E agora? Caminhar e descobrir. Para não ter dúvidas
Eu continuei. Meu  amigo Falcão Peregrino
Ponto de equilíbrio entre todos os povos. Quem não ouviu foi porque não quis
Onde está a dificuldade de serem humanos? Um ensinamento de Mestre
Era hora de desenvolver os ensinamentos Caminhar sobre as flores
Meus guardiões estavam certos ...reconhecê-la, linda, forte e luminosa....
Vamos em frente!!! Para quem acompanhou
Quem tem coragem de lutar pela vida, lute. Só se me tirarem a voz.
Após manifestar essa decisão, eu  precisaria materializá-la... Estaria correta essa decisão?
Conscientização Crianças Espirituais?
Trocar minhas convicções? Continuar porque?
Esse é o mundo em que estamos vivendo Migalhas de atenção
Deuses Seguir meu destino
Estar junto de ti Não sabemos nada
   
   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sexta-feira, 18 de maio de 2007

                                                                       Só se me tirarem a voz.

Lembro-me de anos anteriores, em que eu participava de um chat na internet, no qual era possível a utilização de microfone para facilitar a comunicação. Todas as noites eu estava na sala que foi criada por mim e  um amigo muito querido,  cujos temas eram sempre voltados à reflexão com relação a uma melhor qualidade de vida, objetivando mais o lado espiritual.

Participam todos os que lá entravam e desejassem participar, havendo normas de conduta e participação.

O fato daquele espaço não estar vinculado a nenhuma crença religiosa deixava descontentes muitos membros das mais variadas crenças e que lá também estavam, cada um na sua "sala", procurando divulgar a própria crença, e via de regra, combatendo sempre todas as outras,  trazendo para a sua a responsabilidade de ser a única correta e a única detentora da verdade divina. Isso causava muitos conflitos entre as pessoas que participavam.

Na sala que eu e o amigo criamos, não permitíamos discussões a respeito de crenças religiosas, qualquer que fosse o objetivo de alguém ter iniciado o assunto, deixávamos claro que ali não estávamos para criticar ninguém, e sim, para analisarmos a nós mesmos e verificarmos onde poderíamos melhorar enquanto ser humano e ser espiritual.

Isso deixou muitos, mas muitos mesmo,  adeptos das mais variadas crenças irritados e descontentes, principalmente comigo, pois além de não me aceitarem por não seguir nenhuma crença  religiosa,  os mais afoitos tentavam, à força, me converterem, me salvarem ou me fazerem "aceitar Jesus".

Não entendiam, como não entendem ainda hoje, que para conviver bem com o Rabi da Galiléia não é preciso assinar papel de adesão a nenhuma crença religiosa. Aliás, ele nem criou religião. Criaram, por diversos motivos, isso sim, criaram religiões usando o nome dele, para terem mais credibilidade.

Minha postura cética quanto à salvação que qualquer religião promete  fez com que muitos "espiritualizados" começassem a me combater, publicamente, na sala, ou através de recursos privados. Recebi muitas ameaças, inclusive de seguidores de chamas violetas, e da suposta Grande Fraternidade Branca Universal,  que faziam questão de mostrar respeito à liberdade religiosa mas que,  não perdiam uma oportunidade de me ameaçarem, inclusive de dizerem que iriam tomar aquele espaço (sala) de mim. E eram espiritualizados... seguidores de mestres...  qual tipo de mestre seguiam/seguem?

Eu não era frequentadora de nenhum espaço religioso daquele chat multimídia... mas a minha sala era frequentada por adeptos dos mais variados escopos religiosos. E isso incomodava a muitos, porque os assuntos colocados para reflexão eram democráticos, e cada participante, no início, poderia sugerir o tema, sempre  voltado para a reforma interior.

Talvez porque num mundo em que os homens pensam ter a supremacia sobre as mulheres,  eu incomodava e muito, por estar ali, sem faltar nem um dia, sempre falando do amor de Deus, para confiarmos na Divina Providência; para não desanimarmos diante de nada, mas nada mesmo, que nos aconteça no dia-a-dia, porque Deus é Poderoso e se confiarmos e nos entregarmos a Sua Luz,  estaremos sempre fortes para superarmos as dificuldades.

Como não era uma sala pregando o fanatismo, houve sempre muita crítica destrutiva daqueles que são fanáticos em suas crenças religiosas.

Nesse período, em que eu lutava cada dia para me manter em equilibrio diante do comportamento de muitas pessoas que lá frequentavam, apenas para me combaterem,  levantando inclusive falsos testemunhos a respeito da minha pessoa, mas na frente de todos, todos  eram muito bonzinhos, educados, gentis, e muito "espiritualizados", recitavam páginas e páginas, capítulos inteiros de livros (mas não demonstravam praticar). Quando eu me cansei das ameaças que recebia, em recursos privados, e algumas vezes, até mesmo em texto público na sala, eu comecei a dizer então que ninguém me calaria,  ninguém me impediria  de falar sobre Deus e sua Justiça; não me impediriam de dizer que o Rabi não criou nenhuma religião, e que todos podemos seguir seus ensinamentos para alcançarmos a paz em nós, por nós e sobre nós. Ah! Eu também falava que a sala só seria fechada quando Deus orientasse a esse respeito, e que eu falaria Dele enquanto tivesse voz.

Não sabia o quão proféticas eram aquelas palavras.

Certo dia,  acordei me sentindo mal e pensei que tivesse dormido em má posição. Uma semana depois estava já quase sem poder andar, e os médicos que consultei nada sabiam. Duas semanas depois eu estava totalmente paralisada,  com meus rins já começando a paralisarem também (fui informada depois que aconteceria o mesmo com  os outros órgãos). Nesse período um casal amigo se preocupou com o que estava acontecendo e me deu toda ajuda necessária para encontrar médicos mais competentes. Foi uma peregrinação mas valeu a pena. Tudo se torna mais suave quando temos amigos. E isso é uma realidade irrefutável para mim. Amigos são  nossos tesouros.

Enquanto fazia os exames, levada por esse casal amigo, altas madrugadas para o hospital, e na espera do diagnóstico, eu permanecia no chat, na sala, conversando e refletindo sobre os temas propostos.

Como eu não  me movimentava mais, meu filho  colocava uma poltrona na frente do computador,  me levava até lá, me ajudava a me acomodar, colocava o headset  para eu falar ou ouvir, quando fosse o caso; abria o programa que eu utilizava, colocava um copo de água com canudo para o caso de eu ter sede (eu não tinha sensibilidade nas mãos, e tentar segurar um copo seria o mesmo que deixá-lo cair).

Do quadro de sintomas da doença lupus, só faltou um sintoma para preencher a totalidade desse quadro, e consta nos registros da minha ficha médica. Diante da agressividade da doença, o que causou até certo espanto, vez que ela se manifestou totalmente em, no máximo, 15 dias,  houve um silêncio ético por parte da equipe médica, e eu não sabia, até aquele momento, se eu seria curada, total ou parcialmente.

Mas continuava minha caminhada. Toda noite a mesma rotina para eu estar no chat, refletindo sobre o Poder de Deus em nossas vidas.

Havíamos criado a rotina de fazermos uma oração no início das reflexões, e outra, no encerramento.  Fazia o participante que desejasse. Quando não havia, era eu quem conversava com Deus, pedindo iluminação para que a reflexão fosse produtiva, e no  encerramento, agradecendo pelo dia, pelos ensinamentos, enfim... cada um conversa com Deus do seu próprio jeito.

Na véspera de eu receber o diagnóstico médico (eu iria na madrugada para o hospital para saber o que eu tinha,  qual o tratamento, e coisas afins)  eu fiz a prece de encerramento das reflexões. No momento em que eu estava conversando com a Energia Suprema eu vi dois guardiões meus,  praticamente em pé na minha frente...rs.. (mas na minha frente estava o monitor do computador....) e eles me lembraram duas frases que eu sempre usei, e nos últimos tempos,  usei mais frequentemente ainda. Uma delas é "aconteça o que acontecer, puxem o tapete se quiserem, tirem-me o chão, se desejarem, mas não me verão cair, porque meu espírito tem asas e voa sempre para Deus", e a outra frase "só fecharei essa sala quando Deus orientar. Estarei aqui enquanto eu tiver voz para usar o microfone".

Deram um sorriso carinhoso ao perceberem que conseguiram seu intento, que era ajudarem-me lembrar de minhas próprias palavras para que delas eu tirasse a força que eu precisava para superar aqueles dias quase que "infernais" que eu passava.

Enquanto eu usava o microfone fazendo a oração, eles ali,  falando comigo, em espírito. Orientaram-me para continuar não reagindo contra nada do que estavam falando ou fazendo comigo. Que eu deixasse meus irmãos que se diziam santos, salvos, espiritualizados se enterrassem a si mesmo com suas atitudes e que eu não reagisse a eles.  Falaram comigo que eu fecharia a sala sim, mas no momento em que fosse decidido (três anos depois encerrei lá minha participação em função de um novo caminho que eu trilharia).  Mas que eu não reagisse a qualquer calúnia ou caluniador. Era preciso que eles mostrassem a própria face e se eu  estava ali, para que eles se revelassem como eram, de fato, era porque eu aguentaria.

