Luiza Victória de Siqueira Henriques de Ayala, ou Luiza Mendes

 

pai: Capitão (Ordenança?) Bento Joaquim de Siqueira Henriques da Ayalla

mãi: Ignácia Mendes Ramos

n.: Capela de Santo Antônio, do Arraial do Tejuco, MG, Brasil, 19/set/1767.

bat.: Capela de Santo Antônio, do Arraial do Tejuco, MG, Brasil, 05/out/1767, sendo padrinhos o Capitão José Antônio Teixeira de Mello e Caetana Maria da Silva, mulher de João Teixeira da Costa (justificação de batizado feita no Arraial do Tejuco, MG, Brasil, em 06/mar/1802, por ordem do Promotor, Padre Alexandre Farnezi da Paixão).

f.: Serro, MG, Brasil, 24/ago/1847, com solene testamento (registro de óbito não encontrado).

sep.: Serro, MG, Brasil, 24/ago/1847 [?], em sepultura ignorada.

c.: ["por Contracto de Arras" e "in facie Eclesiae" ("a face da Igreja") e "em perigo de Morte"] Vila do Príncipe, MG, Brasil, ±1822 (registro de casamento não encontrado; consta "por Contracto de Arras", no Testamento de Luiza Victória de Siqueira Henriques e "in facie Eclesiae" no Testamento de Carlos Pereira de Sá (filho)).

c.c.: Capitão (Ordenança) Carlos Pereira de Sá (filho) (n. Vila do Príncipe, MG, Brasil, ±1762; bat. Vila do Príncipe, MG, Brasil, ±1762; f. Vila do Príncipe, MG, Brasil, 25/nov/1822, com solene testamento), filho de Carlos Pereira de Sá (pai) e de Lucianna Ribeiro de Magalhães.

escolaridade/formação: Teria as "Primeiras Letras".

profissão/atividades: Tornou-se uma importante Senhora de Engenho da Vila do Príncipe, MG, Brasil, no final do século XVIII e primeira metade do século XIX, com sua Fazenda de "Santa Anna dos Guanhães", no distrito de São Sebastião dos Correntes, Vila do Príncipe, MG, Brasil, hoje cidade de Sabinópolis, MG, Brasil, a qual dispunha boas intalações e de cerca de 60 escravos. Muito provavelmente, essa fazenda terá sido herança de Lucianna Ribeiro de Magalhães, outra importante Senhora de Engenho da Vila do Príncipe, MG, Brasil, do último quartel do século XVIII, para o filho Carlos Pereira de Sá (filho), o qual, em virtude do contrato de casamento por arras, dotou a mulher com essa propriedade e mais a casa na Rua de Cima da Matriz, na antiga Vila do Príncipe, MG, Brasil, depois Rua Dr. Simão da Cunha e hoje Rua Dr. Luiz Advíncula Reis, da atual cidade do Serro, MG, Brasil, um sobrado que mais tarde seria herdado pela filha dela Ignez Lidora e passada para o filho médico desta morar, ficando por isso conhecida como "Casa do Dr. Simão da Cunha", embora este nunca tenha sido proprietário dela, porque faleceu prematuramente em 1862 e a mãe dele sobreviveu até 1881. A fazenda de Lucianna Ribeiro de Magalhães, que certamente foi uma herança deixada pelo marido Carlos Pereira de Sá (pai), ela administrou desde 1774, ou mesmo alguns anos antes, até 1796. A partir de 1797, o nome de Lucianna Ribeiro de Magalhães não mais aparece no rol dos Senhores de Engenho da Vila do Príncipe, MG, Brasil, e sim o da nora dela, Luiza Victória, fazendo-nos supor que esta tenha sucedido àquela na administração da mesma fazenda. O nome de Luiza Victória se encontra nas relações de pagamentos de impostos desde 1797 até pelo menos o ano de 1824. No início só produzia aguardente esporadicamente, como o fez no segundo semestre de 1804, quando produziu 15 barris de 8 canadas, num total de 120 canadas, e pagou de "subsídio litertário" 1$200 r.s, ou como no segundo semestre de 1805, quando produziu 20 barris de 8 canadas, num total de 160 canadas, e pagou de "subsídio literário" 1$600 r.s, à razão de $010 por canada. Pode ter produzido em outros anos, de 1806 até 1814, mas não temos registro. Durante 10 anos seguidos, no período de 1815 a 1824 ela pagou anualmente 1$200 r.s, à vista, de imposto sobre a produção de aguardente, isso é, manteve uma produção anual estável de 15 barris de 8 canadas. Essa produção pode ter continuado, de 1825 até pelo menos próximo ao falecimento dela, em 1847, mas não dispomos de registros. No Censo de São Sebastião dos Correntes, MG, Brasil, de 1838, foi qualificada como "D. Luiza Vitoria Henrique de Siqueira Ayala, [qualidade=] br.ca [=branca], [estado=] Viuva, [vida=] lavrad. [=lavradora], [idade=] 70 [anos], sabe ler". No Censo do Serro, MG, Brasil, de 1838, foi qualificada como "Luiza Victoria, sabe [ler e escrever], [idade=] 65 [anos], [qualidade=] Branca, [estado=] Viuva, [emprego=] Cultura".

