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ACUPUNTURA - P�gina 2



Teorias do Mecanismo Fisiol�gico da Acupuntura

A teoria da Medicina Chinesa � totalmente baseada no conceito da circula��o do Chi e da sua polaridade em Yin e Yang, e tamb�m na teria dos Cinco Elementos (veja esses itens lincados para maior refer�ncia). Para eles, a cura se d� quando se restabelece o equil�brio das energias Yin e Yang, atrav�s da perfura��o da pele em certos pontos, o que estimula ou diminui a corrente de energia. De acordo com os princ�pios da Medicina Chinesa, as aplica��es proporcionam o equil�brio harm�nico de energia e sangue entre os meridianos e os �rg�os correspondentes. Segundo as explana��es da Medicina Moderna, o est�mulo feito pelas agulhas nos locais em que existam terminais nervosos gera impulsos el�tricos que ativam a libera��o de subst�ncias neurotransmissoras do Sistema Nervoso Central, modulando as fun��es f�sicas e ps�quicas.

Muitos conceitos de doen�as em Acupuntura s�o baseados na concep��o da Medicina Antiga, e as explica��es das evolu��es das doen�as eram feitas sob influ�ncias de filosofias, cren�as religiosas ou, inclusive, dados emp�ricos. Os chineses antigos achavam que as emo��es est�o ligadas � fun��o do f�gado. Portanto, as doen�as ligadas aos problemas emocionais eram chamadas de doen�as de f�gado, como por exemplo: enxaqueca, gastrite ou colite. E, como os rins ficam ao lado da coluna lombar, ent�o, as doen�as de coluna est�o intimamente ligadas ao dist�rbio de rins conforme a concep��o antiga. Sabemos hoje que esses conceitos n�o s�o verdadeiros e muitas vezes confundidos ou mal interpretados; por isso, h� necessidade de evitar o uso dessa linguagem antiga, e os termos cient�ficos m�dicos devem ser adotados.

Atualmente, ainda persiste uma liga��o entre essa linguagem e os conhecimentos m�dicos, por�m, ao associar-se a Acupuntura aos conhecimentos m�dicos modernos, muitos conceitos foram eliminados, tais como a id�ia de que o ponto de Acupuntura � o lugar que tem muito Chi (energia vital), ou de que a noite � Yin, de maneira que n�o se pode comer verdura � noite, porque verduras tamb�m s�o Yin, e Yin com Yin pode causar dor. Um outro exemplo vem do fato de a cor verde representar falta de sangue, e alguns acupunturistas interpretam a cor verde na palma da m�o como se fosse o ind�cio de enfarte do cora��o.

A pulsologia, ou seja, o exame do pulso do paciente, era, antigamente, uma t�cnica importante de diagn�stico: palpando-se a art�ria radial do pulso, seria poss�vel diagnosticar qualquer doen�a. Por�m, ap�s pesquisas cient�ficas no Jap�o e na China, demonstrou-se que a confiabilidade do diagn�stico por essa t�cnica estava em torno de 20%, percentual muito baixo para ser valorizado. Atualmente, � utilizada para avaliar a freq��ncia, ritmo e quantidade do pulso, como a avalia��o feita por qualquer m�dico. Os tr�s dedos usados no passado para determinar enfermidade pelo sentimento da pulsa��o est�o sendo substitu�dos por reatores de press�o. O reator de press�o converte varia��es na press�o de pulsa��o em ondas eletromagn�ticas e as registra em uma tela. Estes dados s�o analisados ent�o por um computador.

Evid�ncias cient�ficas acumulam-se acerca da efic�cia da Acupuntura, e a intimidade de seu mecanismo de a��o est� sendo pesquisada em muitos centros m�dicos do mundo, incluindo Escolas M�dicas e Hospitais Universit�rios na China. No Brasil, a Acupuntura foi recentemente considerada uma especialidade m�dica pelo conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associa��o M�dica Brasileira (AMB), tendo sido realizado, em outubro de 1999, o primeiro concurso para o T�tulo de Especialista em Acupuntura, no qual mais de 800 m�dicos foram aprovados.