Passaram os dias, eu já sabendo o diagnóstico médico, fazendo uso da medicação recomendada, mas sem saber se me recuperaria ou se continuaria paralisada como estava. Um dia de cada vez, me responderam os guardiões quando eu lhes perguntei uma vez, apenas. Eu entendi a resposta: que era para eu continuar vivendo um dia de cada vez sem ansiedades ou apreensões, apesar do que estava acontecendo.

Confiei neles. Eu sabia que mesmo que eu ficasse paralisada, necessitando de uma cadeira de rodas para me locomover, eles estariam o tempo todo comigo. E eu sabia que com o amor deles, meu espírito voaria cada vez  mais alto.

Os dias foram passando e, aos poucos,  fui recuperando os movimentos. Lentos, dolorosos ainda, mas fui recuperando, e alguns meses depois, eu já estava me movimento  quase como antes. Digo quase como antes porque ficaram algumas sequelas pequenas, mas mesmo assim tenho toda a liberdade de movimento.

Quando vi se descortinar novo caminho para mim, e de conformidade com o que eu sempre falava a respeito de fechar a sala somente quando Deus orientasse, percebi que era o momento de encerrar a minha participação naquele projeto que ali, naquele chat, durou  6 anos, todas as noites,  duas horas de reflexão por noite, objetivando o melhoramento espiritual rumo à Luz da Energia Suprema.

E assim foi. Fechei a sala quando Deus orientou para fechar, e mesmo que me tirassem o chão, muitas vezes, não reagia; entretanto, meu espírito voava cada vez mais alto. Sem falsa modéstia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quinta-feira, 24 de maio de 2007

 

Após_manifestar_essa_decisão,_eu_precisaria_materializá-la...

 

E assim fui caminhando em busca da verdade. Nada mais que a verdade. Fases seguidas de fases  com muitos conhecimentos a serem adquiridos, ou relembrados.

Vivemos num mundo cuja matéria orgânica é muito densa. Quando o espírito acopla ao corpo para viver aqui, encarnado,  há um bloqueio de suas lembranças (do espírito). Com o tempo e de acordo com sua maturidade, sua evolução, ele,(espírito) aos poucos vai tendo pequenas lembranças de suas vidas passadas. Muitas vezes essas lembranças vem  rapidamente na mente, como flashes, ou então, através da intuição.

Aprendemos aqui, em Terra, que só existe o que pode ser tocado pelas mãos. O que é tangível.  E com isso, fomos armazenando em nossos corpos astrais essas informações que nos foram sendo transmitidas, vida encarnada após vida encarnada. Modificá-las e começar a compreender que há algo a mais além do que pode ser tocado pelas mãos e visto pelos olhos corporais é uma opção que é dada a todos. Literaturas sérias, experimentos científicos, teorias filosóficas... há muita coisa útil.

O fato de existirem outros mundos e vidas em formas fisicas diferentes da forma física do Planeta Terra, e não serem  tocados pelas nossas mãos, nem existirem viagens turísticas para esses mundos, não quer dizer que não existam.

Para quem se interessar,  o Livro O Experimento Scole - Evidências Científicas sobre a Vida após a Morte , de Grant e Jane Solomon  relata os experimentos científicos feitos por um  grupo de cientistas a respeito da manifestação das vidas extra-físicas (que consideramos como espíritos).

Vivi experiências  que me trouxeram os mais variados conhecimentos, fazendo-os emergir da profundidade da memória genética espiritual à superfície da mente física.

Porque? Para que?  São perguntas que me fiz no decorrer dessa busca. Com o tempo não me fixei mais nelas, porque eu sabia que um motivo haveria, e na hora conveniente, eu teria os esclarecimentos. E isso  aconteceu.

As respostas vieram num momento em que eu, mais uma vez entre tantas vezes,  estava me perguntando se valeria a pena  buscar pela verdade, tanto caminhar entre pedras e espinhos. Onde estava o caminho de flores? Eu não tinha direito não? Onde estava a sombra e a água fresca? Eu também não teria direito não?

Minha sina seria essa caminhada árdua, solitária em busca da verdade? Foi para isso que vim ao Planeta? Nem um momento de folga eu poderia ter? Não poderia ter anos de uma vida tranquila, sem tantas tempestades e pedras?

Algumas vezes eu disse, e ainda digo, a caminhantes do trecho que eu estou trilhando, quando dizem que não manterão mais contato porque  estão com conflitos, crises existenciais,  ou outros que se afastaram porque assim se sentiam, ou outros  estavam retornando porque estiveram com crises existenciais,  enfim...  a esses eu sempre disse que eu nunca  vivi crise existencial nem nada que me fizesse refugiar debaixo da cama e tivesse medo de ser amiga ou de continuar sendo amiga.

Não há problema em mim ou em minha vida, nem interno nem externo que me faça deixar de ser amiga, de conversar, de falar com as pessoas ao meu redor. Não há crise existencial que seja maior que a amizade. Se há,  eu me sinto no direito de abrir um precedente e   sentir que não havia amizade.

Eu acredito que se algo não vai bem com uma pessoa,  ela pode ser companheira, ser amiga dos outros. Talvez alguém  possa ajudá-la naquilo que lhe falta ou então possa ajudá-la a encontrar o caminho para ela própria encontrar a solução.

Eu acredito que ninguém é tão vazio que mesmo com seus problemas pessoais não saiba o que seja a amizade, o respeito, a solidariedade.  Por mais pobre financeiramente que seja uma pessoa e não possa ajudar nesse sentido, pode ajudar  do jeito que lhe for possível,  compartilhando o amor que tem, a alegria que sente, a coragem que lhe sustenta.

Ninguém é tão vazio que não tenha nada para dar. E ninguém é tão repleto que não tenha nada a receber. Lembro-me agora de um dito popular "uma mão lava a outra, e as duas lavam o rosto".  O problema é que muitas pessoas querem que as duas mãos da outra pessoa lavem o seu próprio rosto sem que façam o menor esforço em unir suas mãos a dessas outras pessoas.

Egoísmo! Hipocrisia! Vampirização!

Sei que muitas vezes alguns caminhantes precisam ser levados para outros caminhos para aprenderem o que ainda não aprenderam; Conhecer emoções que os façam mais luz do que são, emoções essas que recusaram  nos trechos que já trilharam.

Caminhar por caminhar é muito fácil. Caminhar sendo, eternamente, carregado nas costas de alguém também é fácil.  Viver sem querer arregaçar as mangas e sair em busca da sua realização profissional, lutar pelos ideais, se despojar de toda hipocrisia e verificar o que é mais real e duradouro para si mesmo e confrontar com o que vivencia naquele momento, e começar as mudanças internas.... viver assim é fácil. É a paz da acomodação.

É tal como aquela pessoa que precisa de um emprego,  não tem como garantir a própria sobrevivência, pede hospedagem na casa de um amigo, que tem bom coração e não vai negar (muitas vezes seria melhor não ter tanto bom coração assim)  e então a pessoa se hospeda lá, e por lá fica,  meses e meses, sem se movimentar para arrumar o emprego que disse que estava precisando.  Está ali sendo apoiado pelo dono da casa mas não o apoia em nada,  não o ajuda em nada, e assim vai vivendo os dias,   comendo e dormindo o dia inteiro. E quando o dono da casa pede que se retire porque a situação se torna insustentável, o 'procurador de emprego" sai batendo a porta, e  por onde passa joga lama no nome do dono da casa.

Esperar o que de pessoas omissas e acomodadas? Que façam algo pelo dono da casa que lhe hospedou? Que o ajudem em algum momento que precisar, mesmo que seja lavando  copo que usou? Esperar que sejam leais à ajuda que recebeu e que, pelo menos, arrumem mesmo um trabalho, saiam em busca, vão para as filas das agências de emprego,  batam de porta em porta e deixem curriculum?  Seria o lógico esperar isso, mas nem sempre é o que acontece.

Caminhar  por caminhar é muito fácil.  Mais fácil ainda é caminhar carregado por alguém. Isso para alguns é muito fácil; muito melhor.

Então, analisando essa situação, dentre tantas, eu me perguntava, vez ou outra porque que eu tinha que subir a montanha? Porque que eu teria que aprender a nadar para atravessar o rio a nado? Porque que eu teria que fazer reservas de água para atravessar, a pé, aquele deserto? Porque que eu tinha que dar as mãos a alguém para ajudá-lo a caminhar, sendo que eu mesma, muitas vezes,  também me sentia cansada e desejando, ardentemente, uma mão para me segurar?

E sempre foi quando eu pedia essa mão para eu segurar, que aparecia alguém precisando da minha.

Certa vez eu disse: chega. Da mesma forma que eu me feri, sangrei,  caí, levantei, bati com o nariz na porta de um caminho,  todos podem fazer o mesmo para aguentarem a caminhada. Que cada um aprenda, se desejar. Mas eu não carregarei mais ninguém que possa caminhar com seus próprios pés.

Após manifestar essa decisão, precisaria materializá-la,  transformá-la em atitudes na minha vida física.

Estaria correto fazer?

Estaria correta materializando essa decisão?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quinta-feira, 31 de maio  de 2007

 

Estaria correta materializando essa decisão?

