Se quiser vir de comboio, ter� de apanhar um Regional com destino ao Entroncamento ou Tomar, ou Lisboa Sta. Apol�nia. A esta��o do Vale de Santar�m est� situada na Linha do Norte, entre as esta��es de Santar�m e Santana-Cartaxo.
Se preferir autom�vel, saia da A1 em Santar�m ou Azambuja e siga pela N3, que atravessa a povoa��o.
Tamb�m � poss�vel chegar pela N3-3 vindo da P�voa da Isenta, ou pela EM512 (CTX), vindo de Valada ou Porto de Muge. Esta �ltima � a famosa estrada que fica submersa quando h�o cheias.

Apeie-se do comboio, saia do carro, o que for, e comece a explorar!

� zona onde actualmente se encontra o Vale de Santar�m chamava-se em meados do s�c. XVIII "Vale do Soeiro Pis�o" ou "Vale do Soeiro Ti��o", tendo o top�nimo actual surgido em pleno s�c XIX.
As suas gentes desde sempre se dedicaram � agricultura. Nos f�rteis campos inundados de fertilidade pelo Tejo faziam a sua vida. Diz-se hoje como se dizia antes que "O Vale � verde".

Muitos praticavam apenas agricultura de subsist�ncia, mas a maior parte vivia � merc� do sal�rio de mis�ria pago pelos grandes latifundi�rios aristocratas, que actuavam como verdadeiros senhores feudais. Leia-se "Barranco de Cegos" de Alves Redol ou "Esteiros" de Soeiro Pereira Gomes para se ter uma ideia desta situa��o que durou at� ao anos 60 do s�c. XX.

A aldeia conheceu o seu primeiro per�odo de expans�o com o desenvolvimento da rede ferrovi�ria. Na zona em redor da esta��o floresceram ind�strias ligeiras, fornecidas que eram de mat�ria-prima outrora distante. Ainda h� quem se lembre de quando a esta��o tinha estatuto de II classe a n�vel nacional, sendo a �nica a disp�r de uma terceira linha (hoje em dia infelizmente pouco usada) entre o Entroncamento e Azambuja, aparte obviamente, as esta��es de I grandeza (Santar�m e Setil).

Desde a II Guerra Mundial que entrou em r�pido decl�nio, tendo o �ltimo testemunho do seu tempo de gl�ria (o grande armaz�m) desaparecido na d�cada de 80. Das ind�strias ficaram apenas as paredes exteriores e uma �ptima oportunidade para ac��es de arqueologia industrial.

Com o desenvolvimento industrial e dos servi�os do p�s-guerra, a esta��o ganhou novo papel pois, em vez de chegarem mercadorias partiam pessoas, especialmente para as f�bricas de autom�veis do Espadanal da Azambuja e para Lisboa.

Pequenas ind�strias, como a do cal�ado (Avilima) conseguiram manter-se em funcionamento at� aos anos 80. Da� at� aos dias de hoje o sector terci�rio emprega a esmagadora maioria da popula��o activa da freguesia.

O novo p�lo de expans�o, desde a d�cada de 80, situa-se no denominado "Alto do Vale". O facto de se tratar outrora de terrenos agr�colas, aleado a um inexistente plano urban�stico constituiu factor impeditivo de uma eficaz e necess�ria constru��o de infraestruturas de saneamento b�sico e arruamentos. Foi finalmente asfaltado apenas no final da d�cada de 90.

Por raz�es de pura mesquinhez, h� que exija que esta seja considerada outra povoa��o. Da� que h� quem lhe chame o "Kosovo do Vale".

Impedimentos de cariz pol�tico por parte da C�mara impedirmam que a Junta de Freguesia conseguisse p�r em movimento planos de moderniza��o e desenvolvimento do Vale, tais como a implanta��o de uma ag�ncia banc�ria e de uma esquadra policial, e asfaltagem de novos arruamentos. Atente-se ao facto de que sendo a �nica freguesia do Concelho de Santar�m com crescimento populacional, era aquela com menores fundos camar�rios atribu�dos per capita.

O Vale de Santar�m ocupa uma �rea de 1.015 ha, e conta actualmente com 3.011 habitantes (dados da A.N.M.P.), o que d� uma densidade populacional de cerca de 300 habitantes/km2 (exactamente 296,65 Hab/km2).
� Vila desde 1995.

"BRAS�O: Escudo de prata, com um pinheiro arrancado de sua cor, folhado de verde e frutado de ouro, entre dois cavalos brinc�es de negro lampassados de vermelho, o da dextra volvido; ponte antiga de dois arcos, de negro lavrada de prata, movente dos flancos e nascente de um p� ondado de azul e prata.
Coroa mural de prata de quatro torres
Listel branco, com a legenda a negro: "Vale de Santar�m"

BANDEIRA: Esquartelada de verde e branco. Cord�o e borlas de prata e verde.
Haste e lan�a de ouro."