Foi sugerido por alguns autores, que a efic�cia deste m�todo terap�utico seria decorrente de efeito placebo, efeito de contra irrita��o, sugest�o ou hipnose. Mas, apesar das controv�rsias, a Acupuntura produz eleva��o do limiar de dor em animais de experimenta��o, menos sens�veis �s influ�ncias emocionais do que o ser humano. estudos cl�nicos controlados demonstram que a Acupuntura contribui para aliviar a dor cr�nica em 55-85% dos pacientes, enquanto que o placebo beneficia apenas 30-35% dos casos.

Opi�ides s�o liberados durante Acupuntura e a administra��o pr�via de naloxona (droga bloqueadora que reverte os efeitos da hero�na, morfina e de outras drogas semelhantes) anula o efeito da Acupuntura; por�m se a esta t�cnica for realizada previamente � administra��o de naloxona n�o h� bloqueio do seu efeito. Al�m disto observou-se aumento da concentra��o de endorfinas e tamb�m de serotonina no l�quido cefaloraquidiano de doentes submetidos � Acupuntura. Infelizmente essa teoria aparentemente elegante da endorfina sofre um golpe a mais quando verificamos que o al�vio da dor atrav�s da Acupuntura � quase instant�neo. � dif�cil atribuir este efeito � produ��o de endorfinas no c�rebro porque as pesquisas mostram que os n�veis s� aumentam significativamente cerca de 20 min ap�s a introdu��o das agulhas. Portanto, � evidente que existe algum outro mecanismo desconhecido envolvido.

O impulso necess�rio para a a��o da Acupuntura origina-se no ponto de introdu��o das agulhas, uma vez que o efeito produzido por este m�todo � bloqueado pela anestesia local ou regional. A estimula��o das fibras do tipo II, que veiculam a sensibilidade proprioceptiva em nervos perif�ricos, parece ser necess�ria para que o �ndice de sucesso da Acupuntura seja elevado. Estas fibras s�o discriminativas e podem interferir nos sistemas supressores de dor. Raz�o pela qual aplicando-se a Acupuntura durante um tempo maior, obt�m-se analgesia mais intensa e prolonga-se a dura��o dos seus efeitos, que n�o cessam com a interrup��o do est�mulo. Esta observa��o refor�a a possibilidade da participa��o de neuro-transmissores no seu mecanismo de a��o.

Um dos aspectos mais intrigantes sobre os mecanismos de a��o da Acupuntura � a exist�ncia dos numerosos pontos descritos para introdu��o de agulhas (pontos localizados nos meridianos), �s vezes situado em segmentos do corpo distantes do local da dor. Muitos dos pontos meridionais de Acupuntura coincidem com os dermat�meros onde a dor est� sediada, localizando-se em regi�es ricamente inervadas e onde h� grande concentra��o de ponto-gatilho. Cerca de 71% e 80% dos pontos de Acupuntura correspondem aos pontos-gatilho, ou a pontos motores dos m�sculos esquel�ticos.

Apesar da controv�rsia, recomenda-se que a estimula��o seja realizada em pontos localizados nos dermat�meros onde a dor se localiza ou em pontos onde a resist�ncia el�trica da pele est� reduzida, e n�o necessariamente nos pontos cl�ssicos dos meridianos orientais.

A melhora da dor, quando da aplica��o de est�mulos da Acupuntura em pontos distantes dos dermat�meros referidos, � explicada pela dispers�o e converg�ncia das informa��es nociceptivas no sistema nervoso central e pelo mecanismo de influ�ncias rec�procas, que ocorre entre os centros medulares da nocicep��o. Assim, nos n�cleos da forma��o reticular do tronco encef�lico, as c�lulas apresentam amplos campos receptivos, propiciando a converg�ncia de informa��es de v�rias origens em �nico corpo celular.

