Há cerca de 6 mil anos, o mar começou a subir
, até atingir o nível que esta hoje. Desde essa época, o litoral do Brasil atual, entre
o Espiríto Santo e o Rio Grande do Sul, começou a ser ocupado por povos que viviam dos
recursos que o mar oferecia.
Embora também caçassem pequenos animais e coletassem
alimentos vegetais, como coquinhos, a dieta principal desses habitantes era constituídas
por peixes e, sobretudo, por vários tipos de moluscos, como ostras, mexilhões,
berbigões e outros, que ainda são comuns em nossas praias.
Esses povos do litoral
estavam separados dos povos do interior pela " serra do mar"( escarpas do planalto ) e
desenvolveram, pouco a pouco, uma cultura própria e original.
Aqui na Ilha de Santo Amaro
foram localizados os seguintes sambaquis(*); Buracão, Mar Casado, Maratuá, Ilha de Santo Amaro I, Ilha de Santo
Amaro II, Ilha de Santo Amaro III.
O Homem de Maratuá é o mais antigo habitante de São Paulo até agora conhecido. Ele viveu em uma pequena ilha guarujaense,
há cerca de oito mil anos, e era antropófago. É o
que consta em estudo feito na década de 50 pelo Departamento de
Geografia da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo
( USP).
O estudo da USP afirma que os sambaquis de Maratuá,
Mar Casado e Buracão estavam em pequenas ilhas separadas por braços
de mar provavelmente habitados por tribos segregadas e hostis. Em Maratuá,
foram encontradas agulhas, indicativo que o homem primitivo usava linha,
embora não se saiba o tipo de tecido utilizado. Também foram
encontrados vestígios de que era antropófago. Para a arqueóloga
Dorath Uchoa, com mais de 30 anos em pesquisas, a alimentação
do homem primitivo da região era , peixes, moluscos e caça
de médio e pequeno porte.
No Mar Casado, foram encontrados indícios
de antropofagia, com ossos humanos muito fragmentados, misturados com restos
de peixes, carvão e cinzas, com sinais de haverem sido raspados
ou mordidos.
Ainda de acordo com os pesquisadores acredita-se
que exista no Litoral Paulista cerca de 300 sambaquis, porém centenas
foram destruídos, até o século XIX eram utilizados
nas construções, foi muito utilizado na construçõ
de igrejas , tanto no litoral , quanto no interior.
Esta pesquisa mostra indícios de que
ha sete ou oito mil anos, haviam duas ilhas diferentes do chamado paleo
arquipélago santista. Essas ilhas se ligaram por sedimentação.
(*)Sambaquis : são depósitos antiquíssimos, formados por conchas e utensílios, indicativos da presença de humanos. |
Ao observar-mos a história da humanidade iremos encontrar o mundo dividido em
dois grupos , os dominadores e os dominados,grandes civilizações marcaram sua presença dominando
regiões do planeta, o império persa no ano 500 aC ,os assírios, babilônicos, egípcios e muitos outros,
como
império romano que atinge o auge da sua extensão
no ano 117 dC, é dentro deste contexto histórico de dominadores e dominados, que
Portugal e Espanha no século XV, já livres de seus dominadores disputam entre si a hegemonia pela
conquista de terras alem mar, a chegada da frota portuguesa ao Brasil( Ilha de Vera Cruz ), em 1500,
é apenas um fato dentre tantos outros integrantes do processo de expansão ultramarina dos
portugueses ao redor do planeta, para alguns historiadores estes eventos marcaram o início
da atual globalização do mundo moderno. Este fato marca o início da história de
Guarujá. Santo Amaro é venerado
desde 1545
Em janeiro de 1931,
o interventor federal em Sâo Paulo, João Alberto Lins Barros,
extinguiu a Prefeitura Sanitária, sendo que, Guarujá
foi integrado ao município de Santos, situação que
perdurou até 1934, quando pelo Decreto 1525/34 o Governador Armando
Salles de Oliveira criou a Estância Balneária de Guarujá,
em 30 de junho de 1934, nomeando o Dr. Cyro de Mello Pupo seu prefeito,
de 1934 à 1937. A partir de então
o crescimento da cidade foi contínuo, em 1923 foi distrito de paz,
em 1947 promovido a municipio ,sendo eleito como primeiro prefeito
o Sr. Abílio dos Santos Branco(também fundador do Jornal
"O Estância de Guarujá" em 25/09/49) e o Sr.
Leôncio de Camargo Filho
primeiro presidente da Câmara de Vereadores, e comarca em 1964. A beleza das praias de Guarujá
atraiu o turismo para a região. A sua orla marítima é
uma das mais valorizadas do litoral paulista.