 

O tempo. Com ele eu saberia quando e como fazer. Continuei minha caminhada sem carregar fardos de preocupações desnecessárias.  As que já tinha eram suficientes para tirar o sono, se não houvessem os treinamentos recebidos  muitos anos anos. E que, colocados em prática, sempre me garantiram um bem-estar interno apesar do caos externo do mundo em que vivo.

Num mundo de cegos e surdos, quem tem um olho que enxerga e um ouvido que escuta é considerado "diferente", no mínimo "diferente".  E quando esse que enxerga e escuta  pretende dizer a quem  for encontrando no seu caminho, que  isso não é monopólio apenas de um ou dois, mas sim,  que todos podem enxergar e ouvir, e que para isso basta se esforçarem e saírem da poluição  mental em que todos vivemos, normalmente, é colocado numa situação de confronto sempre; mesmo que ele não busque o confronto. Ele busca a verdade, e  a paz que vem com ela.

Certo dia,  eu estava muito cansada. O terreno irregular da caminhada a que me propus me feria a alma, e, embora eu tivesse que continuar, me dei o direito de me sentar numa pedra e ali ficar descansando e repensando nos meus passos.

Fiquei assim por vários dias. O cotidiano seguia normal com seus atropelos, em nada de diferentes dos de todas as pessoas.  Entretanto, o espírito estava em estado de observação, relaxado embora atento aos sinais.  Peguei as preocupações do cotidiano e as coloquei em ordem de prioridade (mais ou menos, porque se for levar em conta que todas eram prioridades,  todas então ocupariam o primeiro lugar na lista... rs). Tracei metas alternativas, embora soubesse que naquele momento nada poderia ser feito. Eu precisava estar onde estava, fazendo o que fazia. Mas o espírito voava para o infinito em busca de soluções ou  alternativas passíveis de serem transformadas em soluções já naquele momento.

Após o dia de trabalho e outros afazeres, eu me deixava ficar contemplando as estrelas, e ai então minha mente era una com meu espírito e ali, naqueles momentos, eu me sentia feliz. Feliz de uma forma inenarrável se for utilizar  qualquer palavra do nosso dicionário. Feliz de uma forma inimaginável  para alguém encarnado, principalmente com o cotidiano em frangalhos.

Fui me reassumindo, cada vez mais, uma consciência vivendo num mundo físico dos mais densos que já conheci. Os bloqueios que a fisicalidade proporciona ao espírito é enorme, e daí surgem as dificuldades em cada um relembrar, aceitar, compreender, assimilar assuntos dos mundos extra-físicos.

Quando a pessoa se propõe a isso, ela vai avançando, pouco a pouco, e começa a se entender melhor, a não se culpar tanto mas, ao mesmo tempo, a não passar a mão sobre a própria cabeça desculpando sempre as próprias atitudes irresponsáveis e não tomando jeito de acertar mais os passos daí para a frente.

A pessoa começa a compreender melhor a ação da Natureza e começa a se integrar a ela, a amá-la como talvez não tenha se imaginado capaz.  Começa também a ver a vida com outros olhos, entretanto, com muito mais responsabilidade com relação a sua própria e a de seus semelhantes,  e começa a desenvolver dentro de si sentimentos que ainda não conhecia, ou a acordar os sentimentos que estavam adormecidos pelas vidas alienadas passadas .

Começa uma transformação sutilizada no ser interno de cada um, que, com o tempo,  se exterioriza e um certo equilíbrio  é perceptível pela própria pessoa,  ainda que não o seja por mais ninguém.  Uma certeza da eternidade da vida começa a  se formar e muitos medos e angústias se diluem dando espaço para convicção que começa a se criar sobre a Energia Suprema e o exemplo de pureza que ela é para todos nós.

E aí então, o espírito começa a  ser luz  A partir desses sentimentos que começam a ficar mais latentes no ser, e a ocuparem espaços cada vez maiores direcionando o espírito cada vez mais firme em seus passos na sua jornada rumo à Fonte Inesgotável de Luz que é o próprio espírito.

Quanto mais fui me reassumindo um espírito vivendo uma vida física, ainda que cheia de dificuldades,  mais eu fui me sentindo feliz por estar aqui. A felicidade é opção de cada um, e independente do que nos aconteça no mundo externo de nossas vidas, ela, a felicidade, mora lá dentro de nós. Ela faz parte de nosso espírito e deixá-la fluir torna-o muito mais sereno, e assim,  vamos, em corpo físico, recebendo essa energia e nos tornando, também, mais felizes e serenos em cada dia ou cada noite vivida em Terra.

Dificuldades? Existem e sempre existirão enquanto as humanidades caminharem como caminham. Mas o espírito é livre. Ele não precisa vivenciar e sofrer como nosso corpo sofre quando passa por algum momento em que precisa se esforçar para continuar.

O espírito é livre, embora aprisionado no corpo. Ele é livre a partir do momento em que nos propomos a sermos nós mesmos e desenvolvermos a potencialidade que somos, em espírito. Então ele começa a criar asas e a voar, apesar do corpo em que ele habita esteja pisando a terra, esteja ligado à Terra pela lei da gravidade.

O espírito  pode  ser livre, desde que o queiramos assim, e mais ainda, desde que promovamos as condições para tanto: que abramos a porta da gaiola onde ele foi escravizado e permitamos que ele, aos poucos, vá aprendendo o que precisa aprender.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quinta-feira, 14 de junho de 2007

Conscientização

 

O espírito  pode  ser livre, desde que o queiramos assim, e mais ainda, desde que promovamos as condições para tanto: que abramos a porta da gaiola onde ele foi escravizado e permitamos que ele, aos poucos, vá aprendendo o que precisa aprender.

Buscando a liberdade para o meu espírito eu continuei. Desligá-lo das necessidades desse mundo em que vivemos, contudo, observando essas necessidades e logicamente, procurando atendê-las. Afinal, um espírito encarnado não pode fazer de conta que não há um corpo físico que precisa ser cuidado, alimentado, vestido.

Nem o corpo deve se esquecer que há um espírito, nem o espírito deve se esquecer que há um corpo físico. O equilíbrio entre os dois. Vida física e vida espiritual. Viver no mundo e não se agarrar, com posse, às coisas do mundo. Usá-las mas não endeusá-las.

Eu estava nesse trecho da minha caminhada. E exatamente nesse trecho foi quando mais olhei  para o céu. E descobri que aqui, nesse mundo em que estamos vivendo, tudo é muito mais relativo do que em qualquer outro mundo.

Eu tinha muitas perguntas, e não tinha a quem fazê-las. Tal como hoje. Se eu aprendi a ouvir o silêncio e receber as respostas, tenho que agradecer aos meus anjos da guarda que me ensinaram, e mesmo que muitas vezes eu não entenda a resposta, sei que devo armazenar a informação, pois, em algum momento mais à frente, eu compreenderei.

Perguntar aos caminhantes, descobri que era perda de tempo. Uns porque nunca haviam pensado daquela forma que eu estava expondo um ou outro assunto. Outros, porque se diziam pequenos demais para entender além do que está escrito no livro A, B ou C (e o fato de ter lido os livros não quer dizer que tenha entendido o seu conteúdo. Vi e vejo muito isso.) Quando eu encontrava quem tinha as respostas, ou pelo menos, poderia fornecer uma seta indicativa para eu encontrá-las, eu ouvia recusas.

Ou seja, um caminhar solitário, apesar de muitos caminharem juntos. Uma busca solitária, apesar de muitos dizerem que também buscavam ou buscam.

Um caminhar em que eu tinha que aprender a contar comigo. Sei que falar assim cria, para quem lê, uma idéia equivocada pois as palavras egoísmo e prepotência logo vem à mente.  Contar consigo mesmo não é egoísmo nem prepotência. É, muitas vezes,  sobrevivência mesmo. E eu tinha que contar comigo apenas caso quisesse sobreviver ao caos que, naquela época, já se descortinava, e que eu sabia que se transformaria numa cópia do inferno.

Nossa... que pessimismo! Sei que um ou outro que ler esse texto vai pensar assim.  Já que gosta de pensar,  pense de forma sem julgar. Pense analisando o que estou escrevendo,  tirando as vendas cor-de-rosa que encobrem a visão diante da realidade de hoje. Nada diferente do que falei no parágrafo anterior; não é  pessimismo. E sim,  realidade.

Como a humanidade está caminhando hoje? Solidária? Justa? Tem ordem? Ora ora ora... então eu não estava pessimista quando comecei a aprender que eu precisaria a contar comigo, não esperando que a coletividade tomasse atitudes de uma vida com qualidade para todos, tanto no aspecto material quanto no espiritual.

Eu precisaria aprender a entender primeiro porque não poderia contar com os peregrinos que caminhavam  comigo aquele trecho. E também não poderia contar com grandes transformações da sociedade humana física do Planeta.

Depois de entender o motivo, eu precisaria aprender a compreender meus irmãos e suas omissões.

Depois de aprender a compreender meus irmãos, precisaria então me conscientizar de que eu caminharia sozinha, pois não haveria afinidades de motivos de vida.