Os pontos de Acupuntura correspondem a regi�es do tegumento cuja resist�ncia el�trica � baixa. A localiza��o dos pontos pode ser feita pela sensibilidade manual ou atrav�s do uso de aparelho eletr�nico espec�fico para esta finalidade. Antes da inven��o deste aparelho, havia uma certa dificuldade em explicarmos aos n�o acupuntores a exist�ncia dos pontos, pois inevitavelmente surgia a quest�o: n�o vejo, n�o sinto, n�o me�o, logo n�o existe. Por�m com a inven��o destes aparelhos, h� alguns anos, ficou mais f�cil provar a exist�ncia, pois hoje � poss�vel medir.

A pr�pria Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) lhe concede o aval e encoraja o seu uso pelos pa�ses membros, tendo dedicado ao tema, em 1979, uma edi��o inteira da revista "Sa�de no Mundo". Dos 1500 acupontos espalhados pelo corpo, a OMS comprova a efic�cia de 360.

Finalizamos esta se��o com um resumo de uma reportagem da Revista "SuperInteressante" [CAPA: Acupuntura funciona, sim - Reportagem: "Liga��o direta", p�g 27 - por Denis Russo Burgierman - ano 13, fevereiro 1999]:


"O pesquisador espeta a lateral do p� do volunt�rio e gira a agulha devagar. Na tela do computador [teste de resson�ncia magn�tica], onde se v� a imagem do c�rebro do paciente, acende-se uma �rea, sinal de que ela entrou em atividade. S� que o campo iluminado n�o rege o movimento dos p�s nem processa a dorzinha da picada: trata-se da parte do c�rtex que controla a vis�o. E, n�o por acaso, o local perfurado � aquele que os chineses chamam de kuang ming (clareza da luz), usado para curar doen�as dos olhos [que faz parte do meridiano da bexiga., que sai do p� e vai at� o canto interno dos olhos].

Foi assim que o f�sico Zang-Hee Cho, da Universidade da Calif�rnia, comprovou que certos pontos na pele est�o de fato ligados a �rg�os internos, como se sabe no Oriente h� cinco mil�nios. A pesquisa, realizada em 1998 pela equipe do coreano Cho...".

"Quando foi conferir os resultados dos experimentos, Cho notou uma coisa estranha. Alguns volunt�rios reagiam ao espet�o com uma subida no fluxo sangu�neo. Em outros ele baixava. "Achei que era um erro e repeti a experi�ncia. Mas aconteceu o mesmo", conta ele. Foi a� que um dos acupunturistas envolvidos na pesquisa matou a charada. "Yin e yang", disse ele, apontou entre os doze volunt�rios que era o qu�."

"H� pessoas yin, tranq�ilas como o pr�prio Cho, e outras yang, agitadas. J� que a terapia age compensando as defici�ncias de cada paciente, ela aumenta a velocidade com que o sangue flui nos yin e baixa a dos yang".


A pesquisa em Acupuntura � importante n�o apenas para elucidar os fen�menos associados ao seu mecanismo de a��o, mas tamb�m pelo potencial para explorar novos caminhos na fisiologia humana ainda n�o examinados de maneira sistem�tica.

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Origem da Acupuntura

A Acupuntura nasceu no vale do rio Amarelo, nas costas setentrionais do mar da China, Diz a lenda que um soldado chin�s, h� cerca de 5000 ano,s foi ferido no tornozelo durante uma guerra contra os mong�is. O agressor n�o o matou, mas fez algo bem mais importante: realizou a primeira aplica��o de Acupuntura. Ele acertou o ponto anest�sico e curou uma enxaqueca que atormentava o advers�rio. Segundo esta narrativa, os 12 meridianos teriam sido tra�ados a partir desse primeiro acuponto. Espetando-o com uma agulha, o paciente sente um choque que vai at� outro ponto. Estimulando-se esse segundo, o choque leva ao terceiro, e assim por diante.� assim que os chineses narram o surgimento da sua medicina.