A origem do antigo Itapema,
esta localizado num local chamado Bocaína, onde hoje situam-se as
instalações da Base Aérea de Santos, havia ali uma
colônia de pescadores e trabalhadores do porto, a partir deste pequeno
núcleo, o Itapema se expande, principalmente a partir da década
de 50, quando inicia o processo de industrialização da Baixada
e o consequente aumento da população, encarecendo o preço
dos imóveis em Santos, surgindo o Itapema como uma alternativa para
os menos favorecidos, que se instalaram no Sítio Paicará. Pela Lei 2.456/53, o governador
Lucas Nogueira Garcez, criou o distrito de Vicente de Carvalho, que abrangia
a Bocaína, o antigo Itapema e a várzea do Sítio Paecará.
Vicente de Carvalho, possui uma área de 80 Km2 ,localiza-se
à noroeste da ilha esta separado do Guarujá pelo rio
Santo Amaro. Tem um único monumento histórico, o
FORTE
DO ITAPEMA , aproveite para
vê-lo aqui, pois esta em total abandono e talves não resista
muito tempo, apagando-se um importante testemunho da História da
ilha de Santo Amaro.
A noticia do "achamento" do Brasil por Cabral, foi recebida
em Lisboa, com decepção e fastio, a nova terra não possuía metais preciosos nem especiarias.
Mas a expedição seguinte de 1501,comandada por Gonçalo Coelho, feita para reconhecer o país, nesta, escreveria o cosmógrafo Américo Vespúcio
"(...) nessa costa não vimos coisa de proveito, exceto uma infinidade de árvores de pau-brasil(...)
Em de 1502, esta expedição , ancorou, a
22 de janeiro,na costa ocidental da Ilha de Guaibê (nome indígena),
nas proximidades da Praia de Santa cruz dos Navegantes.
Chegada da Expedição Colonizadora
Pelas próximas três décadas Portugal não domonstrou interesse pelo
Brasil, ao mesmo instante a informação da existência de novas terras e pau-brasil, despertava a cobiça
de navegadores e traficantes franceses, ingleses,holandeses e espanhóis, o que fez a Coroa Portuguesa
abandonar a inércia e decidir enviar ao Brasil uma poderosa expedição - militar e colonizadora,
comandada pelo fidalgo Martin Afonso de Sousa.
Ilha de Guaibê
Assim em 1532, quando a Coroa portuguesa já havia decidido pela implantação do Sistema
de Capitanias Hereditárias, Martin Afonso de Sousa, junto com seu irmão Pero Lopes de Sousa, recebem
as Capitanias de São Vicente e Santo Amaro,respectivamente, o primeiro ato foi a
fundação do Porto de São Vicente, mais conhecido como Porto das Naus, localizado em frente
a Ilha de Guaibe.
Ilha de Santo Amaro
A
Ilha de Guaibê que pertencia a Capitania de São Vicente, foi doada em 1543 por Dom
João III para Pero Lopes
de Souza irmão de Martim Afonso de Sousa , Pero Lopes de Souza a batizou de
Ilha de Santo Amaro pelo fato de ter estado no local pela primeira vez no dia 22 de
janeiro, data que homenageia Santo Amaro.
A primeira manifestação religiosa em louvor a Santo Amaro aconteceu em 1545, dois anos após
o batismo da ilha, quando o comerciante português José Adorno inaugurou uma capela para o
santo. Apesar de não existir qualquer vestígio deste templo, acredita-se que ele tenha
sido construído onde hoje é a Santa cruz dos Navegantes.
Durante 300 anos a devoção
a Santo Amaro deu-lhe a condição de padroeiro da ilha. Em 1929, um incendio destruiu a
primeira Igreja Matriz de Guarujá, somente a imagem de Santo Amaro escapou ilesa das
chamas, o que lhe deu a fama de milagreiro, a imagem foi retirada do interior da igreja
pela corajosa ação de Atílio Gelsomini.
Sem um templo, a imagem passou a ser venerada
no chalé 29 da Vila Balneária, em Pitangueiras, visto que a paróquia não tinha condições
de erguer uma nova capela.
Santo Amaro
Em 1934, o comerciante Ricardo Fidela se ofereceu para custear
as obras de uma nova igreja desde que ela fosse consagrada a Nossa Senhora de Fátima, sua
santa de devoção, que deveria também ser a padroeira da cidade.
Apesar da polêmica,
que durou cerca de dois anos, surgiu uma solução conciliatória e Guarujá passou a ter dois
padroeiros, Santo Amaro e Nossa Senhora de Fátima, cujas imagens passaram a ocupar lugares
distintos no novo templo.
