Harry Potter e a C�mara Secreta � Foram US$ 318 milh�es faturados nos Estados Unidos: Harry Potter e a Pedra Filosofal foi o suficiente para dar pistas sobre o poder do bruxinho no cinema. Chris Columbus quis que os atores mirins (Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint) crescessem ao mesmo tempo que os personagens, da� o ritmo acelerado das produ��es. Todo o elenco voltou no segundo filme da s�rie, que ganhou ainda a participa��o de Kenneth Branagh no papel de Gilderoy Lockheart.
Pelo que pudemos ver, esta produ��o veio com muito mais efeitos especiais, foi muito mais bem produzido e est� muito mais empolgante. Harry Potter e a C�mara Secreta acompanha o bruxinho mais famoso do cinema em seu segundo ano em Hogwarts, melhorando a f�rmula bilion�ria do primeiro filme: mais sombria, com efeitos especiais fant�sticos e muita a��o, a aventura consegue dar novo f�lego � pottermania e abre caminho para uma terceira parte de arrepiar. De fato, Harry Potter e a C�mara Secreta � bem mais dark que A Pedra Filosofal e deve ser bem mais leve do que O Prisioneiro de Azkaban.
Considerado pela maioria dos f�s o mais fraco da s�rie, a C�mara Secreta se beneficiou de certa falta de expectativa que tomou conta de todos depois de a Pedra Filosofal - apesar da fortuna gerada, o filme teve cr�ticas medianas e rea��es apenas moderadas. Boa parte do problema era a press�o exercida em cima do diretor Chris Columbus, que precisava fazer uma produ��o fi�l *a aytira se netua i tenoi tidi e qualquer detalhe necessitava de sua aprova��o) e comercial (o est�dio liberou um or�amento de 150 milh�es e o licenciamento envolvia mais algumas somas). Bastou apenas um fim de semana para o jogo virar de cabe�a para baixo: A Pedra Filosofal bateu todos os recordes de estr�ia - agora pertencentes a Homem Aranha - e o sinal verde para a segunda produ��o ficou mais aceso que nunca. "O filme estreou na sexta e come�amos a filmar na segunda feira", explica Columbus em entrevista exclusiva � SET, realizada num pr�dio cl�ssico de Londres, onde coincidentemente julgamentos e protestos eram realizados no s�culo passado. "Ficamos aliviados com a bilheteria e, ao mesmo tempo, n�o tivemos tempo de ouvir muito a opini�o dos outros sobre os erros que precis�vamos consertar."
Mesmo assim, o cineasta n�o tinha em sua mente que Rowling adiaria o quinto livro por mais um ano. De repente, a lista dos mais vendidos das principais publica��es do planeta, dominada por Harry Potter e O Senhor dos An�is, voltou a exibir os autores mais tradicionais. A febre diminuiu e Harry Potter e a C�mara Secreta passou a ser encarado "apenas" como mais um longa. Afinal, se A Pedra Filosofal n�o foi a produ��o dos sonhos de ningu�m, essa segunda aventura seria somente um interl�dio de luxo para O Prisioneiro de Azkaban, tido como melhor dos cinco publicados. "Todos costumam falar isso, mas eu acho o segundo livro o mais cinematogr�fico. Ele tem v�rias cenas de a��o e detalhes da trama que me deixaram livre para aumentar na vers�o para o cinema", defende-se Columbus.
Al�m de Jason Isaacs como L�cio Malfoy, A C�mara Secreta traz mais novidades, sendo Kenneth Branagh a maior delas. Na pele (e sorriso) do novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas e famoso escritor, Gilderoy Lockhart, o ator ingl�s simplesmente rouba a cena e � dono das partes mais divertidas do filme. "Foi um desafio aos nervos, porque eu estava ciente de que era uma produ��o cercada de muita expectatia dos f�s, que, por sua vez, j� tem uma id�ia de como Lockhart deveria parecer", confessa.
Mesmo com atores famosos em pap�is secund�rios, os verdadeiros astros de A C�mara Secreta ainda s�o Daniel Radcliffe (Harry Potter), Rupert Grint (Rony Weasley) e Emma Watson (Hermione Granger). Os tr�s voltam para Hogwarts um pouco diferentes fisicamente, mas imut�veis no modo de encarar a fama.
Outro destaque dessa produ��o � o elfo dom�stimo Dobby. De olhos esbugalhados e vestindo trapos, o elfo � uma das criaturas digitais mais bem-feitas do cinema - pelo menos, at� Gollum dar as caras em O Senhor dos An�is: As Duas Torres. Criado pela Industrial Light & Magic (tamb�m respons�vel pela cena de quadribol, anos-luz melhor que a do filme passado).
Dobby tem express�es impressionantes, movimentos realistas e faz justi�a ao marketing do est�dio, que o colocou em todos os p�steres. "Eles fizeram um bom trabalho, n�o �? Ele passa a sensa��o de um ser que sofreu a vida inteira, que � maltratad o pelo patr�o. E o melhor � que causa emo��o e n�o � irritante como certos personagens digitais", alfineta Columbus.
O terceiro filme, O Prisioneiro de Azkaban, est� agora nas m�os de um novo diretor, o mexicano Alfonso Cuar�n (A Princesinha), e com nova data de estr�ia, o segundo semestre de 2004. "Acordei um dia e decidi n�o fazer mais o filme. Minha fam�lia adorou. N�o foi uma decis�o t�o dif�cil", diz Columbus, que permanece como produtor, "para facilicar a transi��o para as crian�as". Claro que a produ��o ainda mant�m os tra�os infantis e uma t�ndencia c�mica, dessa vez proporcionada por Kenneth Branagh - esperem o final dos cr�ditos para n�o perder nada.
No entanto, a maior parte dos (muitos) longos 160 minutos de filme podem deixar as criancinhas chateando os pais, apesar de serem na medida para os f�s mais crescidos. Como J.K.Rowling deixou o roteirista Steve Klves mais � vontade, as cenas com criaturas horrendas foram aumentadas para criar um longa de a��o um pouco mais tradicional, superando as seq�encias descritas pela escritora. "Pude improvisar mais. Steve teve mais liberdade e os atores estavam todos acostumados", confirma Columbus. O resultado traz um pouco de instabilibdade ao ritmo: um come�o sensacional, uma parte sonolenta na metade, voltamos para mais meia hora de alta energia, e depois cai no final meloso de sempre - a F�nix parece ter sa�do de um epis�dio dos Muppets. A cena das aranhas impressiona, mas a persegui��o de aracn�deos perde feito para Malditas Aranhas.
Ningu�m parece se preocupar muito com os pequenos defeitos quando se sabe que existem outros filmes para consert�-los - se levarmos em conta a evolu��o das esp�cies, � poss�vel que um Oscar apre�a em O Prisioneiro de Azkaban ou O C�lice de Fogo. O produtor David Heyman j� est� conversando o tempo todo com Alfonso Cuar�n, que foi apresentado ao elenco. "Ele foi minha primeira escolha, pois conhece as nuan�as da adolesc�ncia como ningu�m. E o pr�ximo longa vai mostrar um Harry mais rebelde, se impondo num mundo que n�o � mais estranho", diz Heyman. "Tor�o para ele fazer um filme melhor. S�rio!", exalta Columbus.