Todavia, N�o h� ind�cios de Acupuntura terap�utica no sentido real antes de 168 a.C. Em 1973 v�rios textos m�dicos foram encontrados nos t�mulos de Ma Wan Dui em Changsha, na prov�ncia de Hu Nan, sul da China. Estes manuscritos foram compilados no ano de 168 a.C., ou seja, no s�culo II antes da nossa Era, na dinastia Han. Os textos de Ma Wan Dui s�o impressionantes devido ao amplo n�mero de t�cnicas registradas e recomendadas, incluindo: feiti�os e rituais m�gicos, pr�ticas sexuais, plantas medicinais, exerc�cios f�sicos, massagem, moxabust�o, ventosas, banhos e fumiga��es, uso de pedras pontudas para abrir abscessos e pressionar hemorr�idas. Mas em nenhum momento o texto fala em inser��o de agulhas ou acupontos, por�m existe refer�ncia a onze meridianos que teriam o seu conte�do estimulado pela aplica��o de moxabust�o sobre a pele.

Atrav�s dos manuscritos de Ma Wan Dui observamos que a Acupuntura era desconhecida em 168 a.C., pois todas as outras t�cnicas e os meridianos s�o comentados neste texto. A primeira descri��o hist�rica da Acupuntura como terap�utica � feita pela primeira vez na literatura chinesa por Su Ma Ch'ien, historiador chin�s, em seu trabalho Shih-chi, em 90 a.C. Neste trabalho ele descreve a defesa de um m�dico do s�culo II a.C. da sua pr�tica de Acupuntura ao promover o fluxo de Chi pela inser��o das agulhas na pele.

Podemos concluir que a Acupuntura, dentro do paradigma da Medicina Chinesa de correspond�ncia-sistem�tica, s� surgiu na literatura antiga no s�culo II a.C. atrav�s do Shih-chi de Ssu-ma Ch'ien e do Cl�ssico de Medicina Interna do Imperador Amarelo (Huang Ti Nei Ching). Ent�o aquela tradicional afirma��o que n�s ouvimos muitas vezes de que "a Acupuntura Chinesa possui 5000 anos de hist�ria" n�o pode ser referendada pela literatura. Nos documentos que chegaram aos nossos dias podemos afirmar que a Acupuntura Chinesa possui uma tradi��o de 2200 anos, o resto � mitos e lendas sem qualquer respaldo na literatura chinesa. Nenhuma fonte chinesa anterior ao Shih-chi (90 a.C.) cont�m qualquer refer�ncia � t�cnica.

Durante a era Chou H� o surgimento de uma forma rudimentar de Acupuntura, onde agulhas sob a forma das espadas dos exorcistas eram inseridas ou pressionadas sobre treze pontos determinados da superf�cie da pele, para tratar as doen�as causadas pelos dem�nios. Esta forma de acupuntura n�o teria como objetivo tratar as doen�as em si, e sim, expulsar e combater os dem�nios.

Para alguns historiadores, as agulhas de Acupuntura seriam o resultado da evolu��o das lancetas usadas para perfurar bolhas ou p�stulas. Para outros, a pr�tica da Acupuntura teria se iniciado a partir da experi�ncia corriqueira de massagearmos o local dolorido para fazer passar a dor. De qualquer maneira, as evid�ncias arqueol�gicas n�o nos permitem ter certeza quanto ao processo de forma��o do corpo de conhecimentos da Acupuntura.

Da China, ela se espalhou por v�rios pa�ses da �sia, adquirindo caracter�sticas peculiares � cultura da regi�o onde se estabelecia. Foi introduzida na Cor�ia no s�culo VI, chegando ao Jap�o no mesmo per�odo, quando um monge chamado Zhi Cong viajou para leste pelo mar, levando consigo o Mingtangtu (Illustrated Manual of Channels, Collaterals and Acupuncture Points). No Jap�o, por exemplo, as agulhas s�o mais finas, se d� mais aten��o � palpa��o do abd�men, mas os princ�pios b�sicos de diagn�stico e tratamento s�o sempre os mesmos.

