transmitir aos
comandados de Marcos Willians Herbas Camacho (Marcola), ordens
para que estourassem uma torre de energia elétrica na região,
provocando um prolongado black-out, durante o qual seriam
cumpridas algumas "ordens" de Marcola. Entre elas, o
seqüestro de uma importante autoridade estadual que seria
utilizada para negociar a libertação das lideranças
criminosas do presídio de segurança máxima de Presidente
Bernardes e de outros estabelecimentos no Estado..
O plano acabou revelando - e já se esperava por isso - que o
ponto "fraco" do presídio não se refere às suas
instalações, mas à ação de "pombos-correio" em
que se transformaram vários advogados que dão assistência
ao PCC.
Já há dois meses a Delegacia de Roubo a Bancos do
Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado
(Deic), vinha monitorando os passos de sete pessoas, inclusive
advogados. Os policiais só conseguiram conhecer o plano,
antes de sua execução, mediante a escuta telefônica
autorizada pela juíza corregedora do Departamento de Inquéritos
Policiais. Constatou-se que os advogados não atuam nos
processos dos líderes da facção, mas mesmo assim eles
cumprem um circuito de visitas às penitenciarias, com a função
exclusiva de ouvir ordens de comando e transmiti-las aos que vão
executá-las.
Com essas medidas o PCC estava preparando uma série de
ataques, como seqüestros, invasões de presídios e ordens de
assassinato.
Constrange saber que advogados se prestem a servir ao crime
organizado. Na verdade não são mais advogados e a Ordem dos
Advogados do Brasil não pode permitir que maus profissionais
maculem a imagem de uma classe que deve sempre merecer o maior
respeito.
crpprebernardes
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na foto
Presídio
de Presidente Bernardes é à prova de fuga.
isolamento
regime disciplinar diferenciado
Situação
de detentos em Presidente Bernardes mostra que o isolamento é
a melhor solução
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Presidente
Prudente, terça-feira, 11 de novembro de 2003 - EDITORIAL - O
IMPARCIAL
Uma
reportagem veiculada no programa "Fantástico", da
TV Globo, mostra que uma das saídas eficazes, para o
desmantelamento de ações criminosas, e consequentemente de
facções que aterrorizam a todos, é o isolamento
de bandidos do porte de Luiz Fernando da Costa,
o Fernandinho Beira-Mar. Ele expressou todo o seu calvário,
por conta do Regime
Disciplinar Diferenciado,
utilizado contra detentos perigosos em Bernardes. Dizendo-se
isolado e que não deseja o tratamento que recebe no CRP de
Bernardes nem para o seu "pior inimigo", Beira-Mar
deixa claro que o regime
sem regalias,
onde é proibido o contato com jornais, rádios e televisão,
e muito menos com visitas íntimas, faz com que a reflexão e
o abatimento sejam maiores.
O que precisamos é que bloqueadores de celulares e o
regime disciplinar diferenciado sejam utilizados, dependendo
do caso, de maneira
permanente,
para que as pessoas que trabalham normalmente e pagam seus
impostos em dia possam descansar e viver em paz. (leia
mais)
TOPO
JUNIOR
UIRAPURU