religião/confrarias: Era católica apostólica romana. Ingressou na Irmandade de N. Sra. das Mercês e São Benedito, da Vila do Príncipe, MG, Brasil, em 21/set/1795, na mesma data em que também o fazia sua mãe, Ignácia Mendes Ramos, constando no registro a data incompleta do falecimento dela, ??/agosto/1847, onde foi eleita como Juíza, para o exercício 1806/1807, e Irmã de Mesa, para 1818/1819 e para 1843/1844.

escravos: Entre os anos de 1794 e até mesmo depois de sua morte, ocorrida em 1847, até o ano de 1852, encontram-se pelo menos 74 referências a escravos dela ou do seu espólio, sendo 35 em registros de nascimento e batizado e 28 em registros de óbitos. Estima-se que chegou a ter cerca de uns 70 escravos, distribuidos entre a fazenda e sua casa. Doou, em vida, um primeiro escravo a sua filha Ignez Lidora, em 20/abr/1802, quando foi batizada "... Luiza filha natural de Fabianna cabra escrava de Dona Luiza Victoria Henrique de Siqueira cuja cria a dita Senhora mandou Baptizar por Captiva de Ignez que foi exposta em casa do Reverendo Francisco de Salles Pereira ..." e dois escravos a Demétrio, o primeiro em 13/abr/1803, o escravo "... Joaq.m f.o natural de Valeria cabra escrava ...", quando Luiza Victória "... determinou q' a d.a criança fosse baptizada por escravo de hum engeitado que tem em sua companhia por nome Demetrio ...", e outro escravo em 17/dez/1810, quando foi batizado "... Gaspar filho natural de Valeriana Cabra escrava de Dona Luisa Victoria de Siqueira ..." ... "... e se mandou declarar que o mencionado Gaspar inosente ficava pertencendo ao Capitão Demetrio Fidelis de Queiros ...". No Censo de São Sebastião dos Correntes, MG, Brasil, de 1838, sua Fazenda tinha 60 escravos. No Censo do Serro, MG, Brasil, de 1838, em sua casa, havia apenas um (1) único escravo, Gaspar Cabra (25), que ela havia doado ao filho Demétrio, enquanto na casa de sua filha Ignez Lidora Rosa, havia três (3) escravos que a mãe lhe havia doado em vida: Maria Cabra (50), Silvana Parda (30) e Tibúrcio Cabra (30). No seu inventário de bens "post-mortem", foram contados cerca de 57 escravos, dos quais dois (2) faleceram, sendo que o filho Demétrio já havia recebido quatro (4) e a filha Ignez Lidora já havia recebido cinco (5), como dote. No total, Demétrio herdou 20 escravos, enquanto Ignez Lidora herdou 21 escravos. Outros 14 foram para a Terça.