O primeiro texto m�dico conhecido e ainda utilizado pela Medicina Tradicional Chinesa � o Tratado de Medicina Interna do Imperador Amarelo (Nei Ching Su Wen), escrito na forma de di�logo entre o lend�rio Imperador Amarelo (Hwang-Ti) e seu ministro, Qi Bha, sobre os assuntos da medicina, segundo alguns autores durante a Dinastia Chou (1122 - 256 a.C.). Sup�e-se que tenha sido escrito por muitos m�dicos, cuja autoria fora atribu�da ao legend�rio Imperador Huang Di (o Imperador Amarelo), que teria sido compilado entre o s�culo II e I a.C, na dinastia Han.

Esse livro cont�m toda base filos�fica, ci�ncia do diagn�stico e tratamento por meio de agulhas e moxa. Quase todas obras posteriores foram inspiradas nesse livro. O Nei Ching j� descrevia a circula��o do sangue "... o sangue circula pelos vasos, como num c�rculo, e jamais para durante a vida, o cora��o regulariza o curso do sangue no corpo..." o Ocidente s� descobriu isto em 1619, por Sir Willian Harvey, ou seja, centenas de anos ap�s. Este � apenas um exemplo entre in�meros, para mostrar como a Medicina Chinesa sempre foi t�o avan�ada, mesmo a mil�nios atr�s.

O Nei Ching s� seria completado 1.500 anos depois, reunindo 34 livros. Grande parte da Medicina Chinesa se baseia ainda hoje nesses livros. Mas Outros textos cl�ssicos surgiram posteriormente, entre eles a Discuss�o das Doen�as Causadas pelo Frio, O Cl�ssico sobre o Pulso, O Cl�ssico das Dificuldades (Nan Ching) e o Cl�ssico sobre Sistematiza��o da Acupuntura e Moxa. O "Nei Ching" traz a primeira sistematiza��o de todos os conceitos de sa�de existentes no final da era dos "Estados em Guerra" e in�cio da era Han. Surgem os pontos como locais de est�mulo, os doze canais e a associa��o entre canais e �rg�os. � um livro algumas vezes contradit�rio, possivelmente escrito por v�rios autores de �pocas diversas, e que engloba conceitos antag�nicos, bem ao modo sincr�tico da cultura chinesa.

Foram descobertos recentemente nas tumbas encontradas em Ma Wang Tui livros que descrevem onze canais separados, cada um associado a uma gama de sintomas espec�ficos, sem refer�ncia a pontos de Acupuntura. N�o se explicita nestes livros que tipo de circula��o haveria, ou se haveria tal circula��o, e somente quatro destes canais s�o associados aos �rg�os. O tratamento seria efetuado atrav�s da queima de l� de Artem�sia, ou "moxa", ou pela pun��o de abscessos feita com pedras pontiagudas.

Posteriormente o "Nan Ching" refina a Medicina de Correspond�ncia Sistem�tica, definindo as regras e procedimentos que seriam utilizados pela Acupuntura at� os nossos dias. Somente na era Song surge outra obra importante, o "Da Cheng", que re�ne a experi�ncia pr�tica de Acupuntura existente nesta �poca. O "Nan Ching" foi um pouco esquecido como refer�ncia b�sica nos s�culos seguintes, a vis�o sincr�tica e controversa do "Nei Ching" se estabelecendo como a principal, inclusive tendo sido a que primeiro se conheceu no Ocidente.

Dinastia Tang (618-907 d.C.). - S�o dessa �poca os modelos esculpidos em bronze, de tamanho natural, sobre os quais figuravam a localiza��o de 657 pontos e de meridianos, tais como eles s�o conhecidos hoje. As est�tuas eram utilizadas no ensino da Acupuntura, e o modo como o estudante aprendia a localiza��o exata dos pontos nos d� uma id�ia da qualidade do aprendizado. As est�tuas cheias d'�gua tinham os pontos recobertos por uma camada de argila, o que obrigava o estudante a encontrar o ponto sem qualquer hesita��o.