Pensar assim, à primeira vista, parece ser algo deprimente. Não é. É a conscientização de que embora todos usem roupas, morem em casas de alvenarias (inclusive umas sobre as outras); sentem-se à mesa e usem faca para cortar o alimento, e garfo para levá-lo à boca; ainda que tenham tido um avanço tecnológico e o pombo-correio foi substituído pelo telefone; apesar de tudo isso são bárbaros em seu interior e o sentimento predatório está impregnado demais em seus corpos astrais.

A caça predatória de humanos  continua. Ou estou enganada e não existem guerras das mais variadas formas, em que um tenta a supremacia sobre o outro? Ou  não existem regiões em que centenas de milhares vivem abaixo da linha da pobreza, retirando do lixo a sua comida, enquanto poucos vivem no luxo e riqueza e não se importam com esses que comem lixo?

Os mais fortes dominam os mais fracos ou os que não prestaram atenção nisso. Caça predatória sem usar espadas ou cavalos de tróia, mas nem por isso deixa de ser  uma caçada cruel que ainda existe hoje em nossos dias.

Então, como contar com uma sociedade justa se o que impera é a injustiça? Como contar com uma sociedade baseada na igualdade com tanta desigualdade? Como contar com uma sociedade amorosa e terna com tanta falta de amor?

Quem comete injustiça; sente prazer em ver a desigualdade; e não sente falta do amor dificilmente vai  querer  mudar isso e perder sua vida de domínio, riquezas e ações cruéis. Não vai querer que haja justiça porque é injusto e gosta disso. Não vai querer que haja igualdade, porque ele não quer que todos tenham o mesmo que ele tem. Não  vai querer que haja amor  porque se compraz com suas atitudes mesquinhas.

Caso você pergunte agora, lá dentro de você, "quem é você para dizer isso tudo?" Pense que eu apenas responderei "sou uma buscadora". Não faço parte da mente coletiva que cria a realidade da sociedade conforme suas deformidades morais.

E mesmo que eu esteja sozinha, fora desse contexto, mesmo que eu esteja caminhando sem entrar no inconsciente coletivo que vai criando sua realidade diária a partir de seus sentimentos nada virtuosos e vai, com isso, degradando mais e mais a vida entre os irmãos; e mesmo que eu não consiga criar a minha realidade no mundo físico, porque o coletivo é muito mais forte que o meu individual, eu continuarei fora dessa degradação.

Se todos começassem a se modificar, a restaurar os valores divinos que foram jogados no lixo, a realizarem uma vida justa e solidária para todos, então, aí sim, o individual seria mais forte que esse coletivo que hoje cria as realidades de cada um. Aí sim, esse individual seria um coletivo forte e criaria uma realidade muito mais feliz para todos.

Mas é preciso que cada indivíduo comece a se modificar, e  com isso,  criar um novo mental coletivo. Reformar. Reconstruir a vida sobre pilares firmes e justos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quarta-feira, 20 de junho de 2007

 

Crianças espirituais?

 

Mas é preciso que cada indivíduo comece a se modificar, e  com isso,  criar um novo mental coletivo. Reformar. Reconstruir a vida sobre pilares firmes e justos.

Eis a grande dificuldade num mundo sem vontade de paz.

Em vários trechos de minha caminhada, eu sempre batia na mesma tecla: todos são bons. Não acreditei, ou melhor, me recusava a acreditar que as pessoas, não eram justas; boas; não  faziam o bem sem olhar a quem e sem querer o pagamento de Deus por isso.

Como eu não faria, e nem faço, nada que prejudique a alguém, principalmente de forma premeditada, eu acreditava que as pessoas não fariam mal a mim. Mas eu precisava abrir os olhos, por mais vontade  que eu tivesse de mantê-los fechado quanto a isso.

Eu precisaria aprender também isso: não há santos por aqui. Não há anjinhos lindos divinizados por aqui. Num sistema de vida como esse, em que a ilusão comanda os sentimentos dos habitantes, em que mentiras cristalizadas somam-se à sordidez comportamental, eu descobri que há apenas uma camada de verniz de civilização que encobre a barbárie enrustida em cada ser que está por aqui, atualmente.

Os bons, os justos já se retiraram. Ou estão se retirando.

Caminhar pela vida, de peito aberto,  e ir recebendo o que há de pior dentro de cada um é de desanimar qualquer um. E eu sou qualquer uma. Desanimei várias vezes, embora sem parar de caminhar. Desanimei de tentar compreender meus irmãos. Quando muito, eu deveria aprender a conviver com eles, mas compreendê-los? Seria uma tarefa muito difícil para mim.

Tive um sonho, por essa ocasião. Um sonho que mesmo não tendo entendido, me acalentou  o espírito, confortando-o sobremaneira, de modo a que eu pudesse suportar  caminhar mais um passo. E mais um. E depois, mais um. Até chegar até aqui.

Mas, onde foi que cheguei, afinal de contas?

Cheguei simplesmente a lugar nenhum, de certa forma. Mas meu espírito aprendeu a fazer a sua conexão com as Estrelas.

Num mundo hostil como esse, não são todos que conseguem chegar a lugar nenhum. Na verdade, são raríssimos os que chegam aqui e conseguem fazer o que vieram fazer, de forma completa. Suas missões são sempre abortadas pelo descaso e hostilidade sutilizada dos habitantes. Entretanto, voltam tantas vezes forem necessárias  para cumpri-las.

E nessa vida a hostilidade está bem mais acentuada que antes. Mesmo que, aparentemente,  todos sejam educados e usem frases de grandes pensadores na tentativa de dizerem que as seguem,  a hostilidade grita e vocifera dentro de cada um, numa atitude predatória a quem não lhe é semelhante.

E eu me orgulho de não ser semelhante a todos. Não um orgulho em que eu venha a pressupor ser melhor que alguém.  Mas um orgulho de não me ter deixado influenciar na conduta coletiva da humanidade física e seguir, de olhos fechados, para o abatedouro, sorrindo feliz ouvindo o som do berrante.

Eu me orgulho de não ser semelhante a todos e de estar vendo o caos implantado nesse planeta, e não me afinizar com nada disso. Não me sentir acomodada, e muito menos, não ficar esperando soluções mágicas que caem dos céus.

Sempre que eu falo nisso, lembro que nem tudo que cai do céu  é algo que gostamos. A bomba em Hiroshima é um exemplo disso.

Não me orgulho de ser diferente, e exatamente por isso, recebo as consequências dessa característica a cada momento em que vivo aqui.  Grupos seletivos não gostam de quem é diferente. Hostilizam até que o diferente passa a ser igual. Mas eu não me dobrarei, não porque eu seja uma versão da mulher maravilha, mas porque eu sou persistente naquilo que eu acredito, e me dobrar é difícil. Não me bastam poucos e fracos argumentos para que eu deixe minhas convicções de lado e adote a de terceiros.

Não me bastam lindos livros ou  escritos sagrados antigos de qualquer civilização para que me convençam do que desejam.  Não sou uma maria-vai-com-as-outras. Pelo contrário, sou uma maria que ficou; uma maria que não foi com as outras.

E eu não vou me entregar às idéias volúveis, sem fundamentos, sem uma base sólida, de uma  humanidade decadente que caminha para o abismo satisfeita, seguindo o que lhe dizem e não pensando com sua própria cabeça. Nem querendo enxergar com seus próprios olhos.

Eu não vou me entregar às idéias cristalizadas impregnadas nos corpos astrais de todos, e me deixar levar por elas porque a maioria assim deseja. Se é para eu ficar sozinha, e eu sabia que seria assim, então que eu fique sozinha,mas sem me corromper; e sem corromper meu Espírito. Sem trocar minhas convicções para conseguir  amizades volúveis e frágeis que estremecem sob a ação de uma mínima brisa.

Não vou trocar minhas convicções para conseguir simpatias de irmãos que se interessam apenas em possíveis informações que eu possa fornecer a respeito do que está acontecendo e vai acontecer no Planeta Terra; que não conseguem ser humanos no cotidiano de suas vidas.

Não vou trocar minhas convicções pelo medo de ser eu mesma e me assumir enquanto consciência que sou, só porque a maioria assim age e vive aterrorizado temendo a própria sombra.

Antes só do que mal acompanhada.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Terça-feira, 10 de julho de 2007

 

Trocar minhas convicções?

 

Não vou trocar minhas convicções pelo medo de ser eu mesma e me assumir enquanto consciência que sou, só porque a maioria assim age e vive aterrorizado temendo a própria sombra.

Como ela é presunçosa, você deve estar pensando.  Mas não sou presunçosa. Eu só defendo com  intensidade as minhas convicções, sem contudo encerrar o assunto, porque eu aprendi com o horizonte que o infinito existe. Então, tudo o que eu sabia naquele momento era o que  eu podia saber, mas sabia também que existia e existe muito mais para eu conhecer e aprender.

Tempos atrás eu pensava que havia passado por tudo que um ser humano passa para aprender a viver  num mundo sem expressão.  Eu nem fazia idéia de que muitos trechos ainda se descortinariam diante de mim com experiências ínéditas e enriquecedoras quanto ao conhecimento do ser humano e de mim mesma.