No bras�o est�o representados:

- O "Pinheiro das Areias";
- A Esta��o Zoot�cnica Nacional ("Fonte Boa"), pelos cavalos;
- A Ponte da Vala sobre a Vala do Tejo.

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A PONTE DA VALA

A Ponte da Vala ter� sido constru�da, segundo a tradi��o, pelos �rabes, o que lhe atribui a vetusta idade de pelo menos 800 anos se pensarmos que aqueles foram expulsos da �rea em 1148!!!
A sua tra�a actual estar� algo longe daquela original, o que n�o surpreende. Afinal, tanto tempo e tanta coisa se passaram!

As �ltimas obras de restauro iniciaram por volta de 1995. Nessa altura, imagine-se, a C�mara Municipal de Santar�m tinha como proposta o alargamento do v�o da mesma, o que implicaria a sua descaracteriza��o. Felizmente, a Junta de Freguesia op�s-se vigorosamente, e a ponte foi restaurada em nada alterando o seu aspecto.

Teve honras de ser escolhida para um dos pain�is que orlam o Mercado Municipal de Santar�m, e daqui se depreende a sua import�ncia para a regi�o envolvente.

� vossa esquerda est� ent�o essa "fotografia" em azulejo, onde ainda se ve�m touros. Hoje em dia animais j� por ali n�o abundam, os �ltimos ter�o sido patos bravos.
Ao clicar na imagem aparecer� em nova janela o pormenor central do painel.

Agora por coisas, j� reparou na semelhan�a entre esta ponte e a que figura nas notas de 10 Euros?

O PINHEIRO DAS AREIAS

A esta frondosa �rvore s�o atribu�dos 250 ou mais anos, pois se diz que vem do s�c. XVIII.

O terreno em volta foi sendo usado para a constru��o civil, o que, se pensarmos na dimens�o das ra�zes de uma planta de tal idade, lhe provocou s�rios danos. A subsequente eros�o do solo faz pensar o pior, isto �, que o Pinheiro perca o seu apoio e tombe. Outros problemas s�o as intemp�ries, como o vento, que faz partir grande ramos aos quais falta sustenta��o.

Com a considera��o pelo IPPAR desta �rvore como "Patim�nio Nacional" espera-se que se lhe d� finalmente o merecido respeito e conserva��o. Porque n�o criar uma zona de lazer em volta, visto que terreno n�o falta?
Urge dignificar este espa�o que � de todos n�s!

A "CASA DA JOANINHA"

Na tradi��o popular, seria aqui que se desenrolou a ac��o do romance "Viagens na Minha Terra" de Almeida Garrett. Seria destas janelas que a Joaninha dos Olhos Verdes escutava os rouxin�is enquanto esperava o seu Manuel.

Em boa verdade, Garrett pernoitou nesta casa que pertencia ao seu amigo Rebello da Silva, insigne historiador. E talvez se tivesse inspirado em seus jardins (� �poca) de grande beleza. Mas segundo algumas descri��es da obra (especialmente facto que o nascer do Sol � vis�vel), � mais prov�vel que a "Casa da Joaninha" seja na Quinta de Sto. Ant�nio (foto da Ponte da Vala, ao centro e ao alto, por detr�s do arco).

Com a morte do historiador, e com as partilhas entre os descendentes a entrar por becos sem sa�da, o edil foi-se degradando rapidamente desde 1970. A Junta de Freguesia desde o 25 de Abril que tentou por todos os meios adquirir o im�vel e transform�-lo em bem p�blico, mas a m� f� dos propriet�rios imperou.
Em Julho de 1990, horas ap�s ter sido finalmente desenterrado um acordo que previa a sua transforma��o em Centro de Dia para a 3.a Idade, deflagrou um misterioso inc�ndio dentro da casa, o que deitou por terra toda e qualquer hip�tese de recupera��o desta outrora bel�ssima propriedade.

AS FONTES

Falar do Vale de Santaém sem falar das suas fontes � como falar de Natal sem bacalhau.

Conhecida a n�vel nacional (e porque n�o diz�-lo, mundial!), a Fonte da Joaninha (ou Fonte das 3 bicas como � chamada pelos aut�ctones) � marco de refer�ncia para viandantes, ocasionais ou n�o, que aqui enchem os cantis para saborear as suas frescas e l�mpidas �guas durante a viagem ou no dia-a-dia. O estilo caracter�stico e o painel de azulejo alusivo � Joaninha dos Olhos Verdes tornam-no reconhec�vel at� para o visitante mais incauto.

Menos conhecida dos turistas mas de n�o menos import�ncia para os locais, a Fonte da 1 Bica imp�e-se no Largo Visconde Almeida Garrett. Embora menos medi�tica �, como a anterior, ponto de encontro, como de resto � vis�vel na fotografia.

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