Est�tua de bronze

Na dinastia Sung (960 - 1279) o Rei Sung Ien Tsung foi curado pela Acupuntura e passou a dar-lhe grande import�ncia. Ordenou a um m�dico famoso, Wang Wei Yi, organizar escritos sobre o assunto, bem como mapas e diagramas dos meridianos. Instituiu a primeira escola de Acupuntura.

Na dinastia Ming (1368 - 1643 d.C.) foi publicado o Zhen Jiu Da Cheng (Grande Perfei��o das Agulhas e da Moxa) escrito por Yang Izhou, que fornece resumos de todas as obras conhecidas, desde o Nei Ching at� seu aparecimento.

Durante a dinastia Tsing (1644-1911), a Acupuntura tem restringida sua import�ncia como m�todo de tratamento. Dominada pelos Manch�s, a China sofre grande influ�ncia do ocidente, e a Medicina Chinesa passa por um longo per�odo de estagna��o. Ao final da dinastia, a Acupuntura deixa de ser ensinada oficialmente, e seu exerc�cio � proibido, ao mesmo tempo em que a medicina ocidental � gradualmente introduzida no pa�s.

Em 1912, sob influ�ncia dos ingleses, a China baniu as terapias tradicionais. A medicina ocidental provou sua efici�ncia em assuntos como epidemia e opera��es cir�rgicas, o que atra�a os estudantes. As escolas de medicina tradicional foram aos poucos, sendo abandonadas, e ap�s a revolu��o de 1912 s� restavam oito. Os grandes laborat�rios ingleses estavam chegando � �sia e queriam introduzir seus produtos � for�a. O resultado foi desastroso: em 1949, havia s� 40 000 m�dicos para atender 500 milh�es de habitantes.

Naquele ano, Mao Tse-tung (1893-1976) liderou a revolu��o comunista. De 1945 a 1949 ocorreram lutas entre as duas for�as que disputavam o poder pol�tico: Chiang Kai Shek (revolucion�rio) e Mao Tse Tung (comunista). Em primeiro de outubro de 1949 foi proclamada a Rep�blica Popular da China sob a lideran�a de Mao Ts�. Quando, por decreto, o governo oficializou a Medicina Chinesa, colocando-a em p� de igualdade com a Medicina Ocidental. Um de seus primeiros atos foi reabilitar os terapeutas at� ent�o ilegais, transformando-os em agentes de sa�de. Mao tamb�m criou faculdades e institutos de pesquisa do m�todo tradicional, al�m de um sistema que integra as duas medicinas, no qual os pacientes podem escolher a sua preferida. O decreto pretendia, al�m do mais, promover uma s�ntese das duas medicinas, e, para tanto, o governo solicitou a colabora��o dos m�dicos e o trabalho de investiga��o cl�nica e experimental do pessoal formado nas escolas ocidentais. Desde ent�o, a Acupuntura apresentou um desenvolvimento sem precedentes na China. O interc�mbio com a medicina ocidental e o in�cio de pesquisas cientificamente conduzidas, n�o s� permitiram o aporte de novos conhecimentos acerca do modo de a��o da Acupuntura, como tamb�m deram um novo impulso ao estudo e � utiliza��o da Acupuntura fora do pa�s.

Em 1958 come�ou-se a praticar analgesia por Acupuntura. Realizou-se a primeira amigdalectomia sob analgesia com sucesso. O m�todo estendeu-se para cirurgias bucais, tireoidectomia, herniorrafia, remo��o de tumores cerebrais, cirurgias de t�rax, abdomem, pelvis e extremidades.