Situações do cotidiano em que eu ia conhecendo mais e mais sobre mim, meus sentimentos e pensamentos, bem como, os do ser humano de forma em geral.

Fui percebendo que a humanidade se degrada a olhos vistos, mas que não precisamos todos fazer o mesmo. Entretanto, quanto mais procuramos permanecer limpos ou  fazendo a nossa limpeza interna, mais vamos sendo discriminados no meio em que vivemos.

Não é lá muito confortável essa sensação não, mas diante do que se descortina o futuro é necessário deixar caírem os véus que encobrem nosso espírito e acordar. Além de acordar, é também necessário sair da cama e ir à luta pela vida, pela paz, pela sobrevivência espiritual.

Além de acordar, é preciso manter os olhos abertos para não cair nos fossos pantanosos que nos rodeiam.

Além de acordar e manter os olhos abertos, é preciso viver. Com qualidade interna e externa. Todos temos direito a isso, e mesmo que vivamos num planeta em que o consumismo e o egoísmo regem as notas musicais da orquestra da vida da maioria, ainda assim, esse direito nos é garantido e por ele devemos levantar a bandeira e exigir que seja respeitado.

Entretanto, a alienação que envolve a muitos, talvez bem mais do que a maioria, faz com que cada um olhe apenas para o seu próprio umbigo, chore apenas a sua própria dor, e não se preocupe com o irmão mais próximo.

Essa alienação está fazendo com que peregrinos se desviem do caminho da união e busquem caminhos de solidão. O medo de ajudar e serem rotulados de  bobos faz com que sejam bobos mesmo, pois,  tem medo de rótulos.

O medo de serem amigos, ainda que saibam  de quem estão sendo amigos, faz com que um distanciamento seja criado entre almas que tem afinidades espirituais e que se se encontraram não foi por acaso.

Recusam-se a manter os olhos abertos porque isso significa, muitas vezes,  ajudar ao invés de ser ajudado, dar de comer mesmo tendo pouco, compartilhar os poucos agasalhos de frio.

Todos querem ser ajudados. Poucos querem ajudar. E quando começam, em seguida vem centenas de motivos para que parem de ajudar e se voltem para o próprio mundo, como se todos fossem altistas.

Enquanto essa situação se desenvolve no Planeta, no externo, gritam por paz e brigam com Deus diante de algum acontecimento. Enquanto mais e mais egoístas  vão se tornando mais e mais gritam e esbravejam contra tudo como se isso fosse mudar o próprio egoísmo.

Enquanto a humanidade, enquanto os seres que compõe a humanidade continuarem vivendo de forma automática, como se fossem máquinas, robôs, ou como se fossem incapazes de tomarem atitudes por si só e não mais agirem influenciados pelos obsessores, isso tudo vai  se intensificar, e vai acontecer de tal forma que quando muitos quiserem abrir os olhos, acordar e se levantar da cama, perceberão que nem cama tem mais.

Procurarão os amigos a quem cruzaram os braços e esses amigos não serão encontrados mais, pois continuaram sua caminhada sem parar para conquistar um novo amor nem reformar a casa. Não pararam de caminhar nem mesmo com os obsessores lhes perturbando o tempo todo e lhes tirando as companhias que haviam encontrado (muitas dessas companhias, são esses que vão acordar) e com elas seria possível caminhar aquele trecho.

Entretanto, os obsessores fizeram o trabalho completo: tirou desses peregrinos companhias amáveis, ternas e os enredou em suas teias de mentira e agora, esses, que antes eram amáveis e ternos,  já não se sentem assim mais. 

Existe ainda um detalhe: esses peregrinos, de quem cujas companhias e amizades lhes foram distanciadas, continuam sua caminhada rumo à Energia Suprema.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sexta-feira, 03 de agosto de 2007

Continuar porque?

 

Existe ainda um detalhe: esses peregrinos, de quem cujas companhias e amizades lhes foram distanciadas, continuam sua caminhada rumo à Energia Suprema.

O que leva esses peregrinos, em sua maioria, solitários, a continuarem sua caminhada ?

O que leva  esses peregrinos a não desistirem, a não voltarem atrás e pegarem caminhos, aparentemente, mais fáceis?

O que leva  esses espíritos peregrinos que já alcançaram a sua própria luz a encarnarem num planeta, cuja humanidade doente não busca a cura e se contamina mais e mais?

O que leva esses espíritos peregrinos que já vivem num estado alpha de Consciência a se deslocarem e viverem no meio de tantos espíritos cruéis e criminosos?

O que leva esses espíritos peregrinos a se deslocarem de seus mundos de paz  e  viverem entre tantos desmandos e hipocrisia?

 O que impulsiona esses espíritos?

A sua meta. Eles tem metas. Objetivos que transcendem à vida comum de encarnados. Seus objetivos não são meramente a realização de planos que satisfaçam as necessidades da vida encarnada. Para eles o mais importante é o objetivo de seu espírito.

Cuidam da vida encarnada mas nunca se esquecem da vida espiritual, e estão atuantes em todos os momentos, ainda que sigam a rotina diária do mundo físico. Fazendo o que muitos já deveriam estar fazendo, mas que se recusam por infantilidades que lhes pesarão nas costas em tempos futuros, pela irresponsabilidade com que se recusaram a auxiliar a esses  peregrinos em suas jornadas de vidas aqui, no planeta Terra, por exemplo.

Esses peregrinos, em sua maioria solitária se expõem a viverem num mundo conturbado como esse, e embora saibam que hajam seres que teriam predisposição para  que se auxiliem mutuamente, cada um no cumprimento de suas missões... embora saibam disso não esperam  muito de cada um, pois sabem que cada um é tão frágil nesse sentido quanto uma folha seca levada pelo vento.

Não vivem a esperar que seres predispostos a uma vida mais justa e solidária tomem atitudes nesse sentido, porque sabem que não tomarão, embora até sintam vontade.  Então, eles fazem a sua parte com  a convicção de que fizeram tudo o que podiam, dadas as circunstâncias, que,  no caso do Planeta Terra, são as piores possíveis.

Não voltam inacabados. Mesmo que não cumpram suas tarefas por omissão e covardia de seus irmãos, que poderiam ter-lhes auxiliado e não o fizeram, ainda assim, voltam como cumpridores de suas obrigações.

Seu curriculum espiritual lhes dá essa garantia. O Universo sabe de seu potencial e sabe também que se não realizaram o que vieram realizar não foi porque não quiseram, ou porque ficaram com preguiça de serem  justos e solidários,  ou por outro motivo qualquer. O Universo sabe que se não realizaram suas missões completamente foi por responsabilidade dos irmãos, da humanidade  daquele momento, que impediu, obstruiu seus passos não lhes permitindo avançar muito.

Enquanto isso acontece,  o Planeta Terra segue  desgovernado enquanto planeta - matéria orgânica,  e enquanto humanidade.

A humanidade do tempo presente culpa Deus por uma série de coisas. Culpa os Mestres por outras.  Busca nada para solucionar os problemas criados por ela mesma e se senta na vida encostada no muro das lamentações pensando, com isso, conseguir a comiseração do Universo.

Esses peregrinos, em sua maioria solitários em seus objetivos espirituais lutam diariamente pela sobrevivência física bem como pela sobrevivência do seu espirito, vez que se tornam alvos dos ambientes nefastos instalados no Planeta e que promovem toda desordem e desestabilização, dificultando-lhes os passos e a vida, de uma forma em geral.

Desses ambientes nefastos astrais vem aqueles que aqui encarnam trazendo em si, em seus corpos astrais todas  as emoções inferiores  que lhes embasam a vida espiritual, e assim, aqui, encarnados, seguem o mesmo roteiro, pois é isso que sabem fazer, é assim que sabem viver: de forma nefesta, de forma destruidora, ainda que, enquanto encarnados, são pessoas de boa aparência, vistam-se bem, ocupem posições de destaque social, ou vivam de forma anônima.

Independente de quem é cada um aqui, encarnado, sua energia macilenta se espalha ao redor e contamina outros e assim segue um contágio, muitas vezes, de doenças fatais para o espírito de cada um.

E por mais educados, socialmente falando, sua energia é destruidora e assim, de muitas formas, inconsciente, passam pela vida obstruindo os passos de quem tem a energia construtora.

Esse é o mundo em que estamos vivendo. Luz e escuridão misturadas. A escuridão é dominante, no momento atual, e para que a luz não seja apagada ou não se apague diante da obscuridade em todos os mundos, inclusive no mundo dos encarnados, a luz precisa vencer o medo, o desânimo, e vencer inclusive às  emoções  inferiores, pré-humanas reinantes ao seu redor.

Esse é o mundo em que estamos vivendo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Esse é o mundo em que estamos vivendo.

 

Esse é o mundo em que vivemos. Sem cor. Sem expressão. Sem vontade. Sem a luz que revitaliza o átomo que se transforma em vida.

Um mundo em que a obscuridade faz frente à luz e se auto-propaga como condutora de uma humanidade perdida de si mesma, que a segue,  com os olhos fechados, porque é mais fácil. Com os olhos fechados a humanidade não precisa ver o que é  obscuridade e então se permite criar fantasias que adoçam suas vaidades, fazendo com que a vida seja difícil mas poucos fazem alguma coisa para mudar o quadro tétrico que ora se apresenta.