diversos: Foi testamenteira do marido e cumpriu todas as determinações dele, com relação a esmolas para as Irmandades Religiosas: em 1822/1823, pagou esmola e dívida de Carlos Pereira de Sá (filho), à Ordem Terceira de N. Sra. do Monte do Carmo, da Vila do Príncipe, MG, Brasil, em 01/jan/1847, entregou 150$000 réis, parte da verba testamentária de 200$000 réis, deixada por Carlos Pereira de Sá (filho), para pagamento de sua jóia de Provedor, da Irmandade do Santíssimo Sacramento, do Serro, MG, Brasil, tendo o restante, 50$000 réis, sido pago em madeiras com que foi construído o Altar do Senhor dos Passos da Matriz.

residência: Morou no Arraial do Tejuco, MG, Brasil, em sua infância e adolescência, e, depois de casada, durante alguns anos, na Fazenda de Santa Anna dos Guanhães, em São Sebastião dos Correntes, MG, Brasil, mas depois passou a residir na sua casa, nº 18, Lado Direito, da Rua de Cima da Matriz, no Serro, MG, Brasil, onde findou seus dias. No Censo de São Sebastião dos Correntes, MG, Brasil, de 1838, onde tinha sua Fazenda, constava que ela "assiste perm.e na Cid.e do Serro", isso é, morava permanentemente na cidade do Serro, MG, Brasil.

filhos: (2): Demétrio Fidelis Pereira de Queirós (pai) e Ignez Lidora Rosa de Queirós (sobrinha). Tinha também uma filha adotiva, "exposta" (enjeitada) em sua casa (1): Eufêmia Henriques de Siqueira Ayala.

 
Catedral de Santo Antônio, da atual cidade da Diamantina, MG, Brasil, que foi construída no local da antiga Capela de Santo Antônio, do Arraial do Tejuco, MG, Brasil, onde, no dia 19/set/1767, nasceu, e no dia 05/out/1767, foi batizada Luiza Victória de Siqueira Henriques de Ayala, sendo padrinhos o Capitão José Antônio Teixeira de Mello e Caetana Maria da Silva, mulher de João Teixeira da Costa (justificação de batizado feita no Arraial do Tejuco, MG, Brasil, em 06/mar/1802, por ordem do Promotor, Padre Alexandre Farnezi da Paixão) - Fotógrafo: ? - Arquivo: APM, Arquivo Público Mineiro, Belo Horizonte, MG, Brasil, foto n.° MM-139 - copyright © 2005, APM, Arquivo Público Mineiro, Belo Horizonte, MG, Brasil - Só é permitida a reprodução com a autorização do dono da imagem.   Capela do Senhor Bom Jesus do Matozinhos, do Serro, MG, Brasil, que sediava a Irmandade de N. Sra. das Mercês e São Benedito, da antiga Vila do Príncipe, Comarca do Serro do Frio, MG, Brasil, na qual Luiza Victória de Siqueira Henriques de Ayala ingressou como "irmã de compromisso", em 21/set/1795, mesma data em que também o fazia sua mãe Ignácia Mendes Ramos, e onde foi eleita Juíza, para o exercício 1806/1807, e Irmã de Mesa, para 1818/1819 e para 1843/1844. Existe portanto alguma possibilidade de que ela tenha sido sepultada nessa Capela, quando faleceu em 24/ago/1847 - Fotógrafo: Edmo Luiz da Cunha Pereira, ano 2000 - Por gentileza de Edmo Luiz da Cunha Pereira - copyright: © 2000, 2005, Edmo Luiz da Cunha Pereira - Só é permitida a reprodução com a autorização do dono da imagem.
 

 

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