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A Acupuntura no Ocidente

Not�cias sobre uma forma ex�tica de medicina praticada pelos chineses j� chegavam ao Ocidente desde 1255, com a "Viagem � Terra dos Mong�is", de William de Rubruk. Padres jesu�tas portugueses, ao viverem longos per�odos no Jap�o a partir do s�culo 16, puderam conhecer mais detalhes da forma japonesa de praticar a medicina chinesa.

As primeiras informa��es acerca da Acupuntura foram trazidas � Europa em meados do s�culo XVII, por jesu�tas e viajantes procedentes do Extremo Oriente. Na verdade, foram os mission�rios jesu�tas que cunharam o termo "Acupuntura", a partir do latim. Dentre os monges cat�licos, merece destaque o padre Hervieu, que publicou em 1671, em Grenoble, o primeiro tratado sobre a mat�ria, intitulado "Les Secrets de la M�decine des Chinois".

No s�culo 17 come�aram os relatos m�dicos propriamente ditos, feitos por m�dicos ocidentais que viveram na �sia, como Jakob de Bondt, Buschof, Willem ten Rhijne, Engelbert Kaempfer. Houve ent�o um per�odo de enorme interesse pela Acupuntura, que j� havia passado quando Dabry de Thiersant publicou em 1863 "A Medicina dos Chineses", citando inclusive trechos do "Da Cheng". Talvez por causa da presen�a francesa na Indochina, somente na Fran�a ainda encontrar�amos algum interesse espor�dico em Acupuntura, at� que Souli� de Morant publicou "A Acupuntura Chinesa". Souli� de Morant tentou despertar o interesse m�dico pela Acupuntura, por�m o fato de n�o ser m�dico contribuiu para uma rea��o negativa por parte da comunidade cient�fica da �poca.

Alguns dos termos empregados por ele, como "energia", "meridianos", permanecem em uso at� hoje em algumas escolas ocidentais de Acupuntura. Depois, surgem os trabalhos de Chamfrault, e Niboyet, m�dicos franceses pioneiros, al�m de Nguyen van Nghi, m�dico vietnamita que vive na Fran�a.

O interesse da comunidade m�dica foi finalmente aceso quando houve a not�cia de que o jornalista americano James Reston foi tratado com Acupuntura, e de que na China a Acupuntura era usada como analgesia em cirurgias. V�rias cl�nicas de dor cr�nica passaram a us�-la como terapia, e com o despertar do movimento alternativo, mais e mais m�dicos passaram a se interessar por ela.

No in�cio dos anos 70, logo ap�s a viagem do presidente Nixon � China, a Acupuntura apresentou um grande impulso, passando a ter apoio de publica��es de prest�gio e de pesquisadores importantes. Tal fato coincidiu com o testemunho de jornalistas e membros da miss�o diplom�tica americana � China, que presenciaram cirurgias realizadas em hospitais de Pequim sem qualquer tipo de anestesia convencional e sem dor. Parece ter sido tamb�m motivado pela descoberta dos opi�ides end�genos, que, logo depois, revolucionou a neurofisiologia da dor e lan�ou novas luzes sobre os mecanismos analg�sicos da Acupuntura. Considera-se tamb�m o artigo do jornalista James Reston, publicado em 1971, que descrevia o efeito da Acupuntura nas suas dores p�s-operat�rias depois de submetido a uma apendicectomia de emerg�ncia, quando acompanhava a equipe norte-americana de t�nis de mesa. A partir de ent�o, ocorreu um grande interesse pelo seu estudo nos Estados Unidos, o que tem feito o pa�s assumir uma posi��o de destaque na pesquisa cient�fica da Acupuntura.

Sendo o Brasil um pa�s de imigra��o, foram trazidas do exterior para c�, tamb�m, diversas t�cnicas de Acupuntura: chinesas, japonesas, alem�s, francesas, vietnamitas etc. Provavelmente, a t�cnica japonesa � a mais antiga no Brasil, embora a linha chinesa tenha mais divulga��o e difus�o entre os m�dicos.


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