John: Tive uma
idéia de fazer uma tradução de uma música da Suzanne Vega, mas não
consegui porque as letras dela são boas demais, aí eu pensei: “vai
ficar ruim”. São umas histórias bem compridas, umas letras meio
Chico Buarque,sabe?(risos). Daí, resolvi fazer a minha própria
história. Era um tema que estava na minha cabeça, pensava nele
sempre que via um cara na rua mal, bêbado, caído, um cara
atropelado. Tem uma frase na letra que é chave: ”fiquei com a pior
parte de tudo o que é chamado civilização”.
Fernanda: Claro que 1.8 é uma música triste. Quando estou
triste, escrevo música triste. Não tenho a menor vocação pra ser
"porta-voz da alegria de mentira" como um monte de artistas faz por
aí. "Tristeza não tem fim, felicidade, sim...".
John: Bem, 1.8 é metafórica, acho que o verdadeiro atropelamento ali
é emocional... Mas o ponto de partida foi mesmo ver gente machucada,
atropelada ou assassinada e ninguém nem ligar porque "era só um
bêbado..."
Curta?! – Xande: A gente tentou fazer um curta com “um ponto
oito”, só que é muito caro! Fernanda: Mas no show tem umas
projeções, para dar vazão a nossa criatividade.
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