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Editorial.
04 de janeiro de 2008.
Em tempos de violência e jogos virtuais.
Mais um ano tem inicio, e nada melhor que as férias escolares, associadas as férias coletivas de muitas empresas, ou mesmo férias anuais que o pessoal costuma agendar nesta época de calor para logo imaginarmos uma maior proximidade entre as pessoas, notadamente os jovens e adolescentes. Porém a imagem de um grupo de amigos se reunindo para se divertirem nas tardes de verão é algo cada vez mais remoto, esquecido na memória daqueles que foram jovens nos anos oitenta, e inicio da década de noventa. Mas por quê será que esta afirmação é verdadeira?
Antes do surgimento dos vídeo games, ao jovem não havia outra escolha que sair as ruas e se reunir com os amigos. Outros tempos de segurança e inocência. Mesmo em fins dos anos oitenta, quando o "Atari", e posteriormente "Mega Drive" ou 'Nintendo" se popularizaram, ainda eram comuns a reunião de colegas na casa de quem tivesse um vídeo game para saudáveis disputas, regadas a muitas gargalhadas. Apesar de uma certa rivalidade, ainda havia o convívio social, o contato direto entre as pessoas, a socialização do individuo.
A tecnologia avançou, como um processo inevitável da evolução humana, e logo a internet se tornou uma realidade acessível as classes médias da população e mesmo (por meio das 'Lan-house') das classes mais carentes. A violência fez com que as famílias trancassem seus filhos em casa e logo o "perigoso" convívio com os colegas cedeu lugar aos chats, bate papo, MSN, e-mails e as gargalhadas das disputas amistosas, cedeu definitivamente lugar a uma rivalidade contra oponentes desconhecidos que residem do outro lado do mundo. Nomes falsos, apelidos e 'nick names' distorcem a real identidade e aos poucos nos vemos presos ao mundo virtual, sentados na frente de nossos computadores pessoais (tão ou mais acessíveis que os mais modernos PS3 ou Xbox.360º!).
Enquanto os jogos virtuais e chats de bate-papo ganham cada vez mas adeptos, desarticulando totalmente a capacidade das pessoas de se relacionarem umas com as outras, o RPG segue na contra-mão da tecnologia. Nada além de um punhado de dados, algumas folhas de papel e lápis são necessários para se divertir (sendo por tanto mais barato que ir a uma Lan-House ou gastar com banda larga...). Assim sendo, aqueles que tem no RPG uma forma de lazer, dispõem de algumas horas de seu tempo livre para se reunirem com os amigos e, mais que contar histórias fantásticas se divertirem relembrando fatos, conversando sobre suas vidas ou simplesmente rirem das situações mais inusitadas ou engraçadas que irão acontecer durante o jogo. Muito mais que uma simples disputa ou forma de lazer, uma aventura de RPG é a melhor maneira de aliviar o stress dos dias atuais e acima de tudo manter vivas velhas amizades, quando não mesmo criar novos amigos.
Anderson Salafia.
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STARWORKS RPG julho de 2007 Ano.II
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Ultima atualização: 01/01/2008 14:41:50
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