Esse é o mundo em que vivemos. Em que sábios não sabem nada; as ciências são usadas de acordo com a conveniência dos líderes que se auto-intitulam líderes planetários;  os humanos pensam  mas não buscam a verdade, então continuam apenas pensando que pensam; enquanto isso, seguem sua caminhada desastrosa destruindo as flores do caminho e arrancando as sementes plantadas.

Enquanto isso o Planeta continua sendo invadido pela horda criminosa do Universo e aqui, a humanidade encarnada faz de conta que não vê  e até convida esses criminosos extra-terrestres, pois, suas atitudes mesquinhas, vazias de divindade,  cheia de sentimentos que inferiorizam o espírito, medo e covardia diante de um obstáculo,  convidam cada vez mais esses criminosos de fora daqui para virem para cá, pois aqui tem o que eles gostam.

Quanto mais os criminosos de fora do Planeta vão chegando e se instalando, o caos se intensifica, e os que deveriam estar percebendo isso continuam se fazendo de cegos e surdos, por medo de começarem a mudar as condições de vida daqui, procurando restaurar a vida que aqui existe em bases justas e solidárias.

Enquanto isso acontece os peregrinos, em sua maioria, solitários em seus objetivos espirituais, seguem o caminho  fazendo o que vieram,  dentro das condições péssimas que se apresentam, por ora, no Planeta.

Condições Péssimas? Quem sou eu para falar assim? Eu sou nada. Mas minha mente e meu espírito são livres, e nada nem ninguém podem me impedir de ver a realidade decadente vivida hoje nesse Planeta.  E esses seres vem fazer o que aqui ainda? Porque vem? O que lhes move o espírito e lhes fazem chegar e ficar aqui, numa doação que poucos entenderiam?

São diferentes? Sim, são diferentes, embora em condições de vida iguais a todos. São diferentes enquanto espíritos. Vibram em frequências diferentes das frequências comuns à quase totalidade dos encarnados. Além disso, muitos vivem em frequências totalmente desconhecida para essa civilização de agora;  níveis elevadíssimos de vibração de amor ainda desconhecidos por essa civilização.

Estiveram sempre presentes, e sempre atuantes meio à humanidade decaída e decadente. Viveram suas vidas de forma comum, como todos vivem. Tiveram seus problemas, suas dificuldades,  substituíram seus dentes de leite pela dentição adulta, tiveram alguma dor de barriga, e entre erros e acertos, fizeram o que vieram fazer, deixando com sua conduta grandes ensinamentos para o mundo, de forma anônima, na maioria das vezes.  Ou também nas ciências, artes e filosofia.

Muitos foram considerados deuses e para os quais, religiões fizeram altar.

Não os torna menos seres de luz  se  nas diversas vezes que encarnaram tiveram suas vidas aqui, por piores condições que tenham encontrado,  preservaram a saúde de seus espíritos, e, como consequência,  preservaram a própria luz, não a deixando se apagar vivendo no meio de tanta escuridão.

 Nem  os torna menos santos, considerando que a santidade eles a conseguiram sim. Uma santidade no sentido da purificação de seu ser sutil, uma elevação em sua  energia, mas não esses santos como os conhecemos, que em uma vida só, morreram martirizados e  foram  colocados em altar como santos inacessíveis.

 Cá para nós, para vir aqui,   eles foram muito corajosos, e os que vieram nos últimos tempos, mais corajosos ainda face o alto grau de doenças morais/espirituais, e muitas letais.

 O romantismo criado acerca da religiosidade fez com que se criasse uma idéia mentirosa a respeito de tudo: da vida; da reencarnação como oportunidade de assimilar experiências; da vida fora do planeta; e até da Energia Suprema, a quem chamamos Deus.

 Um romantismo em que  as pessoas  vêem com olhos cor de rosa a beatificação de um  ser, e ele passa a ser então o seu herói.  Poucos param para se perguntar  que bandeira de paz ele levantou, que causa divina ele veio defender....  mas o idolatram como um ser santo porque  ficou decidido que é santo. E fazem listas de pedidos para ele atender. E os que não morreram assassinados  ou os que não tiveram suas vidas conhecidas e famosas?

 E assim, de romance em romance vão vivendo todos, numa ilusão de que tudo é real e seguram a mentira como bandeira que deva ser hasteada.

Enquanto a verdade abastece e dá forças, a mentira mina a energia e a vontade do ser em seguir em frente.

 A mentira transformou o que deveria ser solidariedade, em esmola. O que deveria ser mútua ajuda, em caridade ofensiva e humilhante. 

A mentira transformou o trabalho numa escravidão amarrando a todos no tronco do capitalismo.

A mentira  transformou Deus em um ser demoníaco do qual todos querem distância e dele sentem pavor, pânico. A mentira fez com que  ele seja odiado pela quase totalidade de habitantes, que o chama com nomes  vis, fazendo  zombarias com seu nome.

A mentira fez a dor e mantém todos presos a ela, sem lhes dar fôlego para que descubram a verdade. Sem lhes dar tempo para se religarem com o Infinito que há em cada um e descobrir o Cosmos em si e ao redor.

A mentira  transformou o justo num criminoso. E o criminoso  em um coitadinho-um-dia-ele-aprende e com isso, pode tudo.

O que esses peregrinos solitários em seus propósitos espirituais vem fazer aqui, no meio dessa degradação que está levando o planeta à auto-destruição?

O amor que eles sentem pelos seus irmãos. Sob nossa ótica, seria um sacrifício para eles, mas sob a ótica deles, não é sacrifício. Não da forma com que concebemos aqui, enquanto encarnados. O amor que eles sentem é maior que a dor ao terem seus espíritos acoplados num corpo denso, ao mesmo tempo que frágil e fraco, e vivendo nesse mundo caótico em que vale tudo para um ter o domínio sobre o outro.

Esse é o mundo em que vivemos.

E esses são os peregrinos solitários, puros e santificados em sua essência e enquanto Consciências que são.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Migalhas de atenção

 

Houve trechos em minha vida em que eu busquei, com muito afinco,  um ser humano que pudesse gostar, sentir amizade, solidariedade, respeito,  por outro ser humano, independente de qualquer coisa. Gostar por gostar. Amar pelo amor.  Feri-me muito nessa busca. As cicatrizes ainda hoje mostram essa busca.

Foram longos e diversos trechos diferentes, nos quais me lancei a essa busca. Sou uma buscadora e não desisto. Mas não insisto num caminho que não é o adequado para mim, naquele momento. Nada me impede de mudar de caminho e deixar para trás o que me aprisiona, sufoca, me deixa sem vida.

Eu sabia que bem mais lá na frente eu precisaria muito de mim mesma. E de fato esse momento chegou.  Em relatos futuros comentarei sobre isso, se for útil.

Eu não perdia a esperança de encontrar algum caminhante em algum trecho de minha jornada,  caminhante esse que sentisse amizade por outro ser humano, aceitando-o tal como é, exatamente como deseja ser aceito.

Isso é comum a todos:  desejam que sejam aceitos e respeitados como são,  mas não aceitam nem respeitam os outros como eles são.  Todos encontram e ressaltam os possíveis defeitos dos outros e se esquecem que também os tem, e, muitas vezes,  muito mais do que muitos tem.

O que torna o ser humano tão vazio de sentimentos positivos? Ou seria melhor perguntar: porque o ser humano é tão vazio desses sentimentos?

Deixava meu espírito buscar a amizade com meus amigos espirituais. Era lá, com eles, que eu poderia saborear a solidariedade além da superficialidade.

Por essa época,  em que eu buscava encontrar um ser humano que fosse amigo,  encontrei o vazio diante de mim e uma sensação de perda de algo que não tive. Como eu poderia perder algo que não tenho? Mas foi exatamente assim que me senti.

Eu perdi a certeza da amizade. Era o que eu tinha. E sem essa referência eu precisaria aprender a caminhar dai em diante. Se algum dia eu  a reencontrasse em algum trecho, ótimo para mim. Caso assim não acontecesse, eu precisaria aprender a conviver com essa perda = não existem humanos amigos.

Estava caminhando, em espírito, acompanhando o curso de um riacho, num local muito lindo. Sentei-me numa pequena pedra e fiquei em silêncio. Senti meu rosto molhado e então percebi que estava chorando. Meu espírito chorava pela falta de amor entre meus irmãos.  Chorei pela secura em cada coração. Pelo terreno ressacado e cheio de pedregulhos nos corações de meus irmãos. Nâo os lamentei por serem assim. Chorei porque eles não conheciam o amor. Porque o amor não conseguiu se fazer presente em seus corações. Chorei porque o amor continuava sendo recusado pelos meus irmãos.

As lágrimas, quentes, banhavam copiosamente meu rosto, mas eu continuei olhando para as águas do rio, acompanhando o seu curso e procurando ali o ensinamento que eu precisava.  Meu espírito precisava aprender e não recuaria nem diante da falta de amor de meus irmãos.

