O médico Dr. Janduí de Souza Moreira,recebeu nesta quinta
feira,30 de novembro de 2000, o Título de Cidadão de Guarujá,
das mãos do vereador Willian Lancellotti, em sessão solene
da Câmara Municipal, que também é presidida pelo médico
Dr. Gerônimo Vilhanueva.
As pessoas presentes,amigos,familiares,médicos,empresários,políticos,diretores
da prefeitura e vereadores, acompanharam com atenção o discurso
de homenagem do Vereador Willian Lancellotti,autor do pedido de concessão
deste Título, na ocasião o Prefeito Maurici Mariano, também
fez questão de prestar sua homenagem pela honraria recebida pelo
leal amigo .
.Esta homenagem
me pertuba a alma e me faz descompassar o coração.
É impossivel minimizar ou esconder a minha emoção.
O prêmio que me concedes é o mais alto de minha vida,
me tornando cidadão de dupla naturalidade,ou seja,de Alagoinha(Paraíba)
e Guarujá(São Paulo).
Aqui nesta cidade encontrei o meu lugar ao sol, a alegria de viver.
Vindo de João Pessoa, recém formado, encontrei uma boa acolhida
a despeito de todas as minhas limitações e deficiências,
dando-me uma oportunidade de ser-lhe útil com o meu trabalho.
Aqui me apeguei e constituí uma família nas pessoas de
minha esposa Elaine e de meus filhos Natasha e Igor.
Agora e aqui no tropel destas incontidas emoções, permitam-me
senhoras e senhores que o meu espírito volva há três
décadas sobre o tempo.
Quando prestei juramento para médico e parti para luta,pensei
em ser um Don Quixote, sendo que durante toda a minha vida procurei um
Sancho Pança para me complementar.
A medicina sem um sacerdócio é uma profissão menor
do que as outras, pois ela significa um compromisso assumido com a saúde,
a população e a ciência.
Durante toda a minha vida,sempre me esforcei para estar um pouco acima
da média em tudo e usando sempre o bom senso, a lealdade e a fidelidade
para com as pessoas, como me ensinou a minha professora de primário,
a dona Maria Bronzeado Machado.
Também muito contribuiu a rígida educaçào
dada pelos meus pais e minha formação em colégio marista.
Sempre procurei dar valor às coisas não pelo que valem,mas
pelo que significam.
Deus me ensinou que o ódio a gente escreve com gelo, para que
o raio de sol o derreta o mais cedo possível.
Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro de cima
para baixo, se for para ajudá-lo a se levantar.
Porém,nem tudo foram flores e brisas amenas nesses quase 30 anos
dedicados ao exercício da medicina.Tive desgostos e desesperanças
e gastei muitos sapatos brancos ao longo do áspero caminho.Arrastei
a poeira e o sereno na trilha do meu idealismo.
Mas Deus me cobriu de benção e de venturas que não
mereço e me trouxe qui nas mãos desse honrado Vereador Willian
Lancellotti,apoiado na benemerência dos seus pares.
Agora,na grandeza desta homenagem sinto que fiz bem menos do que deveria
fazer.
Lembro-me com carinho esses momentos especiais,da minha formação
católica desde a infância,influenciada pelos meus pais que
nos fazia rezar antes das refeições e sempre reunindo toda
a família e antes de dormir.Isto muito tem contribuido para a obediência
aos Mandamentos da Lei de Deus e que hoje muito me tem ajudado junto com
minha esposa Elaine a educar os meus filhos Natasha e Igor,bem como a tratar
os meus pacientes.
Sou adepto das sagradas instituições Deus-Pátria-Família,hoje
tão combatidas e tão pouco valorizadas.
Hoje, o patrono cívico da nossa nação,o poeta
Olavo Bilac, é um desconhecido perante o povo e contestado por seus
versos sublimes.Versos que dizem:"Criança,não verás
nenhum país como este.Imita na grandeza a terra em que naceste".
Nem o trabalho,nem os anos,me enrugaram o rosto ou minha alma, pois
chego aos 55 anos, iluminado pela chama interior e movido pela agulha imantada
que me orientou os passos para a causa sagrada da medicina.
Comparo a vida a uma corrida de revezamento, onde cada geração
conduz a bandeira durante certo tempo, passando-a à geraçào
seguinte que deverá, sucessivamente, conduzí-la através
dos tempos.
Simbolicamente, estou entregando a bandeira à minha família,para
que não a deixe cair e que cuide bem da árvore que nasceu
semente abençoada, plantada na terra generosa da Paraíba.
Agora,senhores vereadores, é hora de vos agradecer e de ir-me.
Mas como vos agradecer? Com que palavras?Não encontro palavras.Não
existem palavras.
Diante da singularidade desta homenagem e da enormidade do prêmio
que me ortogais,grande demais para o meu parco merecimento,só me
resta repetir as palavras daquele Mestre,dita aos homens na encosta da
montanha de suave e eterna beleza: