REBREATHER
Por: L�szl� Mocsari
O que � um rebreather?
� um aparelho que possibilita que o mergulhador inspire novamente o g�s expirado. Para que ele fa�a isso de forma adequada e segura, � necess�rio o conhecimento de alguns conceitos b�sicos.
Na superf�cie (1 ATA), um homem normal, retira do ar 4% de oxig�nio, ap�s cada ciclo respirat�rio, e lan�a � atmosfera cerca de 3% de CO2. Como o ar � composto por aproximadamente 21% de O2 e 0,03% de CO2, ap�s cada respira��o (ciclo respirat�rio) s�o lan�ados mais ou menos 17% de O2 (21 - 4 = 16) e 3% de CO2.
Se esse ar fosse expirado em um saco vazio e estanque, teria aproximadamente as seguintes concentra��es de O2 e CO2, de acordo com os ciclos respirat�rios:

                       
TABELA  CONCENTRA��ES APROXIMADAS DE O2 E CO2
                                       DO AR AP�S 5 CICLOS DE  "RE-RESPIRA��O"

                    Ciclos respirat�rios            [02] %                        [C02] %
                                -                            21                              0,03
                                1                           17                              3,03
                                2                           13                              6,06
                                3                            9                               9,09
                                4                            5                             13,12
                                5                            1                             16,15

N�o � poss�vel respirar, mesmo por um curto per�odo de tempo, em atmosferas que cont�m concentra��es de O2 inferiores a 15% e nem de CO2 superiores a 2%, pois h� risco de hip�xia e hipercarbia, respectivamente. Ao se enriquecer a mistura respirat�ria com uma PPO2, seja pela adi��o de O2 ou pelo aumento da profundidade, o problema da hip�xia � resolvido e, da mesma forma, retirando-se o CO2 expirado do circuito. Pois �, grosso modo, o que os rebreathers fazem.
Classifica��o

Os rebreathers podem ser classificados em dois tipos b�sicos: os de circuito semifechado, nos quais uma parte da mistura respirat�ria � eliminada no ambiente, e os de circuito fechado, em que praticamente toda mistura respirat�ria � reaproveitada, n�o havendo elimina��o de bolhas. Este �ltimo pode ser subdividido entre os que utilizam apenas oxig�nio e os que utilizam mistura respirat�ria.

1. Rebreathers de circuito fechado com oxig�nio (RCFO2)
S�o os menores, mais simples e - como o nome diz - utilizam apenas o O2 puro para respirar, sem g�s inerte no interior do seu sistema, n�o obrigando, portanto, a realiza��o de paradas descompressivas. Proporcionam um mergulho sem bolhas, por�m, o seu uso est� limitado aos 6 m de profundidade, conforme estabelecido para o uso de O2 no mergulho (1,6 atm). Possivelmente em fun��o dessa importante limita��o, n�o seja muito procurado e difundido no �mbito amador�stico, ficando quase restrito ao uso militar (Fig. 1). Exemplo desse tipo de rebreather s�o o Dr�ger LAR V e o OMG Castoro C-96 Pro.
Esquema do RCFO2
Fig. 1. A esquerda, o rebreather de oxig�nio Dr�ger Lar V, totalmente amagn�tico, empregado para fins militares. A direita o Castoro modelo C-96 Pro produzido pela OMG, It�lia.
2. Rebreathers de circuito semifechado (RCSF)
Permitem mergulhos mais profundos que os RCFO2 e os aqualungs; habitualmente, utilizam misturas enriquecidas com O2 (nitrox) para mergulhos rasos, e heliox e trimix - menos enriquecidas - para mergulhos mais profundos. Outra especificidade � a v�lvula de sobrepress�o, que tem a finalidade de eliminar o g�s excedente do circuito, com reaproveitamento parcial do oxig�nio do sistema e a elimina��o do que n�o � aproveitado. � poss�vel perceber que esses rebreathers eliminam bolhas, embora bem menos que os scubas de circuito aberto. Os RCSF podem ser divididos em quatro subtipos: fluxo de massa constante, volume minuto chaveado, rela��o constante e controlado eletronicamente.

2.1. Fluxo de massa constante
Dentre os RCSF, s�o os mais simples e os mais utilizados na pr�tica do mergulho recreacional. Oferecem ao circuito respirat�rio um fluxo constante de g�s fresco, que habitualmente � mantido por meio de uma v�lvula s�nica. Esse fluxo constante � ajustado antes do mergulho e depende da sua profundidade . Exemplos desse tipo de rebreather s�o os modelos Dolphin e Ray da Dr�ger. (Fig)



Esquema do RCSF de Fluxo de Massa Constante
A esquerda o semifechado de fluxo de massa constante da  Dolphin da Dr�ger e a direita o Submatix 100ST,  produzifo pela Submatix GmbH & Co. Ambos s�o alem�es.
2.2. Volume minuto chaveado (propor��o constante ou de admiss�o passiva)
Nesse sistema, uma fra��o do volume minuto do mergulhador � eliminada e a mesma quantidade de g�s fresco � admitida no sistema por meio de uma v�lvula de demanda - o fluxo de g�s (admitido ou eliminado) � uma fra��o do volume minuto. Ex.: se o rebreather trabalha com uma rela��o de 1:8, equivale dizer que 1/8 do VM do mergulhador � admitido e eliminado por minuto do sistema, portanto, se num dado momento o mergulhador apresentar um VM de 20 l/min, ser�o admitidos 1/8 (2,5 l/min) desse volume minuto ao sistema; se passar a ventilar 40 l/min, ser�o admitidos tamb�m 1/8 (5 l/min) desse novo VC. O dispositivo visa manter a FiO2 quase constante durante todo o mergulho, pois, diferentemente dos de fluxo de massa constante, esse chaveamento do fluxo de g�s fresco ao VM do mergulhador tem o objetivo de proporcionar const�ncia. Quando o mergulhador aumenta o seu VO2, ele tamb�m aumenta, quase na mesma propor��o, o seu VCO2 - que, grosso modo, controla a ventila��o e, portanto, determina o VM . Exemplos desse modelo s�o o RB 80 da Halcyon e o Ron.
Esquema do RCSF de Volume Minuto Chaveado
Fig.2. A esquerda pode-se observar o RB80 da Halcyon (EUA), de volume minuto chaveado, feito em acr�lico transparente para a demonstra��o. A direita o Ron seu irm�o g�meo alem�o.
2.3. Rela��o constante
Sistema que difere dos demais por possuir dois cilindros, um com oxig�nio e outro com diluente, habitualmente o ar, fornecido ao sistema por interm�dio de uma v�lvula de adi��o compensada hidrostaticamente. Como o de volume minuto chaveado, esse sistema tamb�m tem o objetivo de manter uma fra��o inspirada de O2 (FiO2) constante; para tanto, o O2 � adicionado ao sistema por interm�dio de um flux�metro.

Esquema do RCSF de Rela��o Constante
2.4. Controlado eletronicamente
Concretamente, trata-se mais de outro modo de opera��o de um RCF do que de uma subclassifica��o de um RCSF.

3. Rebreathers de circuito fechado com misturas (RCF)
Os RCF modernos partilham de um princ�pio de otimiza��o de gases durante mergulho e diferem dos aqualungs e dos RCSF, que tentam manter uma FiO2 constante - os RCF objetivam manter uma PPO2 constante durante todo o mergulho. Se o mergulhador ajustar seu aparelho para que a PPO2 seja de 1,2 ela se manter� neste n�vel durante todo o tempo, desde que este valor n�o seja resetado.

O princ�pio do mergulho com PPO2 constante otimiza de forma consider�vel os gases durante o mergulho e a descompress�o. Em profundidade, oferece ao mergulhador nitrox (ou trimix) adequado; durante as paradas descompressivas, fornece misturas consideravelmente enriquecidas de O2 (ou o pr�prio O2 puro). A necessidade de descompress�o pode ser reduzida de 1/2 a 1/3, se comparada com o mesmo perfil utilizando-se ar. Exemplos desse modelo s�o os Megalodon da Inner Space, o Inspiration e o Evolution da Ambiet Pressure Diving, o Prizm Topaz da Steam Machine, entre outros.
Esquema do RCF eletr�nico (CCRe)
InspirationAmbient Pressure
     Diving (Reino Unido)
Megalodon da Inner Space (EUA)
Ouroboros da VR Technology Ltd (Reino Unido)
Sentinel da VR Technology Ltd  
            (Reino Unido)
Optima da Dive Rite (EUA)
Voyager da HB Techinology (It�lia)
Esquema do RCF manual (CCRm)
Kiss da Jetsam Technologies Ltd. (EUA)
Duas cabe�as do Megalodon Copis (RCF manual). A esquerda um modelo com dois displays, sedo que um deles � um computador de mergulho integrado. No alto um Copis simples, com apenas um display.
Apenas para comparar, temos ao lado uma cabe�a do Megalodon APECS (vers�o eletr�nica). O que difere � a presen�a da v�lvula solen�ide (vista a frente) e a CPU caixa preta da direita. Apesar dos outros terem caixa aparentemente igual, o seu interior � bem mais complexo.
Instrutores SCR home built
Fotos CCR home built
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