AS comemorações acontecem no dia 15 de janeiro (Santo Amaro)
, feriado municipal, e no último domingo de maio (Nossa Senhora de Fátima).
Santo Amaro viveu no período final do Império Romano, por volta do ano 500, tornou-se
conhecido na história cristã pela sua incondicional obediência a Deus. Há registros de que
seu nome original era Mauro e que foi discípulo de São Bento, o padroeiro da Europa.
Consta que um
dos primeiros colonizadores a se instalar na Ilha foi o português
Jorge Ferreira , instalando-se no Itapema ( hoje Vicente de Carvalho )
, isto por volta de 1532/3. Jorge Ferreira ainda veio a ser Capitão-Mór,
Governador das Capitanias de São Vicente e Santo Amaro de
1556 a 1557 e de 1567 a 1569 , casou-se com a filha de João
Ramalho com quem teve vários filhos. Consta também
que Estevan da Costa, português, por aqui esteve por volta de 1535,
desaparecendo anos depois.
Durante mais de trezentos
anos esteve quase sem ninguém,exceto indígenas e alguns colonos, devido aos
pântanos e a topografia que afastavam os colonizadores e justificavam
seu nome indígena, que significa "ilha em forma de pilão"
, para outros autores a palavra indígena gu-ar-y-ya tem o significado
de "passagem estreita de um lado para outro" ou também
guaruya
"viveiro de sapos ou de rãs. Com a construção
da Capela de Santo Amaro em 1544, o local passou a ser ocupado,também,
pelos jesuitas,encarregados da catequização dos índios.
A partir dai,começaram a ser construídas as fortalezas,para
a defesa do litoral e consequentemente,começaram a chegar os primeiros
habitantes. Em função destas condições
a Ilha teve poucas atividades econômicas. Havia a extração
do óleo de baleia , a pesca e alguns engenhos de cana-de-açúcar (Engenho
de Nossa Senhora da Apresentação de Manoel Oliveira Gago,
o Engenho Santo Antônio de Manoel Fernandes e o Engenho de Bartolomeu
Antunes). Assim foi surgindo um pequeno povoado que em 1832 através de um
decreto imperial recebe o "status" de vila.
Em 1893 o povoado de Guarujá passa a ganhar novo significado quando
o engenheiro e jornalista Elias Fausto Pacheco Jordão, paulista
de Campinas, ficou deslumbrado com suas paisagens, suas belas praias, não
teve dúvidas, ao retornar a São Paulo, e juntamente com Valêncio
Augusto Leomil, instalou a Companhia Balneária da Ilha de Santo
Amaro, com o objetivo de fundar a "Vila Balneária de Guarujá".
Para isso foram encomendados nos Estados Unidos , um hotel,
uma igreja , um cassino e 46 chalés residenciais desmontáveis
e construídos em Pinho da Geórgia.A vila contava com serviço
de água, esgoto e luz elétrica.
Foi inaugurada a Vila balneária
de Guarujá, na deserta ilha de Santo Amaro, no dia 3 de setembro
de 1893. Para trazer os turistas a Companhia Balneária organizou
um sistema misto de transportes maritimo e ferroviário, da qual era sócio
majoritário o capitalista americano Percival Farquahr que aparece na série
Mad Maria da Rede Globo interpretado por Tony Ramos.
Foram adquiridas
duas barcas, "Cidade de São Paulo e a "Cidade de Santos e como eram
suas funções servir a sociedade paulistana , as mesmas partiam
do Valongo, junto à estação da
"SÃO
PAULO RAILWAY" , em Santos.
Depois de uma viagem de 40 minutos, a lancha atracava na costeira ponto
de desembarque a noroeste da ilha no antigo Itapema e conduzidos
por uma ferrovia (
História da Tramway de Guarujá ) numa viagem de 10 minutos até a Vila Balneária.
Além da praia oferecia-se longos passeios de jumentos, especialmente
trazidos de Cintra em Portugal.
Na inauguração estavam presentes
inúmeras autoridades e personalidades da sociedade paulista, dentre
elas, o Presidente do Estado , Dr. Bernardino de Campos, Dr. Cezário
Mota ,Secretário do Interior e o Bispo Dom Joaquim Arco Verde, Também
o Ministro do Interior e Deputados Estaduais e as mais diversas autoridades.