Meu espírito sabe que não está sozinho.  Nunca estamos sozinhos. Minha mente  física entendeu o que estava acontecendo e percebeu a presença de uma amiga espiritual. Uma amiga  com muitas experiências de vida, que, como todo o seu amor, me apoiou em seu peito e disse: "Chore. Chore tudo isso que está aí dentro. Chore todos esses anos. Limpe-se para que sua luz possa brilhar e iluminar seus próximos passos."

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

E ali, naquele local de paz, meu espírito chorou o desamor entre os irmãos da Terra.

Pensei  um pouco  no Rabi da Galiléia, que, num momento de total abandono e desamparo, perguntou "Porque me abandonaram?" Entendi sua dor ao se ver sozinho rodeado de criminosos à espreita de qualquer motivo para assassiná-lo.  Pensei então no seu sofrimento também por  ver que o amor era jogado na lata do lixo de cada um daqueles que moravam aqui, naquela época, e também pelos que não estavam encarnados.

Pensei em sua mãe, no seu fiel amigo João, ao registrarem que o amor personificado havia sido assassinado cruelmente.

E me perguntei (mais uma vez) : o que eu vim fazer aqui?

Meu espírito estava entre amigos. Espíritos amigos. Estava num local de paz, chorando pelos seus erros e o de seus irmãos. Em um desabafo de alma (necessário).  Enquanto isso, eu continuava olhando e acompanhando o movimento das águas e procurando entender qual o ensinamento que eu poderia tirar dali. Observava as águas passarem pelas pedras e seguirem majestosas. Tal como podemos fazer em nosso cotidiano. Flashes de luzes, por vezes, surgiam a minha frente e eu fui armazenando as informações que me chegavam através deles.

Comecei, ali, a compreender o Amor em suas manifestações aqui na Terra e como ele é recusado por todos.  Compreendi que o Amor não é vivenciado por todos porque todos tem medo dele e então, fecham-lhe as portas,deixando-o do lado de fora de suas vidas. E compreendi também que cada um de  meus irmãos, um dia, acabará por descobri-lo em si e  deixá-lo-á se manifestar em suas vidas. É uma questão de tempo, ainda que seja um tempo infinito.

Compreendi que tudo tem seu tempo. Como diz na Bíblia.Tempo para plantar; tempo para colher: tempo para chorar: tempo para sorrir; tempo para caminhar; tempo para descansar.

Olhei para o rio, novamente.  Ele seguia, impassível, o seu destino. Era o que me cabia fazer. Seguir meu destino.

E assim, segui em frente em mais um trecho de minha jornada. Mais firme quanto a mim mesma e quanto as minhas convicções. Mais segura de minha busca pela verdade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Terça-feira, 18 de setembro de 2007

Deuses?

Nessa ocasião,  vinha-me muito à mente uma lembrança de minha pré-adolescência. Eu morava no interior, uma cidade de aproximadamente  20.000 habitantes (na época).Chegaram à cidade dois missionários religiosos, não me lembro de qual  ordem católica, e, certo dia, foram convidados pelos meus familiares para um almoço. Quando eles chegaram e se acomodaram na varanda de minha casa, eu, extasiada, não parava de olhar para eles e imaginá-los deuses. Eu, sem muita experiência em relacionamentos humanos, me coloquei meio que escondida a observá-los. Não sabia eu, na minha ingenuidade, que eles sabiam que eram objeto de minha observação e aguardavam. O que?  O contato.

Desde o momento que chegaram, eu me sentia no céu. Eu não percebia o mundo a minha volta. Era como um êxtase. Mas quem são eles?

Continuei por um bom tempo, num cantinho da varanda,  não pretendendo chamar a atenção, mas prestando atenção a tudo, e os ouvia relatar como viviam, suas peregrinações pelo Brasil, principalmente. Não carregavam muita coisa:  uma mochila cada um com  o  básico para suas andanças,  o que contava com um uma peça de roupa sobressalente. Apenas isso.

Enchi-me de emoção ao lhes ouvir os relatos, e os imaginei pelo mundo, tal como o Rabi da Galiléia orientou seus apóstolos para fazerem. E pensei: "Eles existem. Eles estão aqui, em casa.".  Era como se os conhecesse desde sempre.

Vez ou outra, eu era pega em flagrante: um ou outro me via olhando para eles. Dirigiam-me um sorriso caloroso que aquecia minha alma e me tornava a pessoa mais feliz do universo.Após o almoço, voltaram todos para a varanda. Eu me sentei no mesmo cantinho de antes, e me distraia com meus cadernos de escola. Então meu coração acelerou com a aproximação de um deles, que, gentilmente, quis ver o dever de casa que eu estava fazendo. Minha mente não sabia, até mesmo pela idade que eu tinha que era um obstáculo ao despertamento espiritual, mas o meu espírito sabia quem eram eles.

Enquanto os outros adultos conversavam assuntos sérios, de adultos, eu estava conversando com meu mais novo amigo (o único amigo até então, vale registrar). Ele contou do que sentia, de como vivia feliz andando pelas cidades, falando do amor, da solidariedade, falando do Rabi da Galiléia de uma forma simples para os simples, vivendo sem bens materiais,  dormindo em alguma cama quando alguma alma solidária lhes oferecia o pernoite, recomendados pela própria Igreja à qual sempre se apresentavam quando chegavam nas cidades ou vilarejos. Muitas vezes era o próprio pároco da Igreja que lhes oferecia a pousada pelo tempo necessário, e lhes saciava a fome.

Era fantástico ouvi-lo. Era mais que fantástico. Era divino. Eu sentia uma vontade enorme de falar alguma coisa também, mas não me saia nenhuma palavra. Os pensamentos voavam na minha cabeça a uma velocidade mais acelerada que a da luz, e eu não conseguia reter nenhum deles para  transformar em palavras.

Eu apenas o olhava. E o ouvia. Era mais uma conversa de espírito para espírito. Do espírito dele com o meu. E vice-versa. 

Quando pressenti que iam se despedir de minha familia e iriam embora, eu sabia que nunca mais os veria. No mundo físico, não me encontraria mais com eles. E uma tristeza infinita me envolveu, e meus olhos de criança se encheram de lágrimas que procurei engolir para meus pais não verem e não brigarem comigo por estar chorando na frente de estranhos, e sem motivo nenhum.

Então, minha alma pediu. Fortemente. Em silêncio. De fato, o silêncio é o grito mais alto que podemos dar. E ele ouviu meu grito silencioso e me disse palavras confortadoras, me incentivando a continuar a ser a boa aluna, a boa filha, obediente aos pais que ele sabia  que eu era. Então, me respondeu.

Respondeu, com palavras o pedido que eu gritei silenciosamente. Disse-me que eu não poderia ir com eles. Precisaria estudar e crescer para então decidir sobre a minha vida. E, quando eu crescesse, então poderia decidir se desejaria viver como eles, ou  se as circunstâncias de minha vida me permitiriam, lembrando a mim  que muitas vezes o carro da vida passa com tanta velocidade que não temos condições de pará-lo para descer no trecho da estrada que desejamos. Mas que devemos sempre manter a inocência dentro de nós. Disse-me que onde quer que eles estivessem, sempre pensariam na menininha no canto da varanda.

Despediram-se de meus familiares. Ambos olharam para mim, e não fizeram qualquer movimento para se despedirem de mim como o fizeram com  minha família.  Apenas me olharam e deram um sorriso, mantendo uma atitude cerimoniosa.  Um olhar e um sorriso que dizia tudo o que as palavras jamais conseguiriam dizer. E que eu somente iria entender muitos anos mais tarde. Muitos anos mesmo. Eu iria entender no momento adequado.

Foram-se. Uma parte de mim foi com eles. E está com eles ainda hoje, estejam onde estiverem. Estejam em qualquer morada do Pai, um pedaço de mim está com eles.

Minha família não entendeu (normal, é claro) minha tristeza,  já manifestada na partida deles, e por dias seguidos. Nem eu. Mas eu sabia que a partir daquela visita e da partida da visita, algo me ficaria faltando, e eu viveria mais solitária do que antes. Eu sendo minha própria companhia, na maioria das vezes.

A esses dois deuses, (eu os via como deuses) só posso agradecer infinitamente pelo sol que trouxeram para a minha vida, com sua visita e suas presenças por um dia inteiro na minha casa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Seguir meu destino

Quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Olhei para o rio, novamente.  Ele seguia, impassível, o seu destino. Era o que me cabia fazer. Seguir meu destino.

E assim, segui em frente em mais um trecho de minha jornada. Mais firme quanto a mim mesma e quanto as minhas convicções. Mais segura de minha busca pela verdade.

E assim foi. Eu pretendi seguir as pegadas do Pescador. Não pretendia calçar suas sandálias,  mas pelo menos seguir suas pegadas, isso eu faria. Tinha me proposto a isso, e ainda que contrariasse expectativas ao redor, eu não abriria mão de meus objetivos espirituais no caminho do equilíbrio.

Segui como as águas calmas de um rio. Ultrapassando os obstáculos sem estardalhaços, escândalos, desesperos. De nada adiantam mesmo essas emoções: elas só pioram a situação que estivermos passando no momento.

Não foram poucas as vezes que pensei ter chegado ao meu limite e que minha paciência tinha se perdido meio a tanta confusão de sentimentos dos que me rodeavam e se esforçavam em me fazer acreditar que eu estava no caminho errado, só porque estava num caminho diferente do deles. Não me preocupava em me defender nem defender minhas convicções,  e me policiava para não fazer o mesmo que eles: convencer pelo uso da força verbal e até mental. Eu não quis e não quero convencer ninguém a nada. Só pretendi e pretendo dizer que se as coisas são difíceis para uns, sempre haverão alternativas que possam suavizar aquele momento,  ainda que seja só superando-o e seguindo em frente, ou então, aprendendo a conviver com a situação que surgiu em nossa vida e que nos parece ser insolúvel.

Desistir? Muitas vezes nossa vontade é desistirmos e deixarmos a vida nos levar do jeito que for. Mas quem caminhou tanto e adquiriu responsabilidade com a própria vida, e isso é extensivo a todas as formas de vida ao redor, não desiste.  Ainda que caminhe com os joelhos enegrecidos por ter que usá-los para se apoiar nos passos que está dando naquele momento; ainda que com as mãos esfoladas e sangrando por ter que se segurar em pedras pontiagudas ou pelos espinhos;  ainda que com os ombros encurvados naquele momento pelo peso das emoções inferiores que fazem de tudo para que caiamos; ainda que com os olhos lacrimejantes pela dor dos acoites;  mas sabemos que nosso destino é o infinito. E nada nem ninguém nos fará desistir de nossa meta.

Desanimar jamais, embora muitas vezes nos sentimos tão cansados que precisamos parar sob a sombra de árvore e descansar, recobrando as forças para empreender o trecho do caminho que se desponta diante de nossos olhos. O caminho é infinito.

E eu posso afirmar; nada nem ninguém me fará desistir da minha meta de ser eu mesma e um dia, poder chegar diante da Energia Suprema, ou o mais próxima que eu puder estar dela, olhar para ela sem precisar proteger meus olhos da sua luz infinita e dizer:

- Você foi o meu exemplo de vida até aqui. E será daqui em diante também. A Luz da Manhã de todas as minhas vidas. Onde eu estive, ou estiver,  em qualquer tempo-espaço, você é a Primeira Luz que brilhou, brilha e brilhará por si só. Eu sou apenas uma pequena luz que procura seguir seus passos. Por opção. Obrigada por tudo. Pelas vezes que me orientou na melhor forma de ser como você. Pelas vezes que compreendeu minhas falhas, eu ainda na infância do espírito;ainda dependente de sua energia para crescer e aprender a caminhar com meus próprios pés o mesmo caminho que você fez e continua fazendo. Pelas vezes que através desse universo onde ora me encontro, enviou sua Força em todos os momentos que precisei. Por se preocupar comigo e desejar o que há de melhor para mim e me orientar como caminhar no melhor caminho para alcançar meus objetivos: ESTAR JUNTO DE TI.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quarta-feira, 17 de outubro de 2007

ESTAR JUNTO DE TI

 

......................como caminhar no melhor caminho para alcançar meus objetivos: ESTAR JUNTO DE TI.

Depois que aqueles dois missionários passaram pela minha cidade e se foram,  eu me senti mais abandonada do que antes. Porque eu havia conhecido pessoas que olharam para mim. Que me viram como ser humano, como "gente".  Então um vazio se fez em meu coração. A partir daí eu vivi com esse vazio. Uma nostalgia. Eu não entendia isso,  era criança demais para entender (as crianças hoje entendem muito mais que muitos adultos, mas na minha época de criança, não nos eram dadas muitas oportunidades de sermos criança-gente).

Esse vazio me incomodou por muitos anos. Fez-me errar muitas vezes para aprender a acertar. Por causa dessa sensação que eu não sabia definir eu busquei amor/amizade em todos. Machuquei-me muito nessa busca, e sem  pretender, machuquei também outras pessoas.  Nessa busca eu cobrava sentimentos fraternos em todos, e, muitas vezes, machucando os outros nessa cobrança eu me machuquei muito mais. Feridas que, hoje, são cicatrizes, as quais sempre me lembram a não mais pisar com os mesmos passos daquela época caso eu não queira aumentar o número delas em minha vida. Eu não quero me ferir mais. Então que eu não fira meus irmãos. Mesmo que hoje sejam eles a me ferirem com suas atitudes, que eu não fira mais ninguém.  Aprendi. Doeu muito, mas  infância, adolescência e juventude podem ser excelentes escolas preparatórias para uma maturidade (espiritual/interna) equilibrada.

Não sei se a amizade que eu ofereço tem alguma expressão na vida de algum companheiro do caminho num mundo totalmente sem expressão como esse em que vivemos. Mas eu a ofereço a todos que vou encontrando em qualquer dos trechos que eu os encontre.

Procuro ser leal à amizade; ao sentimento que existe em mim. Por extensão, procuro ser leal a pessoa a quem ofereço a amizade.  Mesmo que a pessoa  recuse esse oferecimento, minha lealdade à amizade permanece inabalável, porque eu sei que ela, a amizade, existe e é uma forma de transformar esse mundo num mundo de paz. Mesmo que seu significado tenha sido banalizado e valores degradantes tenham se inserido nela contaminando as relações interpessoais e ela, a amizade, não passe de uma sombra do que é de verdade.

Aprender a viver. A viver com todos ao meu redor,  mas eu conseguiria tal façanha diante da diversidade de personalidade que cada um é?  Choques de carater, vontades, pensamentos. Como conviver com isso tudo  de forma harmoniosa? Como é bom receber aquele sentimento bom que transmitimos a alguém!! Como é bom  sentirmos pelo nosso irmão o que queremos que ele sinta por nós. Quando há reciprocidade, como  faz bem!

É tão simples viver. E nós, humanos encarnados, complicamos tanto que transformamos nossas vidas  em dores e sofrimentos e nos arrastamos pela vida de forma pesada, quando seria tão fácil, tão mais simples se vivêssemos todos em harmonia, uns com os outros e que já pudéssemos voar!

É tão simples ser feliz. E nós, humanos encarnados,  tão prepotentes, cultivamos uma felicidade que não existe, e recusamos a felicidade duradoura;  a felicidade que é resultado de um  viver. com qualidade de sentimentos, as melhores possíveis.

 Não sabemos nada. Quando entendermos isso, então, aí sim, vamos perceber que começamos a saber alguma coisa.

 

 

 

 

 

 

 

Não sabemos nada....

Não sabemos nada. Quando entendermos isso, então, aí sim, vamos perceber que começamos a saber alguma coisa.

Enquanto a ilusão toldar nossa visão nos mostrando uma vida efêmera como eterna, e encobrindo a eternidade com os mantos da transitoriedade, vamos todos, sem exceção, caminharmos em círculos  infinitamente.

Caminhamos do jeito que nos  convém, e isso é um direito garantido. Entretanto, a indolência com que tratamos as leis do universo não impede que elas sejam executadas. E todos nós estamos sujeitos a elas.  E são essas leis,  que se nos apresentam nas nossas vidas como circunstâncias, situações, que geram os ensinamentos necessários que nos levam a trilhar, um dia em algum tempo, o caminho da Justiça.

Enquanto isso não acontece, vamos, com passos trôpegos, caminhando pela vida sem percebermos como é importante cada minuto da vida física que temos, ou da vida espiritual que somos.

Olho para o alto e vejo um céu de azul clarinho,  um pouco de nuvens encobrindo-o totalmente, talvez chova. Lembro-me de outros céus. Lembro-me de quantas vezes, enquanto criança, eu desejei voar e ir até o seu final, pensando que o céu era finito.

Em meus momentos de solidão do espírito, eu me transportava para esses outros mundos, que sabemos que existem mesmo que nossa razão não aceite. Até mesmo o Rabi da Galiléia disse que a casa do nosso Pai tem muitas moradas. E eu creio nele. Muito mais do que uma crença  por ter ouvido falar dele. Creio nele porque eu sei que ele existiu. E ainda existe enquanto ser de paz.

Tentaram calar a sua voz mas o vento a espalhou pelo planeta todo, e ainda hoje é possível ouvi-lo.

E sempre foi ele quem confortou meu espírito em seus momentos de questionamentos; quem consolou meu espírito em seus momentos de aflição. Foi ele, e é ele, quem me dá forças para seguir meu caminho,  embora muitas vezes, eu esteja caminhando sozinha algum trecho da jornada.

Foi e é ele quem me lembra que a vida é bela, e que  devemos vivê-la um dia de cada vez,  experienciando o néctar divino manifestado em cada átomo.

Sem eu sentir qualquer afinidade com crenças religiosas,  ele é o meu Rabi (Instrutor), enquanto estou encarnada. Lembrando que ele não criou nenhuma religião. E por isso, sinto-me livre para seguir as pegadas do Pescador. Calçar suas sandálias? Um dia. Por ora, nesse tempo-espaço em que vivo encarnada  seguir suas pegadas é o que posso e devo fazer.

Não pisei no Cordeiro.

Aprendi a dançar com os lobos e não virar seu alimento.

Aprendi a não olhar no olho das serpentes e a evitar o seu abraço.

Rabi, meu querido, dizer mais o que?

       

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Música: Povo do Tempo

 Autoria: Patrick Wichrowski

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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