Nicola Puglisi sucedeu o Eng. Elias Fausto Pacheco Jordão na Presidência
da Companhia até 1926, quando Guarujá foi transformada em
Prefeitura Sanitária, em 30 de junho de 1926, pelo governador Carlos
de Campos, sendo nomeado o Sr. Juventino Malheiros seu primeiro prefeito.
VEJA TAMBÉM - Cem Anos de Travessia entre Santos e Guarujá
A
locomotiva a vapor ( de procedência americana, foi a segunda unidade
produzida pela Locomotive Works Philadelphia Baldwin ) que fazia o trajeto
entre o Itapema e a Vila Balneária (Guarujá), atualmente
pode ser vista em exposição no centro do Guarujá,
sob os cuidados da Mariazinha das flores.
Para saber mais sobre a ferrovia Itapema-Guarujá
[
História da Tramway de Guarujá ]
[
http://www.pell.portland.or.us/~efbrazil/tg.html ]
Pertence também ao Guarujá
o distrito de Vicente de Carvalho( Itapema até 1959).
Vicente de Carvalho hoje
se destaca por uma atividade comercial intensa , indústrias e atividade
portuária, onde destacamos, a CARGILL, ESTALEIROS
WILSON SONS DOW
QUÍMICA ,
CUTRALE, TERMINAL DE FERTILIZANTES (TEFER),
TERMINAL DE CONTÊINERES ( TECON
) LOCAL FRIO .
(1)Fonte de referência:A
Baixada Santista Vol.III/Editora da USP/1965 e outros documentos.
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MÊS | DIA | EVENTO |
JANEIRO | 15 | DIA DE SANTO AMARO(Padroeiro da Cidade, artigo 9º da Lei Orgânica do Município) E ANIVERSÁRIO DA CIDADE |
MAIO | 13 | DIA DA PADROEIRA NOSSA SENHORA DE FÁTIMA |
JUNHO | 30 | EMANCIPAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA |
NOVEMBRO | 03 | INAUGURAÇÃO DA VILA DE GUARUJÁ |
SÍMBOLOS DO MUNICÍPIO | A BANDEIRA DO MUNICÍPIO,O BRASÃO DE ARMAS E O HINO DO MUNICÍPIO |
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Guarujá nossa gleba querida
jardim feito de encanto e de sol. Pulsa em ti, a beleza da vida entre os vivos clarões do arrebol. Tuas praias de linda brancura São recantos de amor e de paz,onde o céu azulado procura, Repousar em manhãs estivais. Simbolizam teus fortes em ruínas os civismos que a pátria tu ensinas, Pois neles há troféus de glória honrando a história de Guarujá. És para nós a pérola do atlântico,espelho do Brasil,lindo e romântico. Primor de artista;jóia fagueira,à Beira-Mar, Não há turista que não queira te adorar. Letra de Aristeu Bulhões
A Canção do Guarujá você também encontra neste site para download: Geografia ( clique ) |
Histórico
Antiga povoação na Ilha de Santo
Amaro.
Distritos
1939 a 1953 - Guarujá (2)
1954 a 2000 - Guarujá e
Vicente de Carvalho (1)
BIBLIOGRAFIA -
Recomendada para pesquisa sobre o Guarujá e a Baixada Santista
01- DAMASCENO; MOTA, Monica de Barros, Paulo, Pérola ao sol, edição PMG- DEC, Guarujá, 1991 02- Apostilas elaboradas pelo DEPTUR, Departamento de Educação da Prefeitura Municipal de Guarujá 03- AZEVEDO, Haroldo. A Baixada Santista, aspectos históricos e geográficos, São Paulo, USP ed., 1964, 4º. v, 734 págs. 04- JÚNIOR, José Muniz. Fortes e fortificações do litoral santista, edição particular do autor, série cultural I, Santos, 1982. 05- MESQUITA, Jaime e Junior José Muniz. O Exército na Baixada Santista, Prodesan Gráfica, Santos, 1983. 06 - HOLANDA, Sérgio Buarque, História da Civilização Brasileira, São Paulo, Difusão Européia do Livro ed., 1972, T.I. 07 - LOPES, Albertina. Vida e luta de três gerações, S.C.P., 1976. 08 - LUIS, Washington. Na capitania de São Vicente, São Paulo em convênio com INL, Livraria Martins Fontes, 1976. 09 - MADRE DE DEUS, Frei Gaspar. Memórias para a capitania de São Vicente, hoje chamada São Paulo, São Paulo, 1920, 357 págs. 10 - STIEL, Waldemar C. . História dos Transportes Coletivos em São Paulo. 11 - SOUZA, Pedro Luiz Pereira de . Meus 50 anos na Companhia Prado Chaves, S.L.S., ED., 1950, p.71. |